Dia do Trabalho

Por Carlos Seino

Dia do trabalho.

Em muitos locais do mundo estão ocorrendo protestos, conflitos com a polícia, tendo em vista o desemprego e a queda de salários.

Em outros, ocorrem festas, com a participação de cantores, com sorteios, dança, teatro, etc.

E nem digo que a situação dos trabalhadores em locais festivos esteja melhor do que, por exemplo, a de muitos revoltosos trabalhadores gregos e alemães, entre outros... Talvez, seja até pior...

Mas a gente gosta de festa, e, ser revoltado, cansa, dá muito trabalho...

E a gente nem é tão apegado ao dinheiro assim...

Realmente, é um mundo muito complexo. Depois do fracasso do socialismo histórico, e toda aquela coisa de ditadura do proletariado (como se isso fosse criar um sistema mais harmônico, pacífico e melhor para todos, como bem advertiu Tolstoi e os anarquistas contemporâneos a Marx), fica difícil a adesão aos revoltosos de plantão.

Dizem que o otimista é aquele que diz que a vida está melhor a cada dia que passa.

E que o pessimista é aquele que teme que isto seja verdade...

Indagações e meditações a parte, ficamos a nos perguntar: será que ainda existe espaço em nossa sociedade para aquele Deus cujos profetas pareciam homens revoltados?

Homens que apontavam o dedo na cara dos reis e denunciavam o seu injusto modo de vida?

Homens que denunciavam o acúmulo como algo abominável diante daquele que é o Senhor de toda a terra?

Que diziam claramente que não há espaço no reino de Deus para os que oprimem o seu próximo, lhe retendo o salário, enriquecendo com o fruto da miséria alheia?

Acho que preferimos um Deus domesticado. Um Deus presente em batismos e casamentos, que ratifique as nossas festinhas e reuniões sociais, com tapetes de veludos, enfeites, muita comida e bebida na mesa para os amigos.

Que chato aquele Deus que manda dar todas estas coisas, não para os amigos, mas para os que não podem retribuir.

A saída para a humanidade é dar ouvidos a este Deus novamente. Não é o capitalismo que vai transformar o mundo em um lugar melhor. Muito menos o socialismo. É a consciência, é o amor, são aqueles valores já tão conhecidos, entretanto, tão renegados, e repisados pela maioria dos povos, e talvez, por cada um de nós mesmos.

Quando vejo a perda salarial de muitos grupos profissionais (inclusive, o meu), e o contínuo aumento do lucro de outra classe de homens, principalmente dos doutos políticos, sejam do executivo, legislativo e judiciário, verifico que estes doutos senhores que estão no poder são exploradores, não podem de modo algum dizer que governam com bases, não em uma religião, mas em uma consciência cristã, não podem dizer que são servidores públicos (o que deveriam ser de fato e de direito), pois não dividem o encargo do sofrimento com a maior parte da população.

E o duro é que a nossa mentalidade egoísta, individualista e mesquinha quer, na verdade, fazer de tudo para atingir tal status, tal posiçao social, e passar para o time de lá.

A única salvação para estes doutos senhores é, talvez, a aplicação que dão para os fartos recursos que adquirem através deste sistema iníquo, que talvez todos ajudamos a promover. Que aprendam a fazer amigos por meio das "riquezas da iniquidade", para que se abram plenamente as entradas do céu para os tais. Que aprendam a exercitar a caridade, retirando para si somente o necessáriio para o sustento, e que de algum modo, ajudem a aliviar o sofrimento do outro.

Mas dificilmente um rico terá entrada no céu...

Deus tenha pidedade de nós.

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