"Lembra-te de mim quando entrares em teu reino"


“Jesus, lembra-te de mim, quando entrares em teu reino” (Lc 23,42).


Imaginem nosso Senhor, naquele terrível momento. Já havia sido espancado notavelmente pelos soldados romanos. Já havia levado trinta e nove chicotadas. Recebera uma coroa de espinhos. Estava, naquele instante, completamente ensanguentado, talvez desfigurado, inchado, com inúmeros hematomas. Era a imagem de alguém derrotado, condenado, amaldiçoado, executado por um império que já crucificara, talvez, milhares e ainda iria crucificar ainda muito mais pessoas.

Quem é que, em seu juízo normal, iria considerar que alguém nesta situação teria um reino? Quem é que nesta situação ainda iria acreditar que tal pessoa realmente era o rei da humanidade, o Senhor dos Senhores? 

Mas foi o que justamente aquele ladrão fez. Reconheceu imediatamente o senhorio de quem estava de seu lado. “Lembra-te de mim, quando entrares em teu reino”. Enquanto os soldados escarneciam, a liderança religiosa de Israel se vangloriava, algumas mulheres pranteavam, outros, curiosos, assistiam, e seus amigos mais chegados se escondiam, o ladrão, naquele momento, entregava sua vida ao Crucificado. Talvez uma cena parecida seria se nos ajoelhássemos diante de um mendigo na rua e o chamássemos de bem aventurado, de amado de Deus, etc, conforme faziam os seguidores de Francisco. Vejam o tamanho da fé daquele ladrão na cruz. Contra tudo, contra toda a circunstância, ainda tinha fé em Cristo. O Gondim ainda ressaltou que, se não tivermos certeza de quem estará no céu, pelo menos uma pessoa sabemos que estará lá: o ladrão que se arrependeu ao lado de Jesus.

E nós. Será que nós conseguimos crer também contra toda a circunstância? Contra toda a aparência? Frente a aparente “derrota de Deus”, estaremos preparados para sermos crucificados com Cristo? Para mantermos nossa fé em Deus?

Jesus prometeu àquele homem que naquele mesmo dia estaria em seu reino. Eu creio firmemente, que se tivermos uma fé como a dele, Jesus, caso nossa hora ainda não estiver chegado, nos permitirá sentirmos um pouco do seu reino ainda nesta existência. O reino, primeiramente, virá até nós, para que, em outro momento, nós também estejamos em seu reino.

“Que o Senhor Jesus Cristo possa nos dar o dom da fé que teve aquele ladrão na cruz, para que também nós, possamos estar com Ele, em seu reino”.

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