Uma apreciação objetiva sobre os supostos dons carismáticos.












Mesmo durante muito tempo após os dons carismáticos terem sido suspensos o homem continuou a sonhar com eles, segundo é de sua condição esperar que os outros façam por si aquilo que ele mesmo deve fazer...

Não é pois para se espantar que após os montanistas muitas outras seitas tenham pretendido restabelecer a econômia carismática na igreja.

E embora não haja elementos que nos permitam apresenta-las como sucessoras históricas do montanismo, na medida em que não tiveram contato algum com os sectários de Montado, somos autorizados a apresenta-las todas como sucessoras ideologicas do catafrigismo na medida em que tentaram reproduzir novamente os ditos dons.

Assim os espirituais franciscanos, os primeiros anabatistas, os calvinistas de Cevvanes, os swedemborguianos, os irwinguianos, os mormóns, os edwardianos e enfim os nossos pentacostais... uns após os outros tais grupos revindicaram a posse de tais manifestações carismáticas e o último grupo ainda hoje o faz.

Só aqui no Brasil, quase vinte milhões de pessoas estão convencidas de que tais manisfestações são absolutamente verídicas e ninguém está autorizado a dizer que são todas desonestas ou imbecis...

Investiguemos pois, tanto mais de perto, o movimento pentecostal para ver se decobrimos o que há de autêntico nele e quais são as suas verdadeiras origens.

Quatro são as explicações possiveis referentes aos dons carismáticos no contexto pentecostal:

- Tudo não passa de prestidigitação ou de patranha.

Evidentemente que existem truques e não são poucos.

Afinal porque o sr David Miranda usa óculos se foi capaz de devolver os movimentos a tantos e tantos paralíticos?

Que hajam pessoas contratadas com o objetivo de forjar milagres e testemunhos, especialmente quando são transmitidos pelos meios de comunicação, é absolutamente certo e não são poucos os que se deixam enganar por tais expedientes...

E no entanto opinamos que nem tudo seja fraude neste campo.

- Tudo não passa de auto hipnose ou de ilusões provocadas pela imaginação exaltada da assistência.

Certamente que no esquema do fanatismo há um espaço bastante amplo para ilusões e equivocos provocados pelo estado febril da imaginação, não sendo poucos os que se deixam levar por tais fantasias... especialmente epiléticos, histéricos, esquizofrenicos, etc

E no entanto não cremos que tantos quantos dos que se encontram nos templos pentecostais se encaixassem em tais perfis...


Firmemente persuadidos de que nem todos ali são desonestos, estúpidos ou afetados, julgamos que haja algo de real por trás de tantas alegações e estórias, sendo nosso dever investigar...


- Segundo a terceira teoria todos os fenômenos são perfeitamente reiais, só que produzidos pelo Demônio e não pelo Espírito Santo...

Tal explicação ainda que absurda não deixa de ter fundamento devido a grande semelhança que há entre as manifestações carismáticas e fenômenos místicos pertinentes a todas as espécies de forma religiosa.

Assim os mesmíssimos fenômenos de transe, de tremores, de choros convulsivos e gargalhadas, de giros, saltos, danças, de gritos, rúgidos e latidos, de profecias e curas espalhafatosas, ocorrem tanto na umbanda e na RCC quanto nos templos pentecostais, a ponto dos próprios kardecistas afirmarem que os mesmos espíritos atrasados e zombeteiros encontram-se por trás de toda essa balbúrdia...

Naturalmente que os pentecostais regeitam toda e qualquer analogia entre os fenômenos que ocorrem em seus templos e os fenômenos que ocorrem nos templos dos papistas e nos terreiros de umbanda, mas... tal negação é aprioristica porquanto nenhum pentecostal ousou presenciar aos rituais da RCC ou da Umbanda com o objetivo de estabelecer ou não os paralelos. Nossa vantagem é justamente esta, que durante nossa tragetória espiritual tivemos ocasião de testemunhar aos três tipos de manifestação: pentecostal, carismática e umbandista e podemos assegurar que os fenômenos ocorridos são indênticos e impossiveis de seres distinguidos uns dos outros exceto pelas explicações fornecidas pelos devotos de cada grupo...

Tal é a opinião do adventista Lourenço Gonzalez e de tantos quantos pesquizaram sobre o assunto.

Logo, como o Espírito Santo não pode operar simultaneamente a favor da crença romana e da crença protestante, enquanto crenças distintas e em parte até antagonicas ou a favor de ambas e simultaneamente a favor das aberrações umbandisticas, os teóricos conservadores concluem muito logicamente que tais fenômenos são provocados pelo Diabo, na medida em que a umbanda, o papismo e o pentecostalismo são três formas igualmente falsas de religiosidade...

Eis uma boa explicação, para os que creem no espantalho infernal é claro... nós porém, que não cremos em Diabos ou demônios não podemos aceita-la.



Daí a quarta e última teoria segundo uma ínfima parcela dos fenômenos é real e aparente, mas não realmente sobrenatural.

Tal a nossa compreenção sobre os fenômenos espiriticos todos de um modo geral os quais segundo nosso entendimento nada tem de sobrenatural ou de transcendente, sendo sob todos os aspectos possiveis naturais e imanentes.

Queremos dizer com isto que a nosso ver tais fenômenos não procedem nem de Deus, nem do Diabo, nem de espíritos desencarnados, mas de espíritos perfeitamente encarnados ou seja da própria mente humana. Julgamos pois que o conhecimento infuso duma determinada lingua, a profecia ou a cura sejam aspectos ou melhor poderes inerentes a nós mesmos quando postos sob determinadas condições.

Tal explicação aurimos da ciência denôminada parapsicologia, a qual, segundo pensamos já examinou e julgou definitivamente a questão, em favor da tese animista.

(Animismo é derivado de alma querendo significar que tais fenômenos são provocados pela alma humana e não pode seres de natureza preternatural)

Segundo as investigações levadas a caso por Hartmann, Richet, De Rochas, Sudré e Warcollier, dentre outros, a tão decantada profecia não passa de pura e simples telepatia...

O tartamudear ruidos ou expressões ininteligiveis como: tabititi, narralais, cantalaias e releluias... não passa a nosso ver duma pura e simples crise emocional sem maiores significações podendo se dizer o mesmo de danças, giros, saltos, etc

Enquanto que o dom de curar ou melhor de reduzir alguns sintomas de certas enfernidades com o toque das mãos também é uma espécie de dom ou poder natural exercido por certo numero de pessoas tanto irreligiosas quanto religiosas e neste caso de diversos credos e formas distintos. Segundo as mais recentes pesquisas no campo é possivel que em certas condições emocionais as mãos de certas pessoas produzam e segreguem algumas substâncias analgésicas ou curativas, ou algum tipo de radiação benéfica.

Mundialmente conhecido é o caso da sra Rosália Cataldo que era capaz de mumificar folhas, frutos e até mesmo pequenos animais impondo suas mãos sobre tais exemplares durante alguns minutos por dia.

Uma vez que todas as manifestações alegadas: a profecia, o dom de curar, as linguas, etc possuem uma explicação puramente natural, resta-nos apenas aplicar a 'navalha de Ockan' e excluir toda e qualquer explicação de ordem sobrenatural - nos moldes do pentecostalismo - como desnecessaria e superflúa.




Conclusão: segundo cremos o substrato de fenômenos 'pentecostais' autêntico, não é de natureza sobrenatural e divina mas de natureza animica, imanente e natural tendo seu ponto de partida nas faculdades mentais dos próprios seres humanos.

Quantos aos verdadeiros e autênticos dons: como obter o pleno conhecimento dum idioma desconhecido ou poder interpreta-lo sem qualquer auxilio natural, curar paraliticos de nascença ou ressuscitar defuntos insistimos que foram definitivamente cancelados após a morte dos derradeiros colaboradores dos apóstolos por volta do ano 150.

E que a maior parte dos fenômenos atualmente apresentados como carismáticos não passam de caricaturas desengonçadas dos verdadeiros fenômenos.

Do contrário os pentecostais de hoje manipulariam serpentes venenosas e tragariam formicida sem que este lhes causasse mal nenhum...

O que no entanto ninguém se propõe a fazer escorado na desculpa de que Deus é Todo poderoso.

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