...eles pensavam que seriam salvos...

ELES PENSARAM QUE IAM ENTRAR...

MAS NÃO ENTRARAM...




"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus..." (Mateus)

Muitos dos que chamam Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus.

Mas nem todo o que o diz, entrará.

E o que chama Jesus de Senhor (Kyrios) está completamente ciente de seu senhorio sobre o universo, e de sua divindade, pois o faz com o mesmo título utilizado no Antigo Testamento para se referir a IHWH.

Ou seja, é uma confissão completamente ortodoxa!

Além do que, é uma confissão enfática: repete "Senhor! Senhor", demonstrando ênfase, demonstrando convicção.

E mesmo assim não entrará.

E ainda, não se trata somente de uma confissão mórbida, intelectualmente ortodoxa; mas é uma fé militante, é uma fé prática.

Pois adiante, argumenta: "Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expulsamos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?"

E, em nenhum momento Jesus negou o que os tais disseram. Ao que parece, fizeram estas coisas mesmo. Tiveram um frutífero ministério carismático!

Os tais falaram em nome de Jesus, expulsaram demônios em seu nome, e fizeram muitos milagres (muitas curas, provavelmente).

Mas ainda assim, não entraram.

E na verdade, ouviram as mais terríveis palavras que alguém poderia ouvir naquele terrível dia: "Nunca vos conheci!"

Como pode, o Senhor onisciente, o criador de todas as coisas, por intermédio de quem tudo foi feito, dizer que não conheceu alguém?

Quando tal coisa é dita, certamente, o que Jesus quis dizer é: nunca tive parte contigo, relacionamento contigo!

Daí, no meu sentir, não obstante reconhecer que o ministério apostólico tenha sido confirmado por muitos sinais e prodígios, fato é que, não me parece que seja a quantidade de dons miraculosos que impressionará a Jesus ou ganhará d'Ele a permissão para entrar no reino.

Ou seja, repetindo, o que o texto nos parece dizer é que, não obstante uma fé ortodoxa, fervorosa (Senhor, Senhor!) e ativa, muitos não entrarão no Reino.

"Nunca vos conheci!..."

"Nunca vos conheci!..."

Então, quem entrará no reino?

"Aquele que faz a vontade do meu Pai..."

E qual é a vontade do Pai?

Esta é a grande pergunta que devemos nos fazer todos os dias, e aplicar nossa vitalidade, nossa inteligência, todo o nosso ser na obtenção da resposta para esta pergunta.

Há um "fazer" que precisa ser buscado, precisa ser vivido, precisa ser conhecido pelos discípulos, e tentar teologizar a respeito pode acabar produzindo um anestésico para a consciência que é justamente o que devemos evitar.

É com absoluta seriedade que devemos nos perguntar: "Estamos fazendo a vontade do Pai"?

Será que o nosso cristianismo moralista, ortodoxo, que vai da casa para a igreja, da igreja para casa, da casa para o trabalho, do trabalho para a casa, e que permanece tão insensível para a dor do mundo, e do próximo, irá nos levar diretamente para o reino do céu?

Cristianismo de gente acima do peso, acima do colesterol, do triglicérides, da pressão normal, do consumismo, muitíssimo acima, muitas vezes, dos bens necessários para a vida, das distrações, etc; tal cristianismo poderá nos salvar?

Ora, mas nossas igrejas têm bastante barulho, bastante dons, bastante entretenimento.

Mas foi para isso que Cristo morreu? Para construirmos templos, catedrais, superestruturas religiosas?

Qual é a vontade do Pai, precisamos nos perguntar! Disto depende a salvação de nossas almas.

Talvez o que seja mais impressionante é que este povo que se achava salvo, "garantido", foi que ouviu aquelas terríveis palavras:

"Apartai-vos de mim, vós os que praticais a iniquidade!"

"Apartai-vos de mim..."

"Mas fizemos tanto por ti, fomos tanto para a igreja, expulsamos tantos demônios, profetizamos tanto, evangelizamos tanto, etc, etc, etc...

"Apartai-vos... vós os que praticais a iniquidade..."

E assim, muitos que tinham tanta confiança de que entrariam, de fora ficarão...

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