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Mostrando postagens de abril, 2008

Reflexões sobre conversão

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria Os Apóstolos ficaram três anos na presença de Nosso Senhor aprendendo o Evangelho. Mesmo assim eles erraram de tal modo que somente São João permaneceu junto a ele quando Ele sofria morte de cruz e todos eles só creram em sua ressurreição após o verem ressurreto. A situação dos Apóstolos só veio a mudar com o Pentecostes, quando receberam o Espírito Santo, tornaram-se de fato seguidores de Jesus. Três mestres Católicos identificaram três fases no processo de conversão. Para o Pe. Reginald Garrigou Lagrange, O.P., existem três idades espirituais em uma analogia as nossas idades fisícas; Infância, Adolescência e idade Adulta. Nestas idades, ele ensina três vias para as três conversões. Já Santo Tomás de Aquino ensina que "Três coisas são necessárias à salvação do homem: A ciência do que se há de crer; a ciência do que se há de desejar; e a ciência do que se há de fazer." Na mesma linha, antes dos dois, Hugo de São Vítor no Século

Sobre a Obra dos Seis Dias

SERMONES CENTUM - HUGO DE SÃO VÍTOR SERMO LXI Sobre a Obra dos Seis Dias "No princípio criou Deus o céu e a terra". Gen. 1, 1 No primeiro dia fêz Deus a luz primordial, no segundo o firmamento, no terceiro congregou as águas inferiores em um único lugar, no quarto fêz os luminares, no quinto as aves e os peixes, no sexto os animais. Criado, pois, o mundo, ordenado e ornamentado, e preparado primeiro tudo o que fosse necessário, cômodo e agradável ao corpo do homem, naquele mesmo sexto dia fêz também Deus o homem, constituindo-o senhor de tudo e possuidor de todas as coisas. Deste modo, embora tenha sido criado posteriormente no tempo, por causa de sua dignidade, o homem é anterior e superior a todas as demais criaturas. Deus fêz, efetivamente, o mundo sensível por causa do homem, para que o mundo estivesse submetido ao seu corpo, o corpo ao espírito, e o espírito ao Criador. Preparou também o Criador dois bens para o homem, visto ele ter sido feito de uma dupla natureza. Um d

Ditadura do humanismo

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria A saudosa Idade Média, poderia muito bem ser chamada a era do discernimento. Naqueles tempos a razão era aplicada no entendimento do relacionamento com DEUS e no relacionamento entre os homens. Ninguém dava uma razão por verdadeira após experimentá-la, mas sim após julgamento e concordância com os princípios cristãos que regiam a sociedade. A história registrou muitos desses discernimentos feitos em busca das razões verdadeiras. O que conferiu aos Santos medievais, a capacidade de desenvolver ao máximo a arte do debate. As "Quaestiones Disputatio" e as "Quaestiones Quodlibetas", por exemplo, demonstram que o método medieval, era qualificativo. Ninguém melhor do que o homem medieval procurou conhecer a si mesmo e ninguém melhor do que ele, foi capaz de conhecer a si mesmo. Conhecimento bem expresso por Santa Catarina de Sena, que nos definiu como realmente somos, ao dizer; "Eu sou aquela que não é". O tempo d

Algumas reflexões sobre a nossa democracia

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria Os atenienses, segundo Aristóteles, inventaram as leis, mas as esqueciam na colheita do trigo. Similar a nossa democracia, onde a maioria esquece as leis quando tem diante de si a oportunidade de lucrar. A diferença nossa para os atenienses é que estamos a mais de 2000 anos a frente deles e a democracia continua a apresentar sua ineficiência, como forma de governo. Nosso sistema democrático é de uma imbecilidade enorme. Vejam o que diz Willian George Ward: "O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas". Essa é a sintese da situação e oposição, ou seja, a posição queixa se da situação e essa por sua vez espera que a oposição mude. E ninguém ajusta as velas, seria cômico se o resultado disso não fosse a tragédia de cada dia. Georges Bernanos, dá uma explicação "ótima" para otimistas e pessimistas. Segundo ele, ambos estão de acordo em não ver as coisas como elas são, não

Sermão do mandato

Por Pe. Antônio Vieira Pregado em Lisboa, na Capela Real, no ano de 1645. Sciens Jesus quia venit hora ejus, ut transeat ex hoc mundo ad Patrem, cum dilexisset suos, qui erant in mundo, in finem dilexit eos. "Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim." (Jo. 31,1). Considerando eu com alguma atenção os termos tão singulares deste amoroso Evangelho, harmonia e correspondência de todo seu discurso, tantas vezes e por tão engenhosos modos deduzidos; vim a reparar finalmente (não sei se com tanta razão como novidade) que o principal intento do Evangelho foi mostrar a ciência de Cristo, e o principal intento de Cristo mostrar a ignorância dos homens. Sabia Cristo (diz S. João que era chegada a sua hora de passar deste mundo ao Padre: Sciens quia venit hora ejus, ut transeat ex hoc mundo ad Patrem . Sabia que tinha depositados em suas mãos os tesouros da onipotência, e que Deus viera e par

Comentário ao artigo: como fazer Teologia ?

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria Comentarei o texto no que diz respeito a Santo Tomás de Aquino. O Aquinate não colocou outro fundamento para se chegar ao conhecimento de DEUS, mas utilizou a filosofia como método de exposição da revelação e do conhecimento de DEUS presente na mesma. Tudo isso esta em conformidade com os princípios Evangélicos, como pode se ler: "Porque é ele a nossa paz, ele que de dois povos fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava, abolindo na própria carne a lei, os preceitos e as prescrições. Desse modo, ele queria fazer em si mesmo dos dois povos uma única humanidade nova pelo restabelecimento da paz, e reconciliá-los ambos com Deus, reunidos num só corpo pela virtude da cruz, aniquilando nela a inimizade." Ef 2, 14-16 O protestantismo, vai na contramão e constrói muros contra a filosofia grega antiga e efetivamente, não destrói o muro que separa Judeus e Gregos, como também não constroem de dois povos uma única humanid

Vida à Toa - Poesias de Manuel Bandeira e Fernando Pessoa à luz da Bíblia

Por José Ildo Swartele de Mello Clique aqui para assistir uma apresentação em PowerPoint desta mensagem. Manuel Bandeira Andorinha - Manuel Bandeira Andorinha lá fora está dizendo: — "Passei o dia à toa, à toa!" Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa . . . Observe que a expressão "Passei a vida à toa" é semelhante a “correr atrás do vento” do Livro de Eclesiastes. O pessimismo e a frustração de Bandeira também são compartilhados pelo autor de Eclesiastes, pelo menos, até certo ponto, porque, ao contrário de Bandeira, o autor de Eclesiastes não termina por aí, como veremos mais abaixo. Mas vamos continuar um pouco mais falando a respeito do pessimismo de Bandeira expresso em outros versos seus. Pneumotórax - Manuel Bandeira Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: _ Diga trinta e três. _ Trinta e três . . . trinta e três . . .

COMO FAZER TEOLOGIA?

UM CONTRASTE ENTRE A METODOLOGIA DE BARTH E DA TEOLOGIA NATURAL: Aquino, Otto e Teologia do Processo Por José Ildo Swartele de Mello Introdução “Ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto” ( 1 Co 2.11), como declarou o apóstolo Paulo, o Evangelho de Cristo deveria ser o ponto de partida para a teologia. Mas será que tem sido este o caso? O que nos ensina a história da teologia? Não têm os teólogos lançado mão de outros fundamentos? Como devemos fazer teologia? Qual é o melhor método de se fazer teologia? Como podemos conhecer a Deus? O que se pode conhecer de Deus? Onde podemos encontrar este conhecimento de Deus? Qual é o ponto de partida da teologia? Conhecemos a Deus através de abstrações e especulações filosóficas ou através de sua auto-Revelação específica e objetiva na história de Israel e em Cristo? Quem é a medida de todas as coisas: o homem ou Cristo? Fazer teologia ou pensar em Deus significa pensar no homem, concentrando o estudo teológico sobre a piedade hu