Vida Simples

É vergonhoso a um cristão buscar desenfreadamente o acúmulo de bens materiais.

Isso porque, se quiser viver conforme o seu Senhor viveu, deverá buscar uma simplicidade em sua vida, para que ela porventura não fique carregada de obstáculos à realização do bem.

Há uma corja de pseudo-líderes que têm comportamento pernicioso na sociedade.

Tiram muitos recursos materiais dela, em forma de dizimo, ofertas e outras modos de contribuição, e pouco devolvem à comunidade, em forma de ação social e missões.

Vivem como reis no mundo, acumulando casas, mansões, dinheiro no exterior, cargos públicos, despotismo eclesiástico e político, e o bem que parecem fazer ao evangelhos é somente aparente, ou muito menos do que poderiam e deveriam fazer. Para estes certamente estará reservado o negrume das trevas.


Gozam do poder institucional, seja eclesiástico, seja político em suas mãos, aterrorizando seus subordinados que dedicaram toda sua vida à denominação do qual pertencem.

E o seu povo, cada vez mais explorado e humilhado, muito distante estão de expressar aquela alegria comunitária proposta pelo evangelho.

Fontes sem água, gente que fez mercado do povo, cujo ministério gira ao redor de suas pérfidas carreiras.

O verdadeiro cristão não é assim.

Ainda que movimente muito dinheiro, viverá a vida simples que seu contexto permite, ainda que possa usufruir de algum conforto.

Dizem que John Wesley foi um dos homens que mais movimentou dinheiro em seu tempo, pela venda de livros e pelas doações ás sociedades metodistas. Entretanto, quando morreu, deixou somente um casaco, uma cadeira e um Bíblia. O  restante, doou tudo.

Depois que o metodismo surgiu na Inglaterra, nenhum inglês deixou de ouvir a pregação do evangelho, e nenhum necessitado deixou de receber algum tipo de ajuda social. Os irmãos Wesley, sem o saber, praticaram a "missão integral".

Seu exemplo deveria nos inspirar.

O cristão trabalha com as mãos fazendo aquilo que é bom, para ajudar quem tem necessidade. Deixar de ter algo demasiadamente caro para poder ajudar mais alguém.

Não descansa, pois quer ver a causa do evangelho triunfar, não se sente plenamente feliz diante de tanta miséria no mundo; envergonha-se de ambicionar coisas demasiadamente altivas, haja vista tantos miseráveis.

Pode até acumular para as necessidades cotidianas de moradia, estudo ou seus próprios negócios (nada errado com isso), mas mantém vigia sobre si mesmo para não pecar contra seu Senhor, e sabe que por Ele também será julgado.

Assim fizeram muitos dos que participaram de Lausanne. Um pacto de simplicidade, para assim participarem mais ativamente da missão de levar o evangelho todo para todos os homens. John Stott, Renê Padilha, Ariovaldo Ramos, entre tantos outros que têm dedicado suas vidas ao evangelho. Infelizmente, digo-o com lágrimas e dor, boa parte da liderança evangélica entende que a salvação humana consiste somente na salvação da alma (se é que estas estão sendo salvas mesmo), e pouco se dedica à causa dos miseráveis e necessitados deste mundo.  Dor, dor e dor. Somente dor é possível sentir diante desse quadro. Pois se forma um exército de "embiguzados", somente preocupados com suas próprias vidas, desde que paguem devidamente seus impostos religiosos...

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