O elemento miraculoso nos primórdios da Reformação protestante e seu desenvolvimento.

Embora muitos aleguem a plena compatibilidade da crença em milagres com a Ortodoxia, é certo que a Ortodoxia não depende de milagres para a comprovação de sua divindade, pois ela conta com o testemunho da própria história segundo a qual seus Bispos atuais, são, por cadeia de sucessão legítimos herdeiros do mandato do Senhor:

"Ide e evangelizai a todas as nações fazendo discípulos em meu nome."

Nossos Bispos, enquanto sucessores dos santos apóstolos são aqueles que entraram pela porta do aprisco da ovelhas. Aquele que não possui a sucessão apóstólica é, e o Evangelho, o declara, ladrão e salteador.

Pois a ninguém foi dado conferir a sí mesmo a dignidade suprema de apóstolo, antes os apóstolos foram escolhidos pelo Senhor Cristo e em vida escolheram e sagraram sucessores dignos para si mesmos e lhos instruiram em toda doutrina.

Tal e qual o Senhor soprará a graça do Espírito santo e incorrupto sobre o colégio apostólico, os santos apóstolos estabeleceram jejuns e preces solenes em meios as quais comunicaram a graça do Espírito Santo, a homens sóbrios e responsáveis.

Este é o fundamento inabálavel da instituição Cristã. Não é coisa que se toque, veja ou sinta, mas coisa em que se crê pela fé. Pois é pela fé que o Cristão caminha e não pela visão, ou pela experimentação, ou pela emoção, mas pela fé viva e operante.

E sem embargo ao contrário da fé dos hebreus, dos agarenos e de todos os heréticos a fé da Igreja apostólica não é cega, mas esclarecida, firmada e fundamentada pelo testemunho da História.

Em nosso artigo sobre o Historicismo (vide Diário de um bôbo da côrte) já aludimos ao fundamento Cristão desta ideologia.

Pois a diferença crucial entre todas as outras pretensas religiões reveladas é seu cárater mágico, fabuloso e subjetivista enquanto que a marca distintiva de nossa instituição é seu cárater natural, concreto e objetivo.

Pois nem o Budismo, nem o Mazdeismo, nem o judaismo são capazes de demonstrar algo de positivo sobre o ministério religioso de seus fundadores: Buda, Zarates ou Moisés, permanecendo todos estes personagens envolvidos pelas brumas do fabuloso e do ante-histórico.

Nós porem, iniciamos nossa apologética perante os ateus, agnóstas, gentios e infiéis demonstrando através de documentos históricos a existência de Jesus e tecendo a crítica dos nossos Evangelhos... pois pretendemos comprovar objetivamente a existência do fundador do Cristianismo e a credibilidade dos Evangelhos e do corpus paulinum.

Completada a demonstração torna-se esclarecida e inabalável a fé do Cristão consciente de modo que não pode mais ser abalado por amofinações e crises - como se sucede ao Cristão alienado - pois sabe que tem motivos para crêr e a razão mesma o constrange a crer.

Isto se dá porque o fundador do Cristianismo não pretende ser um representante de Deus ou um medianeiro entre ele e os mortais como nas outras religiões.

Pois o fundador da instituição Cristã é a um tempo aquele Deus artífice dos mundos e a outro verdadeiro homem.

Afirma pois o Cristianismo a entrada do Criador na História por meio de sua encarnação.

E podemos afirmar que em última analise o Cristianismo é isto: a entrada de Deus na História ou Deus se fazendo conhecer e amar através da História de um homem...

E como este Deus e homem foi verdadeiramente visto, ouvido e tocado por testemunhas seletas, convinha que este contato se prolongasse concretamente através da História até os dias de hoje...

E um tal contato se efetua em nossos dias sempre que nos aproximamos de um Bispo, pois vendo e ouvindo ao Bispo estamos vendo e ouvindo a um sucessor daqueles que viram e ouviram o Cristo. Segundo os Bispos são escolhidos, instruidos e sagrados por seus predecessores até chegarmos aos apóstolos, pois foram os apóstolos mesmo que instruidos pelo Senhor da História escolheram, instruiram e sagraram os primeiros Bispos... e isto foi feito para manter a historicidade do testemunho e patentear a ligação direta da igreja com o mistério da encarnação e a pessoa de seu fundador.

As coisas não poderiam ter se dado de outra forma, pois a sabedoria divina exige que tudo na igreja siga o môdelo da encarnação de Cristo, como que expandindo sua historicidade.

Podemos pois afirmar sem medo de errar que cada Bispo é - por via de sucessão em cadeia - uma verdadeira testemunha da morte e ressurreição do divino Mestre.

Eu vos ensinarei de modo bastante simples o riquíssimo significado desta santa doutrina.

Imaginai que entre nós e Cristo há uma distância de mil metros e que não podemos ve-lo devido a distância.

Entretanto há uma fila indiana que vem dele até nós.

Agora imaginemos que Jesus diz algo em alto e bom som a testemunha que esta mais próxima de sí ordenando que a transmita este algo claramente e sem qualquer alteração a testemunha subsequente com a instrução de que ela por sua vez trasmita tais palavras a testemunha subsequente e assim sucessivamente até o fim da cadeia... certamente dali a algumas horas as palavras de Jesus, repetidas de um para outro membro da fila chegariam até o último elemento, isto é a vôce.

Pois bem a sucessão apostólica é esta fila por meio da qual a pregação e o correto significado dos Evangelhos chegam até nós.

Do contrário não fosse este ministério zelosamente mantido pelos Bispos, só haveria, como queria Nietschze, interpretação... opiniões e nada mais.

O Evangelho garante, de certo modo, que os Bispos não podesses acrescentar fábulas e teorias a divina revelação e os Bispos conservam a autenticidade da mensagem evangélica ou seja seu conteúdo. Por isso o Evangelho e a tradição apostólica não podem ser cindidos, como as duas naturezas de Cristo não podem ser cindidas...

A principio estes dois caminhos eram insuficientes por assim dizer - pois o Evangelho não havia sido escrito e a tradição não havia sido registrada permanecendo quase tudo no domínio da oralidade - e dependiam de certa forma do testemunho sobrenatural de milagres e dons carismáticos.

Pois já o platonismo e neo-platonismo haviam triunfado do aristotelismo e mergulhado a civilização clássica num lamaçal de crendices e superstições das mais grosseiras...

O Império romano havia dominado a todas as nações e se encontrava no auge de sua glória, de modo que os homens viviam como animais sob o jugo das paixões mais abjetas e rasteiras... salvo um punhado de filósofos aristotélicos e estóicos, os cidadãos do século I eram inacessiveis a qualquer tipo de argumentação racional, ética ou historicista...

Nem os raciocinios mais brilhantes, nem os mais elevados exemplos de virtude, nem as mais seguras lições da história soiam falar ao coração daquela gente materialista, grosseira e sensual, que só cuidava em satisfazer seus apetites e instintos sem cogitar de qualquer realidade espiritual...

Foi justamente devido a mente carnal daqueles povos aos quais os apóstolos haviam sido enviados, que o senhor lhe concedeu o poder de realizarem milagres semelhantes aos seus, logrando reunir, pela visão e pelos sentidos, um pequeno núcleo de fiéis em torno de cada um deles. Tal a semente das primeiras igrejas apostólicas... o poder miraculoso dos apóstolos.

No entanto após a ereção destes primeiros núcleos apostólicos, a confecção dos Santos Evangelhos e epistolas e a codificação de nossas leis - o que se completou por volta de 150/250 - a necessidade do testemunho miraculoso desapareceu, cedendo lugar a letra do Evangelho e do ministério efetivo dos Bispos enquanto interpretes seus e codificadores da lei cristã.

Foi assim que a fase miraculosa - a fase de criança ou do imperfeito - sucedeu-se a fase de adulto ou a fase perfeita, sob a égide do Novo Testamento escrito e da sucessão apostólica, enquanto orgãos ordinários da Igreja e seu padrão imutável. Foi então que vimos em face ou melhor face a face a igreja de Cristo, pois sem o evangelho escrito e as tradições codificadas a face da igreja era outra... pois era face de criança, face ainda em formação, face imperfeita...

A composição dos Evangelhos e a codificação de nossas leis todavia fizeram desaparecer esta face imperfeita e substituiram-na por esta face juvenil e bela que ainda hoje orna a esposa do Senhor.

Pelo Evangelho e a tradição apostólica a igreja alcançou sua plenitude, sua madureza, seu estádio de adulta, de modo que as manifestações vulgares de poder que tanto imprecionavam aos pagãos em sua carnalidade, já não tem razão de ser.



Tal econômia perdurou até os dias de Lutero.

Pois Lutero foi o primeiro que nos tempos modernos regeitou a doutrina na sucessão apostolica, do poder episcopal e da tradição eclesiástica, mantendo apenas o livro.

Pois já então os escritos dos judeus haviam adquirido a mesma autoridade que o Evangelho durante a tenebrosa idade média.

Do que resultaram grande número de interpretações e teorias sobre o sentido do livro e o protestantismo cindiu-se em grande número de partidos, deplorando o próprio Lutero, Melanchton, Calvino e Beza uma tal condição...

Pois já não havia orgão historicamente constituido e vigente que pudesse fornecer a interpretação correta dos oraculos do Senhor e a própria igreja papal estava repleta de erros e novidades profanas desde o século XIII quando havia se separado da Igreja Católica e Ortodoxa. Ficou assim o Ocidente totalmente retalhado em partidos e caminhos religiosos diferentes uns dos outros e ninguém sabia que rumo tomar...

Foi por isso que os teólogos papistas pediram sinais e prodigios que corroborassem verdadeiramente a missão de Lutero, segundo o Cristo lhos havia fornecido aos hebreus e os apóstolos aos gentios...

Lutero porém como não era capaz de realizar milagres não foi capaz de concentrar a autoridade e de evitar o cisma. No fim das contas Lutero apenas deu sua interpretação pessoal e depois dele cada qual se sentiu movido a dar também a sua...

Diante disto, ou seja, das variações das interpretações bíblicas, os papistas não só se sentiram confirmados em seu padrão como puzeram-se a rir dos sectários durante quase três séculos (foi quando Pio IX e depois João XXIII lhes fizeram engolir todos os escárnios).

Homens houve porém, e certamente dos mais bem intensionados, aos quais calou no coração o altivo desafio dos teólogos papistas e que desde então sonharam com a restauração dos antigos dons, carismas e milagres dos primeiros séculos, com o objetivo de opo-los a doutrina da sucessão apostólica revindicada por Roma.

E num determinado momento, por desejarem fortemente a tais dons e carismas acabaram por manifestar certos fenômenos paranormais ou por se auto-sugestionar, disto surgindo a matriz do movimento pentecostal.

E dos movimentos um Novo Ethós segundo o qual a demonstração da divindade do Cristianismo e da veracidade da igreja não se faz mais segundo o padrão convencional ou historicista ou por via de sucessão apostólica, mas segundo a ocorrência de manifestações carismáticas ou miraculosas.

De modo que a intrepretação correta não é mais aquela que é dada pelos padres ou pelos concilios, mas aquela que é referendada pelo próprio espírito santo através de profecias, linguas ou curas...

Foi portanto de alguma forma superada e até invertida a posição dos primeiros reformadores segundo a qual a Bíblia se bastava a si mesmo e já não aconteciam mais milagres no tempo presente, surgindo uma nova postura no campo protestante segundo a qual as interpretações deveriam ser aquilatadas pelas manifestações sobrenaturais do espirito santo, o que transformou, por assim dizer, tais manifestações numa necessidade constante e continua.

Ultimamente a opinião de Lutero, Calvino e dos primeiros reformadores subsiste quase que tão somente na Europa, entre os liberais, que por sinal já não são muitos porquanto teem passado ao agnosticismo, as formas apostólicas ou mesmo ao islan em número cada vez maior...

Disto tem resultado, ao menos nos EEUU e América Latina, numa prevalência da crença em milagres mesmo dentro das igrejas protestantes históricas, num reforço do fundamentalismo judaizante e numa expansão cada vez mais intensa do pentecostalismo. Nos EEUU porém ainda subsiste um grande número de liberais, alguns até bastante combativos...

No contexto brasileiro porém, a crendice, a superstição e o obscurantismo triunfam de ponta a ponta, dando perfeita continuidade as formas já anquilosadas do catolicismo popular e da pajelança, só mundam os nomes os quais em alguns casos tem sido até mesmo assimilados pelas agremiações neo pentecostais.

Assim o protestantismo - e por pricípios são verdadeiramente protestantes (a Bíblia JFA é seu livro e o Livre examinismo seu meio) - brasileiro tem mantido vivos os velhos encostos, caboclos, orixás, guias, etc do mesmo modo que o romanismo manteve diversas divindades menores do paganismo vivas em seus santos (como São Mercúrio, São Baco, etc).

Reconhecemos a boa fé e a piedade de tais pessoas, mas objetivamente tais fenômenos e experiência em nada se distinguem - pelo contrário são totalmente similares - uns dos outros, é só a presunção que faz ver Satanaz por trás das manifestações revindicadas pelos outros e o espírito santo nas que nos agradam, se bem que os contrários certamente devem encarar os fenômenos ocorridos nos templos pentecostais como provocados por espíritos vulgares e os que ocorrem em suas tendas como divinos...

Conclusão: A partir de tais fenômenos subjetivos e manifestações externas nada se prova de concreto quanto ao Cristo, sua missão, a interpreção correta da escritura ou a verdadeira igreja, ficando por isso mesmo ferida de morte a principal distinção do Cristianismo com relação aos demais cultos (parte dos quais também revindica milagres e manifestações sobrenaturais para sí - aumentando o pagode): sua historicidade.

Para nossa demonstração porém são mais do que suficientes dos milagres efetuados pelo Senhor ou por seus apóstolos.

Pois nossa fé não sendo humana não pode repousar sobre homens.

E conforme nossa opinião pessoal - formada sobre as constatações cientificas da parapsicologia ( que parte dos protestantes costuma a empregar contra o espiritismo) - tais manifestações inda que paranormais em alguns casos, são sempre produzidas pela alma ou pela mente humana.

Comentários

  1. Sem embargo da importãncia da doutrina da sucessão apostólica no cristianismo primitivo, fato é que, dizer que os que estão fora de tal sucessão são ladrões ou salteadores, é de um exagero, a meu ver, infundado (ou seja, toda liderança que não possuir a dita sucessão, no sempre "equilibrado" dito do autor do texto é ladrão e salteador).

    Isto porque, o que se nega no protestantismo não é a sucessão de pregação e discipulado, mas sim a sucessão episcopal como sistema de governo da igreja, o que, mesmo no dito dos católicos contemporâneos, é uma doutrina, não deixada por Cristo ou seus apóstolos, mas de origem patrística.

    Em relação ao sobrenatural, os homens que ousaram negar os milagres vétero-testamentários, bem como os contemporâneos, como Schleiermacher, Tolstoi, Bultmann, Tillich, Spong, John Dominic Crossan, negam, não por preconceito às demais religiões; na verdade, negam qualquer possibilidade de milagre e dons em todos os tempos, estando todos eles ao campo da mitologia, inclusive o nascimento Virginal, os milagres neotestamentários, a doutrina da Trindade e da Encarnação de Deus (que, visto do ponto de vista científico, são doutrinas ainda mais difíceis de serem cridas do que muitas outras coisas que o autor do texto "refuta").

    O problema de muitos dos esclarecidos em nosso meio é que não estão dispostos a irem pelo método científico em todos os seus termos, do começo ao fim, o que levaria, segundo alguns, a negar toda e qualquer possibilidade de milagres e dons miraculosos, em todos os tempos, bem como todos os dogmas do cristianismo, como bem apregoa o bispo J. Spong, discípulo de J. A. T. Robinson, entre muitos outros.

    Daí, declarar quase que "papalmente" o que pode ser crido ou não como milagre nas Escrituras, bem como na história do cristianismo, não me parece, data máxima vênia, um expediente muito correto, ainda que amparado na tradição de alguns padres (Crossan, o ex-padre e grande historiador, chegou a dizer que é intelectualmente desonesto dizer que os milagres de nossa religião são verdadeiros, enquanto que os dos outros são mito e imaginação...).

    Crer que somente os milagres de Cristo ou de seu apóstolos foram reais, acaba sendo uma questão de fé (sola fides), ainda que amparados em alguma tradição, visto que, pelo método científico, penso que também não podem ser comprovados.

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  2. Por outro lado, não faz nenhum sentido dizer que há dois mil anos, diante de uma sociedade de mentalidade totalmente mitológica, era necessário milagres para fazer com que as pessoas cressem no evangelho, e que, hoje, tais milagres não são necessários.

    Com muito maior razão, tais milagres deveriam ser necessários ainda hoje, visto que, as doutrinas cridas há dois mil anos, hoje, encontram hoje muito mais dificuldade de serem cridas.

    Por outro lado, limitar a atuação de Deus na dita sucessão apostólica, chamamos de idolatria eclesial, visto que, é limitar Deus onde Ele mesmo, cabalmente não se limitou. Se Ele quiser fazer milagres hoje, ele faz; ainda que seja no meio dos infiéis, pois "até das pedras ele pode suscitar filhos de Abrãao".

    Do ponto de vista da ciência jurídica, a doutrina da sucessão apostólica não prova nada. Se eu dissesse em juízo que "vi" algo ocorrer, isto seria aceito como testemunho do fato. Agora, se eu dissesse que ouvi o que outro disse que outro disse que outro disse ...etc..etc..etc, isto não seria aceito em tribunal nenhum do mundo. Seria o tal argumento da "antiguidade" (uma doutrina é verdadeira porque é muito antiga), ou "ad populum" (algo é verdade porque muita gente creu ao mesmo tempo), o que, aos olhos modernos, tanto da lógica, quanto das ciências empíricas, são argumentos falaciosos.

    Daí, a verdade do Evangelho precisar de um testemunho muito mais poderoso, que não o de homens, com ou sem sucessão ,mas, segundo as Escrituras, é dado pelo Espírito Santo de Deus, sendo uma obra que o próprio Deus opera no coração de cada fiel (algo bem subjetivo, confesso, mas penso, não há como ser de outro modo).

    Um grande abraço.

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  3. Quanto a doutrina da sucessão dos apóstolos leio no Evangelho de Deus, que o Verbo se fez carne perfeita e que nos dias de sua carne mortal, escolheu, separou, ensinou, santificou e comissionou um corpo de homens chamados apóstolos com o objetivo de anunciar a sua doutrina pura e verdadeira.

    Tais as suas palavras:

    "Quem vos ouve a mim me ouve e quem vos despreza a mim vos despreza."

    Logo ninguém possui liberdade alguma para ir a Cristo sem passar pela mediação daqueles que ele escolheu e santificou: seus apóstolos. Quem se faz surdo a suas admoestações se faz surdo a palavra de Cristo quem lhos ouve ouve ao próprio Cristo que fala através deles e por eles.

    Por isso eles são as colunas da igreja e os fundamentos da nova Jerusálem.

    Jesus intercedeu especialmente por este corpo ao dizer: guarda-os em teu nome a estes que me destes.

    E soprando sobre eles, encheu-os com a graça do Espírito Santo, dando-lhes o poder de perdoar e reter os pecados dos homens.

    E lhos instruiu durante quarenta dias nos mistérios do Reino.

    E lhes disse: Ide e ensinai a toda criatura.

    Por isso a Igreja é apostólica ou não é igreja.

    E por apóstolica quero significar que seus líderes foram escolhidos, instruidos e consagrados pelos apóstolos, os quais lhes comunicaram o Espírito Santo e incorruptíveis.

    O próprio Paulo foi consagrado por meio de jejuns, preces e imposição das mãos, merecendo ser recebido pelos apóstolos.

    E em suas instruções a Timóteo alude ao dom que ele recebeu pela imposição de mãos. Determinando que escolhesse homens idôneos e lhos estabelecesse como ministros da igreja, comunicando-lhes o depósito que recebera dos apóstolos.

    É pois plenamente Evangélica e Neo testamentária a doutrina da sucessão sacramental, afirmada pelos sucessores imediatos dos apóstolos como Clemente de Roma, Irineu de Lião, Hegesipo, Origenes, Tertuliano, etc

    Os quais na Europa, na Ásia e na África testemunham unanimemente a fé Católica que receberam dos apóstolos e discípulos: a fé na sucessão apostólica nos termos sacramentais.

    E foi esta sucessão apostólica que venceu a multidão de seitas gnósticas e a heresia ariana, firmando a fé nicena. Esta é a credencial da igreja Histórica e o vinculo histórico das gerações atuais com aquele Deus que entrou objetivamente no tempo e na História.

    Tendo Deus entrado objetivamente na História e escolhido testemunhos externos para sí A CIÊNCIA HISTÓRICA, com base em relações, documentos e fontes primárias, autorizam aos historiadores a descrever e a reconhecer esta igreja histórica seja em termos de instituição, de doutrina ou de moral.

    É isto e somente isto que sobrepõe o Cristianismo a todas as formas mitológicas de religião: a possibilidade de apreender objetivamente suo origem, continuidade e imutabilidade que É O MAIS PORTENTOSO DE TODOS OS MILAGRES JÁ REALIZADOS, porquanto todas as instituições humanas estão sujeitas a variação.

    A sucessão apóstolica porém logrou conservar inalterada a divina revelação transmitida pelo divino Mestre aos apóstolos e pelos apóstolos a seus sucessores, os Bispos Católicos e ortodoxos que até hoje rejem as igrejas plantadas por Paulo, Tiago, João... na Síria, na Grécia, no Egito, na Pérsia e ainda hoje poderiamos fazer a viagem que Hegesipo fez no ano 180 dC e certificar a unidade credal da igreja apostólica.

    Quanto a sua identidade histórica temos a patrologia e os escritos dos primeiros Bispos e sucessores dos apóstolos e PODEMOS DEMONSTRAR OBJETIVA E CIENTIFICAMENTE QUE NOSSA FÉ ORTODOXA É IDÊNTICA A DELES.

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  4. De minha parte creio - com Guaracy Silveira por sinal (in Evangelho, Patrologia e Razão p 52) que as testemunhas dos séculos, I, II e III devem conhecer muito melhor a doutrina Cristã do que as testemunhas dos séculos XVI ou XXI separadas historica e objetivamente do Verbo encarnado por um espaço de mais de mil anos.

    Patrística, logo apostólica, logo revelada.

    A menos que os Santos padres fossem inventores de doutrinas estravagantes e corruptores da fé. Neste caso deveriamos começar revisando o Símbolo Niceno e a guarda do Domingo, como fazem as Testemunhas de Jeová e adventistas.

    Pois o ato de selecionar entre tradições e tradições, tal e qual o ato de selecionar entre passagens e passagens da escritura é ato meramente subjetivo...

    Caso uma das palavras de Cristo fosse falsa, todas as outras cairiam por terra... caso hajam tradições falsas e inventadas pelos padres da Igreja, não há como se apreender a divina revelação e todos os dogmas afirmados pela igreja histórica caem por terra.

    Neste caso nada mais vão do que se apelar as escrituras, a qual cada um lê e interpreta a seu modo, subjetivamente. Os arianos, unitários e jeovistas por exemplo não se deparam com qualquer Trindade ou natureza divina, nas ditas escrituras...

    Por isto que a igreja apostólica conserva e mantem vivo o significado da escritura por meio da tradição, ou seja das sentenças e interpretações comuns aos padres antigos...

    Isto se dá já porque muitos desses padres afrontaram o martírio enquando outros tantos se destacaram em obras sociais e na defesa do direito dos menos favorecidos, o que completa e corrobora nossas alegações firmando a reputação e idoneidade das testemunhas.

    Portanto afirmar que uma doutrina - como a sucessão apostólica - é patrística (remontando ao ano 90) mas não Apostólica ou Evangélica é lançar por terra e aluir a consciência histórica da Igreja Cristã e insinuar que jamais possui estabilidade doutrinária, flutuando em vento de doutrina.

    O que nos levaria lógicamente a rejeição de todos os símbolos e concílios - como fazem anabatistas, jeovistas e adventistas dentre outros - como corrupções grosseiras. Resultado: cada qual tomaria sua tradução da Bíblia, inventaria seu próprio credo e fabricaria uma seita alegando estar iluminado pelo Espírito Santo.

    É exatamente o que tem se sucedido no campo do biblicismo e do livre examinismo já há quinhentos anos. Não há acordo ou unidade alguma sobre o que Cristo tenha revelado ou ensinado, ensinando cada pioneiro o que imagina ou crê ter Cristo revelado e ensinado e cada qual imagina ou crê a sua maneira.

    Dai os cismas, disputações, querelas, intrigas e mesmo violências de que está repleta toda a história religiosa do Ocidente.

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  5. Sobre os milagres.

    Em que pesem as judiciosas observações do amigo sobre os milagres da Escritura e da Igreja, discordo de sua posição pelas seguintes razões:

    - Caso não pudessemos estabelecer razoavelmente tal distinção deveriamos aceitar tudo quanto o Velho Testamento afirma como miraculoso além de estarmos obrigados a investigar toda e qualquer alegação de milagres feita já pela igreja romana, já pela grega, já por qualquer uma das milhares de seitas protestantes, o que a meu ver seria trabalho inutil e vão.

    Já porque não há agremiação religiosa sobre a face da terra que não revindique a realização de milagres, restando as seitas mais fanáticas o desonesto expediante de atribuir a figura mitológica do Diabo os milagres revindicados pelas demais religiões, convertendo-o por sinal num ser tão necessário quanto Deus. Necessário para explicar os 'milagres' que não são feitos pelos 'nossos'.

    Insisto portanto na necessidade de se distinguir perfeitamente entre milagres e 'milagres' adotando um padrão objetivo sob pena de apoiarmos o discurso fundamentalista/fetichista do CRÊ EM TUDO OU NEGA TUDO, discurso que é a meu ver: inconsistente e artificioso.

    Pois neste caso me veria obriagado a perguntar a cada um de meus amigos 'diplomados' se creem de fato em gigantes, num diluvio que cobriu o Himalaia, na estátua de sal, etc

    Eu não creio nelas e não admito que tais fábulas pertençam ao corpo da divina revelação Cristã.

    - Ao que me consta - posso estar errado - nenhum dos aludidos teologos professava a fé nicena ou atanasiana, na divindade de Cristo.

    Por isso não me espanta que um protestante, tendo abdicado da tradição Cristã e da fé ortodoxa se veja totalmente desorientado e sem saber no que crer. Efetivamente o protestantismo (não me refiro aqui ao anglicanismo) sempre me pareceu cindido em dos grupos antagônicos: os fundamentalistas cujo discurso consiste em aceitar tudo e os racionalistas ou céticos que não creem em quase nada.

    Entretanto tal não se dá na ortodoxia, no romanismo e no anglicanismo onde nos deparamos muitas vezes com uma posição intermediária. Esta posicção intermediária não tem certamente pretenssões de infalibilidade (o protestantismo tampouco as tem) reflete porém a consciênciada igreja e certo padrão de racionalidade.

    Na verdade a distinção que adotei e que foi empregada por diversos teólogos papistas não é ociosa em caprichosa, mas fundamentada na fé nicena ou atanasiana e na nossa tradição apostólica.

    É evidente que tais teólogos - citados pelo bom amigo - são incapazes de estabelecer distinção entre os milagres narrados pelo evangelho e os demais milagres antecedentes ou subsequentes e por uma razão simples e elementar: eles praticamente não distinguem Jesus de Isaias ou de Francisco de Assis...

    Para eles Jesus é uma espécie de emissário, profeta ou santo, mas de modo algum o Criador e Deus Único que entra na História e esta distinção é crucial no que diz respeito aos milagres.

    Pois tal divisão é crucial no que diz respeito a própria fé Cristã. Afinal se Jesus é um simples emissário e fez milagres os outros homens também poderiam te-los realizado, agora se Jesus é um Ser único, especial e diferente de todos os outros a coisa muda de figura.

    Portanto o que importa não é a natureza dos tais milagres, mas a natureza daquele que operou os tais milagres...

    Para aquele que não crê na divindade de Cristo uma tal resposta não faz sentido algum. Logo ninguém jamais realizou milagre algum.

    Agora para aquele que professa a divindade de Cristo a distinção é crucial pois refere-se a base de toda a relevação e ao suporte de toda teologia ortodoxa.

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  6. Justamente por crermos na singularidade de Cristo e de sua missão e por não confundi-lo ou nivela-lo com as demais criaturas é que podemos admitir seus milagres e o de seus apóstolos e regeitar todos os outros antecedentes ou subsequentes.

    É o que se chama de argumento Crístico ou cristológico ou ainda de teoria da mente de Cristo na terminologia protestante.

    Não precisamos de papa e nem tomamos a nós mesmos por base de tais raciocinios, antes tomamos a fé nicena por base dos raciocinio sacando as consequências.

    Afinal não há como distinguir Jesus dos outros homens e afirmar sua singularidade se não distinguimos suas obras das obras dos outros homens admitindo sua singularidade e especificidade.

    Cumpre estabelecer ainda que a doutrina da Trindade nada possui de miraculosa, já porque não diz respeito a natureza criada ou a matéria.

    A Encarnação é certamente um milagre e no entanto admitir a existência de um deus incapaz de encarnar-se ou negar a existência de Deus é, a meu ver, uma e mesma coisa. Cumpre estabelecer ainda que aqueles que creem na Encarnação afirmam sua unicidade, não se trata portanto de um milagre que possa ser infinitamente repetido por quaisquer taumaturgos no decorrer da História.

    Portanto como se vê os próprios milagres comportam distinção.

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  7. Crer que apenas e tão somente nos milagres de DEUS ENCARNADO E DE SEUS APÓSTOLOS e regeitar as fábulas tecidas antes da emergencia do pensamento ciêntifico grego e da Encarnação, bem como os pretenssos milagres revindicados pelos charlatães dos tempos modernos, não é penso eu uma questão de fé cega, mas justamente uma questão de se raciocinar a fé a luz de Nikaia ou de se raciocinar de modo absolutamente Cristã, ou seja sem peias judaicas (fundamentadas no falso dogma da inspiração plenária)ou considerações de ordem subjetiva pertinentes a nossa vontade de que milagres ainda ocorram nos dias de hoje.

    Penso que por estar firmada na base mesma do Cristianismo, que é a divindade de Cristo, tal distinção seja naturalmente Cristã e muito me estranha que não tenha espaço no corpo do protestantismo cujos adeptos geralmente afirmam a necessidade de ser crer em tudo (o que redunda a meu ver em credulidade ou superstição) ou de não crer em nada (o que reflete apenas ceticismo).

    De minha parte assumo que sou crédulo com relação a Cristo, ja porque a fé atanasiana proclama este homem como sendo igualmente o Deus verdadeiro e Senhor nosso, mas completamente cético com relação a Moisés ou Edir Macedo pelo simples fato de que nem um nem outro é o Cristo ou Deus feito carne fazendo sua entrada no domínio temporal da História.

    No fim das contas penso que o discurso fudamentalista sobre a necessidade de se crer em absolutamente tudo, reflete justamente a mentalidade judaizante que ainda predomina em certos meios protestantes e que leva seus adpetos a igualar Cristo com os personagens do Velho Testamento e a palavra de tais personagens com as palavras de Cristo, encarando o Evangelho como mera parte da dita Bíblia.

    A teologia nicena entretanto não ressente mais de vezo judaico algum afirmando simultaneamente a singularidade de sua pessoa quanto a soberânia de sua palavra.

    Daí a distinção capital entre os milagres de Cristo e daqueles que ele escolheu e santificou e entre os supostos milagres realizados pelos outros seres humanos.

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  8. Milagres hoje.


    Quanto a credulidade e o fanatismo pertinentes a civilização greco romana no tempo em que viveu Cristo Jesus, podemos averiguar em Salústio, Petrônio, Pausânias, Plutarco e outros...

    Foi portanto necessário que Deus se adaptasse a mente carnal daquela geração assinalando sua entrada na História por meio de milagres e logrando destarte implantar e firmar a igreja no meio deles.

    O próprio livro de Atos nos dá a entender como um milagre semelhante a cura do aleijado de nascença foi importante para a o fortalecimento da igreja Mãe em Jerusalem e o mesmo deve ter se dado em todas as demais igrejas apostólicas, porquanto os pagãos eram quase que em sua totalidade impermeáveis a argumentos de ordem teologica ou moral.

    Era pois necessário falar a linguagem deles: a linguagem do sobrenatural para que a estrutura da igreja fosse definitivamente fixada no mundo romano.

    Fixada a igreja sem que houvesse risco de desaparecimento para ela a finalidade ou objetivo dos milagres cessou e cessando o objetivo cessaram evidentemente os meios.

    Certamente que as doutrinas de ontem ainda não são cridas hoje, todavia a Igreja esta ai, viva e forte a anuncia-las e se não convence as pessoas não é devido a falta de milagres, mas a falta de seriedade...

    Afinal jamais se insistiu tanto em milagres quando hoje e jamais se viveu tão pouco o Evangelho. Pois quando as pessoas tomam por fóco o acidental acabam perdendo de vida o essencial, como aqueles desgraçados que procuraram ao Verbo da vida com o objetivo de encher a pança e não de ouvir seus ensinamentos... penso que parte dessas pessoas, que lho procuraram com objetivos de ordem puramente material foram justamente os que pediram sua condenação diante de Pilatos.

    Pois o testemunho da igreja não são milagres que atijam a matéria mas fé, esperança e caridade que atingem a alma e se manifestam através de obras. SANTIDADE OU IDONEIDADE MORAL É O ÚNICO TESTEMUNHO DE QUE A IGREJA PRECISA PARA CONCENCER O HOMEM OCIDENTAL, O HOMEM MODERNO.

    É de vivência, de coerência e de compromisso ou de obras que a igreja precisa e não de milagres.

    Pois a mesma igreja que afirma realizar milagres é a igreja que se fraternaliza com os poderosos e dá suporte já as guerras, já a pena capital, arrenegando o Evangelho de Cristo. Eis a verdadeira apostasia e eu não creio que Deus seria capaz de patrocinar sobrenaturalmente esta imundice.

    Se a igreja deseja dar um testemunho efetivo ao mundo moderno, concordo com a profetiza adventista Ellen Whit, segundo a qual tal testemunho será social na medida em que a igreja como um corpo vivo inspirará políticas sociais ou criará ela mesma instituições destinadas ao acolhimento de idosos, crianças, enfermos, deficientes, prostitutas, etc regenerando as vida dessas pessoas e resgatando a dignidade das mesmas.

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  9. Mesmo que houvessem milagres ocorrendo ainda hoje na IURD eu ficaria com a IRMÃ DULCE E A MADRE TEREZA DE CÁLCUTA E COM O EVANGELHO DELAS, pois leio no Evangelho: é pelos frutos que os conhecereis e frutos são obras:
    Dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sêde, vestir os nus...

    Obras que pode ser feitas por todos e que estão na possibilidade de cada um de nós.

    Para mim este é o testemunho do Cristão e da Igreja: alteridade e amor não ostentação e poder.

    Para nós a ação de Cristo não é transformar pedras em pão, mas estabelecer a fraternidade entre os seres humanos e erradicar a fome.

    É evidente que se milagres ocorressem deveriam ser concedidos até mesmo aos infiéis, neste caso porém, já não serviriam de testemunho a igreja, porquanto a igreja não deteria seu monopólio.

    Em termos de apologética moderna os milagres seriam absolutamente inuteis a menos que deus fizesse acepção de pessoas ou de sistemas, o que iria contra sua própria palavra... A menos que apenas as pessoas Santas pudessem realiza-los. O que de desmente pelo próprio cárater daqueles que afirmam ter o poder de opera-los.

    Quanto a tal idolatria eclesiástica discordo totalmente do amigo, já porque o Deus do Evangelho fundou uma única igreja, chamando-a de minha enquanto a apóstolo Paulo identificou-a como esposa de Cristo e como coluna e esteio da verdade.

    Já dissemos que tal igreja esta firmada sobre os apóstolos, suas pedras de embasamento juntamente com Pedro. Também é necessário dizer que os mesmos apóstolos receberam do próprio Jesus as chaves do céu e autoridade para ligar ou desligar o que significa que Jesus lhes revestiu de poder e autoridade pelo que lemos nas epistolas de Paulo e nos Atos, que os apóstolos regiam as igrejas com plenos poderes.

    Não havia portanto sequer vestígio dessa doutrina moderna da união individual e imediata com Cristo. No Evangelho que é a palavra de Cristo nos deparamos com a mediação da Igreja: ide a Igreja disse, Jesus! e com a mediação dos apóstolos e esta é a fé Cristã, pura e imaculada.

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  10. Julgo de minha parte que rebelar-se conscicentemente contra a autoridade dos apóstolos e seus sucessores equivale a rebelar-se contra o próprio Cristo e creio que conform suas santas e infáliveis palavras as portas do inferno jamais vencerão a Igreja apostólica por ele fundada.

    Não é idolatria mas fé no Deus encarnado, no seu Espírito Santo e na sua palavra sagrada.

    Do ponto de vista da ciência Histórica averigua-se a idoneidade e a reputação das testemunhas e faz-se o cruzamento de seus testemunhos. Evidentemente que se permanecemos no domínio da oralidade o testemunho logo se corrompe como certificou Mircea Eliade.


    No entanto nossas tradições começaram a ser codificadas já no 80 com o Didaké, em 90 com Clemente de Roma, em 120 - quarenta anos após as mortes dos derradeiros apóstolos - por Pápias e em 140 já temos Justino de Roma.

    Ademais temos fé no poder daquele Espírito vivo e incorruptivel comunicado pelo Senhor aos apóstolos e transmitido pelos apóstolos a seus sucessores. Por isso afirmamos que o Espírito Santo opera verdadeira e miraculosamente na cadeia da sucessão apostólica mantendo inalterada e imutável a profissão de fé na divina revelação.

    Evidentemente que a ciência empírica não recebe o padrão da autoridade.

    E no entanto a ciência empírica sequer recebe os Evangelhos como inspirados... pois seu terreno é o material e não o imaterial.

    Já no terreno na divina revelação, que é imaterial, prevalece o padrão a da autoridade comunicada sobrenaturalmente por Cristo aos apóstolos que ele escolheu e que são por assim dizer seus vigários e procuradores.

    Por isso Paulo em sua carta aos Coríntios refere a autoridade de que foram revestidos os santos apóstolos, que é uma autoridade de origem divina e não humana.

    Isto é tão certo que Pedro, Paulo e João excomungaram diversos heréticos e corruptores do Evangelho.

    O testemunho subjetivo e interno pode até ter algum valor, mas apenas e tão somente para aquele que o sente. De minha parte não creio nele...

    Creio apenas no testemunho histórico, objetivo, externo e perceptivel: da igreja Histórica, da imutabilidade da fé, da idoneidade moral, da santidade, das obras, das instituições sociais, e creio que tal testemunho seja abundamente e suficiente ao menos para mim.

    Respeitosa e cortesmente, em Cristo.

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