Otimismo e pessimismo, podem mudar o mundo?

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria

O otimista e o pessimista juntos são o reflexo exato do transtorno bipolar. Aquela doença grave em que que o enfermo experimenta momentos de euforia (Otimismo) e de melancolia (Tristeza). Tanto o otimismo quanto o pessimismo são ersatz da virtude da esperança e da vicitude da desesperança. A pergunta essencial que devem fazer, é a velha pergunta de Hamlet:

"Ser ou não ser ? Eis a questão!"

Podemos dizer que, se "eu sou", posso tanto ter a esperança quanto a desesperança. Ambas residem em mim, isto é inegável, o que determina a sobreposição de uma sobre a outra é a realidade. Deste modo, elas não afetam o meu ser. No entanto se sou absolutamente esperançoso ou absolutamente desesperançoso, só posso ser otimista ou pessimista. E isto afeta o meu ser, pois não sou a esperança e muito menos a desesperança para viver de ersatz.

Complicando a resposta, devo lembrar que Santo Agostinho ensinava:

"Se me engano, eu sou, aquele que não é não pode ser enganado."

O problema no caso do otimista e do pessimista é que nunca se enganam, como veremos mais abaixo, eles sempre estão dispostos a pensar positivo ou pensar negativo. Nuca na realidade objetiva. Desta maneira, enganam-se mas não tem a consciência disto. Estão sempre certos, apesar de que na maioria das vezes, o objeto do otimismo revelar-se objeto de pessimismo e vice versa.

Lembremos que Jesus Cristo, esperava a crucificação o que faria qualquer mortal tremer, ele mesmo suou sangue no Jardim das Oliveiras. No entanto sequer considerou esperança ou desesperança, mas sim a realidade. O sacrificío que iria sofrer mudaria para sempre a história da humanidade. Podemos escolher lutar pelo bem maior (ou ele própio) e assim relegar ao esquecimento o mal, que é sempre menor. É o que ensina o escritor francês Georges Bernanos:

"A esperança se adquire. Chega-se à esperança através da verdade,pagando o preço de repetidos esforços e de uma longa paciência. Para encontrar a esperança é necessário ir além do desespero. Quando chegamos ao fim da noite,encontramos a aurora."

Júlio César, sempre tinha uma batalha para lutar e o grande Bernanos sempre uma esperança para conquistar. Ser otimista ou pessimista é mais fácil, basta desconsiderar a realidade e ter fé na própia razão. Não é o otimismo que fazem os loucos se julgarem napoleões?

O Napoleão é o típico cidadão que julga poder mudar o mundo, o seu própio mundo, não o mundo real. Talvez por esta razão que existam tantos Napoleões que mesmo não dispondo de nenhum exército, ainda pensem se verdadeiros napoleões. O fim deles é a ilha de "Elba", mas mesmo não vendo soldados ingleses permanecem obstinados. O pior mesmo é que eles normalmente, nem o francês falam...

As batalhas são bastante interessantes para se entender a própia dinâmica da esperança e da desesperança (É o que nos ensinou bernanos anteriormente). Jacques Maylly, o Marechal do Templo, tinha um só sentimento na batalha de Tiberíades, quando partiu com seus 150 homens em direção ao exército muçulmano "com um tal ardor que, escreveu Ibn Al-Athir, que as cabeleiras mais negras teriam embranquecido de pavor" (René Grousset, Histoire des Croisades, Plon, Paris, 1934, 3 volumes, III Volume, p. 784). No exato momento que partiu não havia desesperança, otimismo ou pessimismo, mas a passagem da esperança de glória, em glória propiamente dita.

Geralmente o otimista coloca a esperança no lugar errado e o pessimista não a coloca em lugar nenhum, como exemplifica Willian George Ward:

"O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas".

Mudar o mundo ou a humanidade, é tarefa para um DEUS, não para um homem. Talvez sejam estas as razões pelas quais Bernanos diz que o otimista é um imbecil feliz e o pessimista um imbecil feliz. Para se mudar algo é necessário contemplar para decidir pela melhor opção. Para contemplar o mundo é preciso ser onisciente, onipresente e onipotente. Algo que os otimistas e os pessimistas não são.

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