Deus é luz


“Deus é luz, e nele não há trevas nenhuma” (I João 1,4).

Luz lembra claridade. É a qualidade daquilo que ilumina. Trevas é escuridão. É falta de luz. Se Deus é luz, e nos ilumina, isso significa que não pode existir nenhum aspecto de nossas vidas que não deva estar iluminada por Deus. Nada pode estar em trevas.

Há anos sempre digo que a vida do cristão não pode ter nenhum aspecto obscuro. Esta é a nossa meta. Nossa vida tem que ser absolutamente transparente, para aqueles que quiserem, possam dela entrar e sair, verificar e vislumbrar conforme quiserem. Claro que ainda há pecados em nossas vidas. Claro que ainda há partes obscuras, que talvez nem mesmo nós tenhamos total consciência. Mas é aí que entra a comunidade, os amigos, nossos pastores, a Palavra, Deus, seu Espírito, para que compartilhemos nossas trevas e possamos trazer tudo a luz.

Quando nos isolamos e insistimos em não compartilhar as nossas trevas, estamos criando um filhote de uma víbora que futuramente nos picará.

É inconcebível na vida do discípulo a dissimulação. O esconder de intenções obscuras. Estamos sempre diante do Cristo. Daquele que é todo luz. Mas infelizmente, talvez por causa das forças de morte que operam em nós, insistimos muitas vezes em fugir. Mas o que diz a palavra acerca disso?

“...todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz e não se achega a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras...” (João 3,20).

Ou seja, estes aborrecem a verdade; não gostam de prestar contas de suas obras, não gostam de prestar contas de suas vidas. Dizem: “a vida é minha, faço o que quero”. Discípulos reprovados, egoístas, cujo Deus é o próprio ventre, mas que enganam a si mesmos. Para encobrirem suas más obras, obviamente, utilizam da maior arma utilizada pelo inimigo de nossas almas: a própria mentira, a dissimulação, o engano e o engodo. Desobedecem e guardam a capa de Acã, pois têm dó dela se desfazerem. Oh, como é confortável o colo de Dalila! Como é bonita a silhueta da mulher de Urias. Como brilham aquelas moedas de prata! Mas o que somos tardios em perceber que, é justamente naquelas áreas que insistimos em não tratar, em não trazer a luz, que estará a armadilha de nossas vidas. Nosso pecado nos encontrará, já disse o Senhor, e o que o homem plantar, isto colherá. Estamos exatamente no lugar que construímos para estar; ninguém nada tem a lamentar senão os próprios pecados, e a murmuração é uma afronta a Deus.

Você tem problema com o orgulho, tem dificuldade em se humilhar? Não importa o quanto seja bom em retórica, o teu pecado te encontrará. Ora, você gosta de exercer caridade, mas tem o coração extremamente lascivo? Este, o teu pecado te encontrará. Então, você adora ler a bíblia, e cita de cor as últimas novidades teológicas, mas é um preguiçoso que detesta o trabalho e não para em emprego nenhum? Teu pecado te encontrará, deste fruto você comerá. Insisto. É exatamente nestas áreas em que insistimos em não trabalhar, em não permitir a cura, que provavelmente brotarão nossas futuras dificuldades. E Deus não deixa de nos avisar, ninguém é pego na véspera, em relação a estas questões. E é bom que seja assim, na verdade, pois estamos em um processo de desenvolvimento que nada mais nada menos que a perfeição nos será requerido. É um caminho de experimentação em que passaremos pelas chamas da purificação. Por isso, é importante sermos filhos da luz, servos da luz, e permitir que a luz brilhe em nós, afastarmos e expulsarmos toda a escuridão, para que um dia o Senhor possa dizer de nós: bem aventurado este meu filho, porque ele é todo luz, e nele não há trevas nenhuma.




fonte da foto: http://blog.cancaonova.com/dominusvobiscum/2007/12/17/a-luz-do-bem-que-ilumina-as-trevas-do-mal/

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