A si mesmo se esvaziou

Mas esvaziou-se a si mesmo        (Filipenses 2.7)

A epístola aos filipenses é conhecida como a carta da alegria, pois se trata de um dos documentos mais pessoais do apóstolo Paulo para aquela igreja que ele fundou. É escrita de uma prisão, expressando agradecimento por todo apoio recebido por aquela igreja.

A carta é cheia de elogios àqueles irmãos, entretanto, no início de seu segundo capítulo, temos a impressão de que, mesmo naquela igreja havia desentendimentos na comunidade.
Paulo pediu então algumas coisas difíceis de serem cumpridas, entre elas, que cada qual considerasse o outro superior a si mesmo e não olhasse somente para os seus próprios interesses, mas cada qual também para o que era do outro.

E ele determina que entre os irmãos haja o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, do qual “esvaziou-se a si mesmo”.

Muito se tem discutido do que exatamente Cristo se esvaziou. Uma coisa é certa. Ele se esvaziou da glória que possuía com o Pai antes do mundo ser criado (João 17.5). Entendemos que ele não deixou em nenhum momento de ter sua natureza divina, mas que deixou sua glória a fim de se tornar um de nós.

E após se esvaziar, se encarnar, e tomar a forma humana, ainda viveu vida de servo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz, que era a mais terrível execução imposta naquele momento histórico, da qual um cidadão romano não poderia sofrer.

Assim sendo, Paulo, para resolver um problema de relacionamento comunitário, dá o exemplo máximo de humilhação que alguém já possa ter sofrido. E se Jesus se humilhou assim por cada um de nós, é pouco que nós nos humilhemos também uns aos outros, e sirvamos uns aos outros.

Por maior que seja a humilhação que eu e você possamos passar, será sempre nada comparado ao que Jesus passou. Após sua morte, foi ressuscitado, exaltado pelo Pai, tendo recebido o nome que está acima de todo nome.

Penso que esse exemplo é dado pelo apóstolo também para incentivar os irmãos, no sentido de que, aquele que a si mesmo se humilhar, também será exaltado por Deus. Na comunidade cristã, é como se todos fôssemos garçons uns dos outros, sempre servindo.


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