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Mostrando postagens de julho, 2008

Da Leitura Devocional das Sagradas Escrituras

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Por Carlos Seino Todo cristão, de qualquer confissão, de qualquer igreja, deveria separar um momento do dia para oração e leitura das Sagradas Escrituras. É o chamado momento devocional, para nós, protestantes, ou “lectio divina”, para os católicos. Independente do nome que se dê, o objetivo é basicamente o mesmo, qual seja, o de aprofundarmos o nosso conhecimento, não somente da Palavra de Deus, mas principalmente do Deus da Palavra, fazendo crescer a nossa comunhão com Ele, transformando nossas vidas e influenciando a vida dos que estiverem ao nosso redor. O momento devocional foi uma das primeiras lições que aprendi no discipulado cristão, e, posso dizer com segurança que, minha vida espiritual se eleva ou decai a medida que faço ou deixo de fazer tal exercício. Deste modo, gostaria de dar umas dicas ou sugestões para aqueles que quiserem aplicar o momento devocional em suas vidas. Ressalto que estou escrevendo principalmente para pessoas que não dispõem de muito tempo para se dedi

A ESSÊNCIA DO PROGRESSISMO

H. Le Caron É inútil nos iludirmos. O que aconteceu depois do último Concílio prova que "o progressismo cristão", condenado pelos papas precedentes com diferentes qualificativos (L'Avenir por Gregório XVI; os "católicos liberais" por Pio IX; o "americanismo" por Leão XIII; o "modernismo" e o Sillon de Marc Sangnier por Pio X), terminou por intoxicar grande parte da Igreja, até os mais altos escalões. O espírito pós-conciliar, na realidade, é o espírito progressista. O verdadeiro espírito pós-conciliar, fundado no respeito à doutrina e à tradição, se é que chegou a existir, foi abafado há já muito tempo. A atual mutação da Igreja foi desejada e preparada desde Lamennais, isto é, desde há 150 anos. Depois de ter caminhado de maneira subterrânea, a heresia progressista chegou à tona no momento do Concílio; o que até então eram raízes perniciosas, desabrochou e deu os frutos envenenados que surpreenderam e envolveram bom número de padres concilia

Socialismo e Cristianismo

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Marcel de Corte Venho novamente falar da fascinação que o socialismo marxista exerce em alguns católicos, jovens e velhos, ingênuos ou maliciosos. À primeira vista, aqui reside um mistério. Vejo homens que se apresentam como adversários do marxismo, mas que conferem todavia à doutrina ou àqueles que a professam a posição privilegiada de ponto de referência. Nada escrevem, nada fazem, nada iniciam sem antes se perguntar em que posição se situa seus pensamentos e atos em relação ao socialismo e aos adeptos de sua ortodoxia. Parece que sua preocupação dominante é sublinhar as semelhanças (e por vezes as diferenças) de atitudes diante das questões sociais e políticas. Seria vão dizer que isso é tática e manobra. Não se ocupa os postos elevados dum partido, contando somente com o apoio deste mesmo partido. Um partido só tem sentido em relação aos demais partidos. Para triunfar, o acordo tácito dos adversários é quase sempre necessário. A longa experiência dos governos de coalizão é prova in

Stabat Mater

Teoria do poder político e religioso

Teoria do poder político e religioso Visconde Luís de Bonald Livro VI As relações entre as sociedades religiosas e as sociedades políticas Capítulo I Analogias das sociedades religiosas e das sociedades políticas Há na Europa cristã quatro formas diferentes de governo, a cada uma das quais corresponde uma religião absolutamente semelhante em seus princípios constitutivos e nas suas formas exteriores. 1º O governo ou constituição monárquica, com seu poder geral exterior, que é o monarca, sua força pública permanente ou profissão social, que é a nobreza, seus órgão encarregados do depósito e da interpretação das leis, seus estados gerais ou assembléias da sociedade. Tal é o governo da França; tal era outrora o governo de quase todos os reinos da Europa. A esse governo corresponde a religião católica, com o seu poder geral que se manifesta no sacrifício, sua força pública ou profissão sacerdotal, seu órgão encarregado do depósito da doutrina e da interpretação das Escrituras, seus co

Pelos Pobres contra a estreiteza da porta

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria Genésio Boff é um daqueles que entraram pela porta larga e trilha o caminho espaçoso que conduz à perdição. É o que se constata ao ler o artigo que escreveu recentemente "Pelos pobres contra a estreiteza do método" em resposta a seu irmão, Clodovis Boff. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que o meio (método) que nos conduz a salvação é estreito. Para ilustrar este ensinamento ele usou a analogia em relação a porta, como se nos Evangelhos: "Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram." Mt 7, 13-14 Considerando-se as palavras de Nosso Senhor, o artigo de Genésio, refuta o própio Genésio sem muito trabalho para Clodovis. Porque a prevalecência dos pobres sobre o método (porta) demonstra justamente o desvio essencial da teologia da libertação, que é

Exposição ao salmo 22 - IV

"Refrigera minhalma junto aos ribeiros de águas calmas." Noutro passo, declara o salmista: Minha alma tem sede de Deus e anseia por sua remissão. Afirmação que o hiponense intrepreta da seguinte maneira: Nosso coração foi feito para vós o Senhor e somente em vós é capaz de encontrar repouso. Conforme nossas faculdades naturais são um reflexo da natureza divina, é necessário que o homem esteja em sintônia com seu propótipo para que esteja em paz consigo mesmo. É necessário que o homem esteja ligado a seu Criador sob pena de fragmentar-se ele mesmo e tornar-se neurótico. Feito a imagem e semelhança de Deus enquanto ser racional e livre o homem sente uma necessidade inata de estar em contato ou em comunhão com seu supremo artífice. O homem sabe ser incapaz de satisfazer-se a si mesmo, de completar-se, de encontrar-se. Ele sabe que lhe falta algo e sai em busca desse algo mesmo sem ter uma idéia fixa e definida do que seja ele. Afastado do Senhor ou ignorante de sua presença o ho

Faze calar o ruído das lembranças

. . . . . Não evoques, não reavives as más lembranças, nem uma sequer. O mal lastimado foi perdoado. A generosidade do amor presente repara o passado. Esquece os dados concretos. Basta conservar-se diante de Deus, pecador, beneficiário de sua infinita misericórdia. O mal é um "nada": de que serve lembrar-se dele? Pensa unicamente na graça que te salvou; em seu eterno jorrar. Deus tudo destruiu. Não coleciona os "nadas". Conserva para ele um coração filialmente contrito, sereno e terno: é isto a compunção. . . . . . Não evoques, não reavives nenhuma lembrança profana: nem o que foste, nem o que fizeste, nem o que deixaste no mundo. Confia a Deus os teus queridos, parentes e amigos. Não são também filhos e filhas caros a Deus? Há de esquecê-los por que por amor dele, te exilaste de seus braços?... . . . . . As lembranças do passado, deliberadamente entretidas são fontes de vaidade, de remorsos ou de inquietação. Saborerar em espírito os prazeres humanos de outrora é s

Reflexões sobre o Apocalipse

Reflexões sobre o Apocalipse Pe. José Maria Mestre [N. da P.] O texto seguinte é um trecho de uma carta escrita por nosso amigo, o Pe. José Maria Mestre, ao Rafael Castela Santos, do inteligente Blog "A Casa de Sarto", onde foi originalmente publicada. ... Dou-lhe minha opinião. É a seguinte: de modo geral, penso que deveríamos descartar todo Milenarismo, quer material (condenado pela Igreja como herético) quer espiritual (que a Igreja não permite ensinar e, de todo modo, afirmou não se poder ensinar com segurança). É certo que o Padre Castellani, no que toca o Apocalipse, nos dá uma interpretação muito sólida, pois se baseia em tudo o que de claro disseram os Santos Padres, e gozou de uma singular penetração na compreensão dos acontecimentos modernos para a aplicação das profecias do Apocalipse. Parece-me que poucos autores se poderão consultar que sejam tão luminosos quanto ele. Mas, quando advoga em favor do Milenar