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Mostrando postagens de janeiro, 2009

João 3.16 - Jesus, nosso modelo, vocação e inspiração missionária!

A Bĩblia não é base para missões, mas missões são a base para a Bĩblia. João 3.16 é considerado o coração da Bíblia, pois revela o coração de Deus que é missionário e cheio de amor pela humanidade, ao ponto de enviar e sacrificar o próprio Filho para salvação de todo o que crer. O amor de Deus pela humanidade se revela desde os primórdios da criação. Em cada detalhe vemos o capricho e o cuidado de Deus em favor de suas criaturas prediletas. Após a confusão de Babel que gerou conflitos, intrigas e a divisão e o distanciamento dos povos e da nações, o Senhor, Ur dos Caldeus, região de Babel, chama um homem com o intuito de que este venha a se tornar uma bênção para todas as famílias da Terra (Gn 12). Deus abençoa Abrão e quer que ele se torne uma bênção para todas as nações. Abraão e seus descendentes recebem um chamado missionário. Mas, a história mostra que, infelizmente, os descendentes de Abraão, por vezes, tornaram-se ensimesmados, acabando por se esquecerem de sua grande missão. Ma

Bem aventurados os que choram

É estranho ouvir alguém dizer que feliz é quem chora. Geralmente, na ordem natural das coisas, estamos acostumados a ouvir por aí que, feliz é quem está alegre, sorridente, jubiloso. Mas, estranhamente, a segunda bem aventurança que Jesus nos dá é a de que, os felizes são os que choram. Quando li os comentários do Sermão da Montanha do Dr. Lloyd Jones, ele ensinou que existe uma lógica para a ordem das bem aventuranças, ou seja, elas não estão colocadas aleatoriamente. Portanto, o choro seria uma decorrência natural daqueles que se tornaram humildes de espírito. Neste sentido, a primeira bem aventurança seria a porta de entrada para o Reino, para uma comunhão mais profunda com Deus, uma vez que o fiel reconhece que o seu caminho não era necessariamente de Cristo, e tal constatação leva ao choro, às lágrimas. Mas tais lágrimas, seriam, certamente, as lágrimas do encontro com Cristo, do reencontro com o seu Criador, por isso, o fiel se torna feliz. Foi também de Lloyd Jones que ouvi que

Bem aventurados os humildes de espírito

Humildes de espírito. Quem é o humilde de espírito? É aquele que sabe que não possui sua suficiência em si mesmo. É alguém que sabe que depende de Outro, de um “totalmente Outro” (Barth) para ter em si a saúde e o vigor espiritual necessários. Ele é bem aventurado, ou seja, feliz, em sua humildade, justamente porque sabe que não está escravizado pela necessidade de se fazer feliz. Está tranqüilo em relação a isto, pois sabe que nada, por si só, pode fazer, mas sim acolher a Outro. É feliz alguém que realmente, em certo sentido, desistiu de ser feliz, de ficar nesta corrida frenética pelo conseguir algo. Ele descansa, pois se lembra do profeta que disse que “no sossego e na confiança está a nossa força” (Isaías 30.15). Ele está tranqüilo, pois não sente a necessidade de se impor sobre o seu próximo. Não precisa provar nada para ninguém, pois é Outro que o justifica. Não que seja um arrogante, que não se importe o que os outros pensam. Pelo contrário; sua vida é totalmente transparente,

Dia de Martin Luther King

Como vencer as crises (Salmo 126)

O Salmo 126 é a oração de um povo que sofre muito em meio a uma enorme crise. Diante de dificuldades tão ameaçadoras, o povo busca o socorro de Deus (v.4). A fé deste povo não existe num vazio, não é supersticiosa, superficial e abstrata, mas está fundamenta sobre dois pilares: o primeiro é a recordação de um grande evento histórico de libertação que aconteceu no passado (vs. 1-3) e o outro diz respeito à uma experiência mais próxima do dia a dia daquela comunidade agrícola, algo que se repetia todos os anos, uma lição extraída da natureza da vida, em que se pode ver a mão provedora de Deus (vs. 5-6). O salmista está trazendo a memória aquilo que pode dar esperança (Lm 3.21). A recordação dos grandes feitos do Senhor, como a libertação do cativeiro babilônico, traz esperança, fé, ânimo e alegria: "Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isto estamos alegres!" (v.3). Aquele cativeiro e exílio haviam sido um dos piores momentos da história do povo hebreu, mas, quando tudo pare

João Cassiano e a amizade

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JOÃO CASSIANO E A AMIZADE Este homem de Deus que viveu em meados do século IV, e teve grande contato com homens como Evágrio Pôntico, João Crisóstomo e Leão Magno, tinha na amizade uma das mais belas experiências da vida cristã, deixando-nos consignado alguns princípios quanto a este assunto que vale a pena serem meditados : 1) a amizade é um bem tão precioso que deve ser preferido a qualquer bem material. A amizade entre as pessoas não será duradoura se cada qual preferir seu conforto, suas riquezas ou sua saúde à felicidade do outro. A posse ou a apropriação de bens materiais pode ser um obstáculo ao bom entendimento. A regra poderia ser a seguinte: “tudo o que é meu é teu”, e nunca “tudo o que é teu é meu”, a não ser que me faças dom ou compartilhes o que te pertence. 2) Nunca impor a sua vontade Entre amigos, em vez de formulações do tipo “você deve” ou “está obrigado a”, são utilizadas expressões como “se você deseja”, “se você puder”. 3) Tudo o que é útil e necessário deve ceder

Ghiorghiu V. Florovsky - biografia de um teólogo ortodoxo

Ghiorghiu V. Florovsky foi um teólogo e sacerdote Ortodoxo. Nasceu nos arredores de Odessa em 28 de agosto de 1893. Na época, seu pai Basílio era capelão e professor de religião num colégio da cidade. Sua mãe, Cláudia Poprouzhenko, descendia do meio clerical. Recebeu a educação inicial de seus pais; herdou deles profunda piedade e um conceito muito elevado do que fosse religião. Assimilou de seus pais um sentido de profunda piedade e um conceito muito elevado de tudo aquilo que diz respeito à religião: a Igreja, os ícones, a liturgia, a Tradição, o clero. Leia este excelente texto, e a biografia de outros teólogos em Teologia Contemporânea .

João Cassiano e a Amizade

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Este homem de Deus que viveu em meados do século IV, e teve grande contato com homens como Evágrio Pôntico, João Crisóstomo e Leão Magno, tinha na amizade uma das mais belas experiências da vida cristã, deixando-nos consignado alguns princípios quanto a este assunto que vale a pena serem meditados : 1) a amizade é um bem tão precioso que deve ser preferido a qualquer bem material. A amizade entre as pessoas não será duradoura se cada qual preferir seu conforto, suas riquezas ou sua saúde à felicidade do outro. A posse ou a apropriação de bens materiais pode ser um obstáculo ao bom entendimento. A regra poderia ser a seguinte: “tudo o que é meu é teu”, e nunca “tudo o que é teu é meu”, a não ser que me faças dom ou compartilhes o que te pertence. 2) Nunca impor a sua vontade Entre amigos, em vez de formulações do tipo “você deve” ou “está obrigado a”, são utilizadas expressões como “se você deseja”, “se você puder”. 3) Tudo o que é útil e necessário deve ceder lugar ao amor e a paz A ún

Predestinação à salvação

(um interessante texto de autoria de um católico romano acerca do pensamento de Tomás de Aquino sobre o tema "Predestinação"). Sidney Silveira No capítulo da Suma Teológica em que Santo Tomás aborda o tema da predestinação, na minha velha edição de alfarrabista há uma portentosa introdução que, primeiramente, enumera algumas das principais heresias a respeito desse tema de grande interesse teológico. Começo a reportá-la aqui, em atenção a uma amiga muito distante, assim como porque creio ser de grande utilidade para todos: a) Orígenes, que dizia heterodoxamente o seguinte: Deus predestina todos à Glória, em atenção aos méritos da alma em sua existência anterior à união com o corpo; b) Os pelagianos admitiam que Deus predestina os homens à Glória em razão dos méritos adquiridos nesta vida terrena; c) Os semipelagianos afirmavam que Deus predestina à Glória os homens que, por sua própria atividade natural, começam a empreender o caminho da salvação; d) Alguns teólogos de menor

Sequestro da Subjetividade

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Toda e qualquer forma de sequestro da subjetividade implica rupturas dolorosas e esquecimento de valores. Por isso os sequestros são experiências de relações diabólicas. Não oferecem pontes, mas, ao contrário, cortam as comunicações, impedem travessias e superações. A prevalência de relações diabólicas, em detrimento de relações simbólicas, provoca um empobrecimento considerável do mundo, uma vez que o mundo diabólico é o mundo que impede os encontros, em vez de proporcioná-los. Estabelecer uma luta contra as estruturas que diabolizam o mundo consiste em quebrar os cativeiros da mentalidade que nos ensinou a reproduzir nas pequenas relações, as estruturas do diabólico. Insensibilizados, nem sempre estamos dispostos a estabelecer pontes. Consequentemente, nós vamos cavando nossa própria solidão, gerando um mundo cada vez mais desprovido do poder transformador das realidades simbólicas (Pe. Fábio de Melo, em "Quem me roubou de mim", p. 134).

Sobre as riquezas

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SOBRE AS RIQUEZAS Diz-me de onde vem tua riqueza? De quem a recebeste? E aquele de quem ele a herdou? Do avô, dirse-à, do pai. Será que poderias, remontando às gerações, provar que esta posse é justa? Não poderias comprová-lo porque sua origem e raiz estão necessariamente associadas a uma injustiça qualquer. Por quê? Porque Deus, no começo, não criou, de um lado, ricos, e do outro, pobres... Ele deu a mesma terra a todos. Como é que se explica que, sendo a terra comum a todos, tu possuis uma tão grande quantidade de hectares, enquanto seu vizinho nem sequer possui um punhado? 'Foi meu pai', dizes tu, 'que me transmitiu tudo isso'. - E ele, de quem recebeu esta terra? -'De seus antepassados'. Mas se recuar bem atrás, vamos encontrar necessariamente a origem.... Quando alguém tenta apoderar-se de um bem para torná-lo seu, então, surgem as brigas, como se a própria natureza se indignasse pelo fato de que - enquanto Deus nos reúne os homens de toda a parte - nós nos

A radicalidade do pensamento econômico de João Crisóstomo

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Diz-me de onde vem tua riqueza? De quem a recebeste? E aquele de quem ele a herdou? Do avô, dirse-à, do pai. Será que poderias, remontando às gerações, provar que esta posse é justa? Não poderias comprová-lo porque sua origem e raiz estão necessariamente associadas a uma injustiça qualquer. Por quê? Porque Deus, no começo, não criou, de um lado, ricos, e do outro, pobres... Ele deu a mesma terra a todos. Como é que se explica que, sendo a terra comum a todos, tu possuis uma tão grande quantidade de hectares, enquanto seu vizinho nem sequer possui um punhado? 'Foi meu pai', dizes tu, 'que me transmitiu tudo isso'. - E ele, de quem recebeu esta terra? -'De seus antepassados'. Mas se recuar bem atrás, vamos encontrar necessariamente a origem.... Quando alguém tenta apoderar-se de um bem para torná-lo seu, então, surgem as brigas, como se a própria natureza se indignasse pelo fato de que - enquanto Deus nos reúne os homens de toda a parte - nós nos dividimos por con

A regra suprema

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A regra suprema... é se recusar terminantemente a ter o que milhões não podem ter. Essa capacidade de recusar não se apresentará a nós de repente. O primeiro passo é cultivar a atitude mental que não se pode ter bens ou recursos que são negados a milhões; o passo seguinte, imediato, é reformar nossas vidas o mais depressa possível, de acordo com essa mentalidade (Gandhi). Acho este ensino um tanto quanto radical, e dificilmente aplicável a outros milhões de seres humanos "médios", por assim dizer. Parece-me uma ética própria dos santos, dos grandes homens e mulheres de Deus. Entretanto, o que nos arrebata neste ensino é justamente a idéia de que, se todos, de algum modo, dividíssemos aquilo que nos sobra (ou poderia nos sobrar), certamente estaria um tanto quanto amenizada a fome e a miséria ao nosso redor. Acho que não devemos viver com sentimento de culpa caso tivermos alguma coisa a mais do que outras pessoas. Temos o direito de usufruir daquilo que adquirimos com o suor d

Festa nos céus

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"Há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende" (Lc 5,10). Porque será que há festa nos céus quando um pecador se arrepende (isto, para aqueles que acreditam em anjos)? Podem ser vários os motivos; mas um deles, certamente, é porque é muito difícil um pecador se arrepender sinceramente dos seus pecados (esta, vale inclusive, para os que não acreditam em anjos). Fico pensando em minha conversão, e, o quanto eu era rápido em reformar a minha vida à luz da Palavra de Deus. A exercer a auto-reflexão, e, converter-me, buscando-me amoldar "Àquele que me chamou das trevas à sua maravilhosa luz". Com o passar do tempo, curiosamente, vamos ficando mais complacentes com nossas próprias mazelas, deixando para depois aquilo que devemos emendar e corrigir hoje. E, certamente, são estas coisas verdadeiras causas de tropeços para o nosso progresso na fé e em nossa própria vida. Mas, o que quero refletir realmente é esta dificuldade de nos arrependermos. Arrepe

Ação e Contemplação

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Quando ação e contemplação habitam juntas, enchendo toda a nossa vida por sermos movido em tudo pelo Espírito de Deus, então somos espiritualmente maduros (Thomas Merton). Dizem alguns colegas que a ação tomou conta do cristianismo ocidental, deixando-se de lado a contemplação. Talvez isso seja verdade mesmo, talvez, até mesmo mais verdade no protestantismo que no catolicismo romano. Isto porque, nós, ocidentais, somos muito ativistas. Estamos sempre fazendo muitas e muitas coisas. Mal paramos para descansar, quanto mais para contemplar (quando paramos, é para ver televisão). E, para aqueles que labutam mais ativamente no ministério, o dia do Senhor então, é uma correria só. Mesmo a nossa liturgia, o nosso culto público, muitas vezes é bastante agitada. Mal paramos para contemplar. Na verdade, em muito, retiramos os elementos contemplativos de nossa espiritualidade. Não há mais quadros, não há mais pinturas, são poucos os gestos liturgicos. Não é a toa que o neopentecostalismo tenta re

Inveja

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"Os escribas e os fariseus observavam-no, procurando ver se ele faria a cura no sábado, a fim de acharem de que o acusar" (Lucas 6,7). Segundo as Escrituras, Jesus curou um homem com a mão ressequida, e isto em um dia de sábado. Fez isso a vista de todos. Uma obra maravilhosa, diga-se de passagem. Mas os líderes religiosos o acusaram de descumprir a lei, justamente por causa do dia em que a cura foi realizada, qual seja, o sábado. O sábado, na verdade, foi apenas um desculpa. Jesus já estava, há muito tempo, chamando a atenção de todos, não somente pelos dons que estava exercendo no meio de todo o povo, com curas (Lucas 5,13), expulsão de espíritos imundos (Lucas 4,35), e maravilhando a todos com os seus ensinos (Lucas 4,22). E isto estava despertando a inveja dos líderes religiosos de sua época. Há uma aspecto muito sombrio e muito infernal no sentimento de inveja. A inveja nos impede simplesmente de ver as maravilhas de Deus, quando são operadas em nosso meio. Uma obra mara

Virtude

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Na verdade, não são palavras sublimes que fazem o homem santo e justo; é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus (Tomás de Kempis). Se somos seres em evolução, significa que levamos milhares de anos para desenvolver a linguagem. E se levamos milhares de anos para desenvolver a linguagem, significa que, na história da humanidade, nos comunicamos muito mais por gestos e por imitação do que por palavras. Daí, a vida "falar" muito mais alto do que os discursos, e fazer muito mais sentido. É muitíssimo fácil ser reprovado naquilo que nós mesmos ensinamos e dizemos defender. Talvez seja por isso que o Apóstolo Paulo dizia que esmurrava o próprio corpo para que não fosse reprovado naquilo que ele mesmo ensinava; e também, talvez este fosse um dos motivos para que Tiago ensinasse que muitos de nós não deveriam se tornarem mestres, pois destes, haveria muito maior rigor no juízo. Kyrie eleison .

Do cristianismo ao ateísmo

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DO CRISTIANISMO AO ATEÍSMO Há boas chances do ateísmo moderno ser uma espécie de descendente, ou até mesmo de um produto da religião judaico cristã, principalmente do seu aspecto protestante, visto que foi em meio a esta cultura que ganhou maior força e estrutura. Provavelmente possa ter existido na Antiguidade pessoas que não tenham acreditado na existência de um ser superior, entretanto, salvo melhor juízo, não há nada documentado neste sentido. Existem religiões milenares no oriente, como o budismo e o confucionismo, entretanto, nunca se houve notícia de que tais religiões ou formas de pensamento tenham gerado alguém ou um grupo de pessoas que atacassem diretamente as formas do pensar religioso e negassem radicalmente a existência de Deus (ou de deuses) e das realidades espirituais. Também na filosofia grega não se tem notícia de algum filosofo ou pensador que tenha negado a existência da divindade, mesmo nas mais gloriosas elucubrações “científicas” do gênio grego. Nem Epicuro, que

A metáfora do Deus encarnado

Por Carlos Eduardo Calvani A metáfora do Deus encarnado, por John Hick. Trad. do inglês de Luís Henrique Dreher. Vozes, Petrópolis 2000. 1v. br., 135 x 210mm, 230 p. Para nós anglicanos do Brasil, sempre é motivo de alegria quando é publicado algum livro de autor(a) anglicano(a) em nosso país, sobretudo porque a falta de recursos de nossa pequenina Província inviabiliza a compra de direitos autorais, edição, impressão, publicação e divulgação de textos importantes de Teologia Anglicana. Por isso quando alguma editora nacional de grande porte publica um texto dessa natureza, sempre é bom divulgá-lo, sobretudo quando o mesmo é de altíssima qualidade literária e teológica. É o caso deste livro de John Hick, A metáfora do Deus encarnado. Todos sabem a importância dada pelos teólogos anglicanos à doutrina da Encarnação. É um tema para o qual freqüentemente retornamos. E isso não é de agora. Na verdade, desde Santo Anselmo (embora seja anacronismo chamá-lo “anglicano”), com sua obra clássica

Graça Barata

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A graça barata é a pregação sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem a confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado . (Dietrich Bonhoeffer)

Renúncia

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Há uma doce teologia do coração que só se aprende na escola da renúncia (A. W. Tozer) Isto parece ir completamente de encontro com aquilo que costumamos chamar de teologia da prosperidade. Não é que os teólogos da prosperidade e seus pastores necessariamente tenham aberto mão de boa parte da tradicional e rígida ética protestante. Não é nada disso, se bem que tal possa ocorrer, simplesmente por tal ética sequer ser mencionada. O preocupante nesta teologia é que ela parece despertar aquela conhecida ganância humana por prosperidade e riquezas; e isto é perigoso, na medida que o próprio Senhor nos ensinou que um rico dificilmente entrará no Reino dos céus, e que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Claro que muitos, para se desculparem, dizem que não é o dinheiro o problema, mas sim o amor a ele, não importando quanto se tenha. Não obstante eu não advogar a teologia da pobreza e da miséria, fato é que, se eu tiver um montão de dinheiro, é muitíssimo provável que eu o ame. Assim

Da intenção do coração

DA INTENÇÃO DO CORAÇÃO “Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração...” (o Profeta Samuel). Segundo o profeta Samuel, o nosso interior, diante de Deus, é muito mais importante e relevante do que nossa aparência. O evangelista Mateus nos diz que Cristo ensinou que felizes eram os puros de coração. O apóstolo Paulo nos ensinou que, quer seja comendo, quer bebendo, seja fazendo qualquer outra coisa, que o seja para a glória de Deus. Jesus, quando esteve sobre a face da terra, disse aos fariseus que eles deveriam limpar primeiro o interior do copo, do que o exterior. Por isso, ao meditar nestas e em tantas outras passagens bíblicas, convido a você que juntos aceitemos o desafio de, em todos os momentos de nossa vida, fazermos uma auto-análise de nossas intenções na presença do Senhor. Com que intenção nós temos vivido nossas vidas? Com amor? Com egoísmo? Com caridade? Com “vontade de aparecer?” Pois pecado

Ano novo

O Tempo "Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente. " Carlos Drummond de Andrade

A razão

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Dois excessos: excluir a razão, não admitir outra coisa que não seja a razão (Blaise Pascal) A fé cristã não é empiricamente demonstrável em boa parte dos seus principais fundamenos; entretanto, penso, nestes seus fundamentos são totalmente razoáveis. Obviamente, alguém só pode explicar empirica e de forma totalmente razoável algo que lhe seja menor; e, segundo as Escrituras, tudo neste universo é menor que o ser humano, e tudo no universo é passível da observação humana. Entretanto, Deus não faz parte do universo, pois caso assim o fosse, menor do que o universo seria, e, portanto, não seria Deus. Entretanto, segundo penso, é muito mais razoável crermos que há uma causa primeira para o Universo do que somente o acaso, ou causa nenhuma. Não demonstrar empiricamente uma realidade não significa que devamos nos entregar ao absurdo. Se o ser humano é um animal em evolução, é totalmente razoável entendermos que o primeiro passo para deixarmos a condição de meros animais foi suplantar aquilo