Profetas sem profecia

Por Gederson Falcometa Zagnoli Pinheiro de Faria

A atividade profética no Antigos Testamento, consistiu na pregação da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, na denúncia dos pecados do “povo de DEUS” e na anunciação dos respectivos castigos.

Atualmente a famigerada Teologia da Libertação (apoiada pela CNBB), pretende fazer um “aggiornamento” no Dom de Profecia, o que lhe faz deixar de ser um Dom. No Brasil, a atividade profética parte da premissa de que nosso povo é Santo e são as entidades políticas e religiosas as pecadoras, os instrumentos de opressão. Ainda não descobriram que tais entidades são compostas por homens, quando descobrirem pensaram em ofertar-lhes a salvação como manda o santo Evangelho.

É claro que salvando o homem, salvam-se as instituições nas quais ele trabalha. Só que a Teologia da Libertação quer "libertar" o homem do Estado, ela sequer considera a utilidade do Estado para o bem comum. O mesmo se aplica a Igreja, não se trata de uma teologia de salvação, mas de uma teologia de destruição.

Nosso Senhor disse que o diabo veio para matar, roubar e destruir. O marxismo por onde passou deixou marcas de sua tríade maligna, em sua versão teológica, não seria diferente. O que querem é apenas a experiência de uma sociedade sem instituições estatais, empresariais e eclesiásticas.

A Teologia da Libertação ao adotar o marxismo, acredita que é a prática quem faz a teoria. Tendo esta postura, todos os conceitos que esta teologia tem, são humanos e contigentes, não são divinos e absolutos. Para os teologistas da libertação, não é DEUS quem determina o que é o profeta e muito menos quem ele é. O que determina o profeta e quem ele é, é a prática humana, DEUS é excluído, e a sua palavra sequer é considerada.

O que fazem estes profetas sem profecias, é aplicar o conceito do Pe Henri Bouillard;

"Quando o espírito evolui, uma verdade imutável não se mantém senão graças a uma evolução simultânea e correlativa de todas as noções, mantendo entre elas uma mesma relação. Uma teologia que não fosse atual seria uma teologia falsa." Conversion et gráce chez Saint Thomas d'Aquin

O Theos para estes teólogos é o mundo e o logos é a matéria. Desta maneira, uma teologia que não acompanha a evolução (O Espírito Santo da Nova Teologia), é uma teologia falsa. Então até o dia de hoje o cristianismo nunca possuiu e possuíra uma teologia verdadeira. Exatamente porque a prática não pode fazer a teoria e ao mesmo tempo proceder de DEUS. Se a teoria faz a prática, DEUS falou, se a prática faz a teoria, DEUS nunca falou a humanidade, ele simplesmente não existe.

É notório em alguns relatos do AT que os verdadeiros profetas foram desacreditados pelos falsos profetas. Isto porque os primeiros estavam em comunhão com DEUS e os segundos com seu tempo. Além disso, cabe dizer que o tempo das profecias cessou com São João Batista, como diz nosso Senhor:

“Porque os profetas e a lei tiveram a palavra até João.” Mt 11, 13

Ora, se os profetas e a lei tiveram a palavra até João, por que esforçam-se os Teologistas da Libertação em formar novos profetas sem a participação de DEUS?

O motivo é bem simples, eles não consideram Jesus como DEUS e assim não podem considerar a graça e muito menos que há uma palavra de DEUS. Agem como os Pelagianos, que acreditavam que o homem não necessita da graça enquanto não pecarem. Necessitam da graça somente se vierem a pecar. Deste modo, eles acreditam que o homem possuí o primeiro estado de Adão e Eva. Assim passamos a entender porque eles consideram que o povo brasileiro é santo.

Também não consideram a lei como elemento de justificação do homem. Para eles o homem é justificado pura e simplesmente por ser, humano, é como diz o ditado; “Errar é humano.” O fato do homem ser, humano, justifica todo e qualquer erro. Assim o erro tornou-se a medida da piedade e da misericórdia, além de ter se tornado a medida da perfeição humana.

É impiedoso, demasiadamente impiedoso, colocar o fim da profecia na denúncia de injustiças sociais e desviá-la da denúncia dos pecados. Equivale a rejeitar o Espírito Santo, que de um certo modo, utiliza nos para convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo. Isto também tem uma explicação; não acreditando os Teologistas da Libertação na propriedade privada, eles não podem acreditar que o Dom é de propriedade de DEUS e que ele o confere a quem bem entende. O mesmo aplica-se a verdade, como dizia Dostoievisk; Se DEUS não existe, tudo é permitido. Isto por um motivo bem simples; Sem DEUS não existe propriedade privada, nem mesmo o Dom da Profecia tem dono.

Há apropriação indevida do Dom de Profecia, provoca a multiplicação dos falsos profetas. Aqueles dos quais o Senhor nos advertiu dizendo:

“Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores.” Mt 7,15

No entanto, estas palavras, como todas palavras do Senhor, para um Teologista da Libertação são teorias que devem ser desconsideradas ou transformadas pela prática. Então temos aqui novamente o ensinamento do Pe. Henri Bouillard. Seguir tal teologia, significa sempre aprender e nunca chegar ao conhecimento da verdade (II Tm 3,7).

Sempre praticando, mas nunca chegando a teoria, rejeitam a DEUS e rejeitando-o, seus erros ficam evidentes aos que o aceitam. Porque como essa Teologia pode Libertar, se a libertação cristã vem pelo conhecimento da verdade? Jesus não “disse conhereis a prática de vosso tempo e de vossa sociedade e ela vos libertará”, mas sim;

“Conhecereís a verdade e a verdade vos libertará” Jo 8, 32

Evidentemente também devo conhecer a verdade sobre a profecia para saber o que é um profeta e se de fato é um profeta. Eles porém pensam praticar a profecia, logo não sabem o que é a profecia e nem podem saber, porque ocupam-se apenas da prática e perseguem a teoria profética perfeita. Assim, são todos falsos profetas que não vem da parte de DEUS. É pela falsidade com que atuam, que fica cada vez mais claro e evidente as palavras do autêntico profeta:

“E vereis de novo que há uma diferença entre justo e ímpio, entre quem serve a Deus e quem não o serve.” Ml 3,18

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