Vindicação do ritual e da simbologia.











Tentou a reforma destruir o símbolo e suprimir o ritual.


E no entanto o símbolo faz parte da condição humana.


E de todas as culturas.


Três foram as alegações dos primeiros reformadores em sua luta contra o simbólico:


- A origem dos símbolos e rituais é pagã.


- A religião Cristã é totalmente espiritual.


- O ritual deu origem a um sem número de superstições.


Examine-mo-las, uma a uma com o devido cuidado:



- A origem dos símbolos e rituais é pagã.


Basta abrirmos qualquer obra de polêmica como a de C H Collete - inovações do romanismo - para nos depararmos com um sem número de referência sobre a origem gentílica de tais e tais simbolos e ritos...


Os hindus faziam arder círios e lâmpadas diante de seus ídolos... os sacerdotes romanos faziam emprego da água lustral... os sacerdotes gregos colocavam relíquias debaixo de seus altares, etc, etc, etc


Em algumas de suas dissertações os escritores protestantes, praticamente demonstram A UNIVERSALIDADE de um determinado símbolo ou ritual, já porque a imensa maioria deles era comum ao povo judeu e se encontra presente nos livros dos judeus.


Pois entre o judaismo moderno e simplificado após a destruição do templo e o judaismo vetero testamentário, inclusive o dos dias de Jesus, vaí uma larga diferença.


Naturalmente que nas atuais conjunturas, suprimido o sacerdócio estatuido pela lei Mosaica - ou como dizem pelo próprio Ente Imutável - o culto hebraico parece bastante semelhante ao culto protestante tradicional.


Entretanto este já não é o judaismo verdadeiro, estabelecido por Deus e na posse de suas prerrogativas sacerdotais, mas o judaismo apóstata e desarraigado... um judaismo decaído e desapossado de suas credencias divinas.


Outra coisa totalmente distinta era o judaismo dos tempos de Jesus ou ante-Cristão na posse de seu lugar santo, de seus sacerdotes símbolos e cerimônias, quase tão complexas quanto as cerimônias pagãs...


A questão se põe nos seguintes termos: em que pese o cárater espiritual e invisivel do deus judaico, o culto que lhe dedicavam os judeus, não se distinguia em quase nada do culto que os pagãos prestavam a suas divindades.


Queremos dizer com isto que o culto descrito no Testamento Velho - sob tantos aspectos endeusado pelos protestantes - parecisa-se muito mais com as missas ortodoxas ou tridentinas do que com o culto protestante, exceto pelas imagens.


Se bem que o templo de Salomão estivesse repleto de gravuras de anjos, animais e vegetais, amplamente descritas no Livro dos reis e a sinagoga de Dura Europos parecesse mais um templo ortodoxo, com suas ícones, do que um templo protestante com suas paredes nuas.


Todavia exceto pela ausência de imagens, o antigo culto hebraico, preponderantemente litúrgico e ritual, assemelhava-se mais com os cultos pagãos do que com a rude simplicidade dos cultos protestantes.


Trata-se dum fato rigorosamente histórico corroborado antes de tudo pelo Testamento Antigo, para não falarmos no Talmud e nas outras sifras.


Tal e qual os pagãos os hebreus possuiam uma hierarquia sacerdotal e seu grande sacerdote era consagrado e ungido com óleo perfumoso tal e qual os sacerdotes pagãos. Aqui judaismo e paganismo estão de pleno acordo e com eles a tradição Cristã.


O ritual hebraico comportava aspersões com água e purificações tal e qual o ritual pagão que fazia uso da água lustral. O próprio Senhor do Universo pela água estatuiu o símbolo de nossa regeneração e a tradição da igreja testifica a respeito das aspersões rituais.


O pentateuco refere-se ao castiçal de sete braços, que os hebreus chamavam de Menorá, como a uma luz perpétua posta diante da face de Jeová. Aqui os protestantes deveriam perguntar o mesmo que se perguntam com referência aos idolos pagãos ou a nossas ícones: será que Jeová sofria de deficiência visual?


Mais uma vez judaismo e paganismo estão de pleno acordo quanto a luz simbolizar a natureza divina - Deus é luz, e nele não há treva alguma; afirma o Evangelho - e com eles a tradição Cristã dos séculos primevos.


Os pagãos empregavam inceso e perfumes na adoração divina... não seja por isso: os hebreus também lhos empregavam e até mesmo ungiam pedras ou bétilos - maceboths - com óleo perfumoso como fez Jacó em Bet El. No templo dos judeus havia um altar específico para a queima de essências e perfumes e seus sacerdotes portavam incensórios manuais... Mais uma vez encontramos pleno acordo entre judeus, pagãos e a Cristandade primeva, pois o cheiro do incenso simboliza as orações dos justos que sobem a Deus e correspondem a sua santa vontade.


A Cruz como as Testemunhas de Jeová e os racionalistas não se cansam de afirmar, é um símbolo universal presente em praticamente todas as culturas antigas: hindu, chinesa, egipcia, babilônica, celta, etc Entretanto também nos deparamos com ela no judaismo pois ao profeta Ezequiel foi determinado marcar com a figura da cruz as frontes dos santos de Jerusalem... e também nos primórdios do Cristianismo pois até mesmo nas ruinas de Pompeia (cidade destruida no ano 80) foi encontrado um adoratório Cristão marcado com ela, enquanto símbolo de nossa restauração.


Os hebreus faziam procissões com sua arca e subiam em procissão ao templo cantando Salmos de subida, do mesmo modo que os pagãos faziam suas procrissões cantado hinos e nós fazemos as nossas cantando refrões do Novo Testamento.


Os hebreus e os pagãos possuiam calendários festivos e cada uma de suas festas seu ritual especifico. No yon Kipur havia o ritual da confissão e do bode expiatório, nos tabernáculos havia o ritual das asperssões, etc


Nas Sinagogas os antigos judeus seguiam um ritual fixo e inalterável - como os pagãos e os cristãos ortodoxos - recitando orações escritas - como o Kadish ou o Shemoné Esré - cobrindo-se com sacos e cinza (simbolo empregado também pelos pagãos e Cristãos) e jejuando (costume empregado igualmente por pagãos e Cristãos).


Os hebreus como os pagãos adornavam a enfeitavam os túmulos dos santos e até creditavam milagres a seus despojos como no caso do morto que tornou a vida quando seu corpo tocou nos ossos do profeta Eliseu. Eles até mesmo recorriam a intercessão do profeta Elijah em situações de risco eminente...


Tais semelhanças entre judaismo antigo, paganismo e Cristianismo apostólico poderiam ser enumeradas ao infinito, estas entretanto são mais do que suficiente para demonstrar que a alegação dos protestantes segundo a qual nossos simbolos e nosso ritual procedem exclusivamente dos meios pagãos é absolutamente falsa e desonesta. Quem quizer saber mais pode folhear os libros da Sra Anne Besant, nos quais a mistagoga anglo saxã enumera todas as afinidades simbólicas e ritualisticas existentes entre judaismo e paganismo.


Efetivamente os paramentos e alfaias empregados no culto Cristão possuem mais afinidade com os paramentos e alfaias empregados pelos antigos hebreus do que com os paramentos e alfaias empregados pelos antigos pagãos, embora uns e outros fizessem uso de tais aparatos.


Conclusão: Judaismo, Paganismo e Cristianismo primitivo (as catacumbas depoem ostensivamente sobre o universo simbólico - bastante amplo - do Cristianismo nascente) não se excluem mas depoem unanimemente contra a tradição anti-simbólica inaugurada pelos reformadores protestantes.


Diantes de tantas evidências históricas os advogados da ordem protestante tiveram de elaborar uma nova argumentação, tanto mais sutil, mas não menos falha...





- A religião Cristã - leia-se calvinista - é totalmente espiritual.


Isto quer dizer que ela não tem nada em comum seja com o paganismo, seja com o judaismo.


O protestante sincero e bem informado esta ciente que o judaismo antigo ou vetero testamentário não fornece apoio algum ao discurso anti-simbólico ou anti-ritualistico assumido pelos primeiros reformadores, especialmente por João Calvino.


Pois uma coisa é ser iconoclástico e outra totalmente distinta ser anti-ritualistico... afinal o judaismo e islamismo não são sistemas anti-ritualisticos em que pese o iconoclasmo reinante em ambos os sistemas. Tanto no Islã quanto no judaismo há espaço para simbolos e litúrgias...


O protestantismo no entanto inclinou-se, desde seus primórdios, a um padrão de expontaneidade e de informalidade inexistente em todas as outras formas e sistemas religiosos vivos ou mortos.


Como foi dito pelo crítico, a mentalidade protestante tem se rebelado continuamente contra todo e qualquer tipo de adoração coletiva e/ou social. De modo que a adoração publica protestante nada mais é do que um conjunto de adorações individuais... ali estão todos juntos certamente, mas cada um adora a seu modo e de modo diverso!


Uma tal mentalidade só poderia ter surgido após o advento do capitalismo e nas terras do Norte da Europa, jamais na Palestina do século I... Transplanta-la da Alemanha, da Holanda ou da Escócia a judéia e do século XVI ao primeiro é um escandaloso anacronismo.


Por quarenta anos - até a destruição do templo em 70 - os apóstolos e o povo de Cristo frequentaram o templo e as sinagogas dos judeus, e do templo e da sinagoga receberam formas de adoração características.


Subsiste até os dias de hoje uma especie de livro de Missa ou Didaké, composto pelos primeiros Cristãos e constam nele já algumas diretrizes e preces semelhantes as que hoje se encontram em nossos catecismos ou livrinhos de igreja...


Os primeiros Cristãos compreenderam perfeitamente o significado das palavras: Orai assim...


Também perceberam que os Salmos - que fora o hinário da sinagoga - comportava repetições (inclusive em forma de ladainha) e que o próprio Senhor as vésperas de sua paixão repetira por três vezes seguidas a mesma fórmula...


O livro do apocalipse não se limitou a fornecer-lhes uma escatologia, forneceu-lhes antes de tudo símbolos: o cordeiro, os selos, as lampadas, o incensario, etc


Julgo que uma das maiores desgraças do protestantismo foi ter surgido num período ante-histórico, durante o qual pouco ou nada se sabia sobre o passado religioso ou profano...


Sabiam os reformadores que o Cristianismo surgira num contexto judeu - segundo Cristo, sua mãe, seu precursor e seus apóstolos eram judeus - e tinham diante de si um judaismo iconoclasta e ritualmente pobre. Concluiram pois que Jesus e seus apóstolos eram igualmente iconoclastas e infensos a todo e qualquer tipo de uniformidade ritual...


Os reformadores conceberam aprioristicamente uma idéia de Cristianismo 'espiritualizado', descarnado e caótico e atribuiram-na resolutamente ao Senhor e a seus apostolos. Nas conjunturas em que viveram não dispunham dos meios necessários para investigar até que ponto suas opiniões e teorias eram verdadeiras...


Nós entrentanto, que vivemos após a reconstrução da ciência histórica, após a diplomática, após a arqueologia, após o positivismo, após a redescoberta das catacumbas, após a patrologia Migne... estamos aptos a tirar nossas conclusões.


Desgraçadamente a maior parte de tudo quando os primeiros Cristãos escreveu ou fez, foi implacavelmente destruido pelas perseguições movidas pelo império romano. Dai imaginar-mos precipitadamente que o Cristianismo não existiu ou que existiu invisivelmente (ou seja descarnadamente) durante os primeiros séculos.


No entanto logo que nos deparamos com a primeiro Templo Cristão - de Dura Europos (cerca de 240 ) - já nos deparamos com pinturas em seu batistério... e com pinturas nas catacumbas... e com cruzes em todas as ruinas de templos e oratórios ante nicenos...


E com cálices, e medalhas e placas nos quais se encontram figuras e simbolos gravados, como se fosse perfeitamente natural empregar simbolos e figuras naqueles tempos quase apostólicos.


Tudo isto nos aponta para uma verdade bastante luminosa:


Centrado na encarnação de Deus, o Cristianismo ortodoxo jamais deu suporte aquele espiritualismo descarnado caracteristico do judaismo, do islamismo e do protestantismo.


Nossos primeiros mestres e doutores jamais perderam de vista que nosso Deus teve um corpo, que nosso Deus teve sentidos, que nosso Deus teve forma...


Tampouco olvidaram eles de que o corpo humano é obra de Deus e que esta obra ressuscitara.


Quero dizer com isto que o Cristianismo nascente jamais afirmou a divindade como algo absolutamente transcendente ou descarnado. O Cristianismo sempre afirmou a divindade como encarnada ou humanada...


A espiritualidade da essência divina jamais serviu de pretexto para que os Cristãos minimizassem a encarnação de Cristo. Os Cristãos sempre souberam adorar o Espírito incriado através de sua natureza física ou corpórea recebida no tempo e no espaço da Santa Virgem...


Jamais adoramos a um deus invisivel ou fantasmagórico, sem corpo, linhas ou aparência. O Deus Cristão sempre foi adorado como Emanuel, ou seja como Deus presente, como Deus irmão...


Tampouco o adorador Cristão foi concebido como puro espírito isento de matéria.


Muito pelo contrário para os primeiros Cristãos até mesmo os anjos possuiam corpos de matéria tanto mais sutil.


Só a deidade era encarada por eles como totalmente isenta de matéria em sua condição extra temporal.


Os Cristãos jamais afirmaram-se a si mesmos ou aos anjos como puros espíritos isentos de matéria... eles jamais perderam de vista seus corpos, a esfera sensorial ou a resurreição do último dia.


Por isso jamais lhes passou pela cabeça a invenção de um culto puramente espiritual como sustem os protestantes, querendo significar com isto um culto sem símbolos, sem cerimônias e quiçá sem uniformidade alguma.


Adorar em espírito não é de forma alguma adorar sem o corpo ou sem os sentidos, mas adorar no corpo e através do corpo com uma adoração que parte da alma ou seja com uma adoração viva e integral e não com uma adoração superficial e mecânica. Pois os antigos adoravam apenas e tão somente através do corpo ou seja mecanicamente...


Jesus não disse que não empregassemos o corpo ou os sentidos na adoração - nem poderia te-lo dito pois ele mesmo assumiu um corpo (tal tipo de adoração convem mais a Mani do que a Jesus - mas que o ponto de partida para a adoração verdadeira é a alma e que cumpre ao corpo apenas e tão somente traduzir o estado e as aspirações da alma.


Fosse assim - Jesus o autor dum culto puramente espiritual ou descarnado - porque teria o mesmo Jesus mandado que os apóstolos ungissem aos enfermos com óleo material? - referido també pelo apóstolo S Tiago - Uma vez que seu poder curador não dependia do óleo... porque teria empregado barro ao abrir aos olho do cego? Porque soprou com sua boca o poder do Espírito Santo se podia ter comunicado o Espírito aos apóstolos sem soprar? Porque precisou tocar aos leprosos para cura-los se poderia te-los curado sem palavra ou gesto algum pelo poder de sua vontade?


Nos exemplos acima não há espaço para qualquer teoria espiritualista ou descarnada pois Jesus através de gestos ou elementos materiais fez questão de honrar o complemento de seu corpo e de estimular por meio de gestos e simbolos a fé daqueles que o cercavam.


Portanto se o Verbo encarnado e vivificante empregou elementos materiais e gestos simbólicos e suas ações miraculosas porque não haveremos de emprega-los igualmente na adoração verdadeira?


Antes não nos cumpre imitar ao Deus encarnado e agir como ele mesmo agiu, empregando a matéria e o símbolo?


Conclusão: sendo a religião da encarnação e da ressurreição a religião Cristã não pode ser uma religião absolutamente espiritual ou descarnada, mas uma religião encarnada, que faz uso da matéria e do corpo na adoração a exemplo de seu augusto fundador.


Diante de tais fatos só resta ao protestante passar ao terceiro e derradeiro argumento:



- O ritual deu origem a um sem número de superstições.



Marcelo Bispo latino de Columna chegou a escrever um livreto no qual, expunha a virtude 'mágica' de cada gesto ritual...


Segundo esse homem bizonho, a água benta já não simbolizava a purificação dos pecados daqueles que tendo se arrependido são lavados com a água que brotou do lado do Senhor morto, mas expulsava demônios...


Também os círios e lâmpadas já não simbolizavam a essência divina, mas expulsavam os espíritos amantes das trevas...


O sinal da cruz também começo a passar por poderoso exorcismo...


As relíquias dos santos que a principio serviam como memórias de suas ações, tendo em vista despertar nos crentes vivos o desejo de imita-las e de grangear o patrocino dos memos junto ao Senhor Cristo, passaram a ser encaradas como meios através dos quais era possivel extorquir graças e milagres...


Após as invasões bárbaros todo esquema simbólico empregado pela igreja Cristã passou a ser encarado como um esquema mágico fetichista.


Pois a mente dos invasores fossem germânicos ou árabes, saidos das selvas ou das areias dos desertos, não estava a altura do simbolismo proposto sendo incapaz de capta-lo.


Daí a conotação supersticiosa adquirida pelo ritual no decurso da Idade Média.


Procedentes dum universo pré cientifíco, ante filosófico ou completamente iletrado, tais homens só podiam receber a linguagem simbólica da igreja enquanto exorcismo ou enquanto bruxaria...


A partir de então os abusos foram se somando uns aos outros...


Não foi supersticiosa a Idade media por ser Cristã, mas antes de tudo por ser bárbara... suprimida a cultura greco-romana nada restou aos povos Cristãos senão a ignorância mais crassa e sua filha: a credulidade.


E não poderia ser outra a situação.


Tal o estado de coisas no tempo em que eclodiu a reformação protestante.


E nada teriamos de increpar caso a dita reformação tivesse combatido o diabolismo e a crença em milagres na mesma medida em que deu combate as formas simbólicas de culto...


Entretanto Lutero e Calvino também acreditavam em bruxas e milagres, e talvez até mais do que os medievos...


Não foi portanto com o objetivo de dar combate a mentalidade mágico/fetichista que a reforma sumprimiu o ritual e simplificou ou culto... pois tal mentalidade inda faz parte dela.


Nada mais imediatista que o ideário pentecostal em que pese seu iconoclasticismo e sua aversão a uniformidade.


A reforma nascente não cogitou em combater o símbolo enquanto algo materializado e corrompido pela ingenuidade medieval, cogitou em combater o simbolo em sí mesmo, enquando símbolo, e em manter viva a mentalidade corrupta dos medievos.


É justamente um tipo de combate que não podemos aplaudir, pois implica em regeitar parte da natureza humana ou parte do homem, enquanto forjador de simbolos e esquemas simbólicos.


Implica em negar como intrisecamente má um determinado tipo de linguagem, alias universalmente empregada pelo homo sapiens.


Por outro lado, admitindo que o simbolismo Cristão deu vezo a abusos, nem por isto apoiariamos qualquer tentativa de suprimi-lo.


Pois sabemos que os abusos não parte das coisas ou instituições em si, mas das condições em que se encontram aqueles que delas se utilizam...


Daí o aforismo: O abuso não tolhe o uso.


O homem costuma abusar do vinho.


Ótimo, a quam culparemos?


Ao homem ou ao vinho?


Deitar fora o vinho ou educar o homem... qual a solução mais sábia?


Segundo C S Lewis, cumpre educar ao homem e não deitar o vinho.


Pois o vinho não tendo consciência ou liberdade não é responsável pelos fenômenos que produz no organismo do homem...


Ninguém gosta de ouvir falar em abolição da propriedade.


Entretanto nenhuma instituição humana tem sofrido mais abusos do que a propriedade...


O dinheiro então quantos abusos não tem sofrido...


E quem deseja acabar com ele?


A religião tem dado vezo a monstruosos abusos, como as inquisições romana e protestante...


Logo: pau no romanismo e no protestantismo...


Até o Novo Testamento ou melhor o sentido do Novo Testamento tem sofrido clamorosos abusos.


Refiro-me as disparatadas interpretações com que Jesus e seus apóstolos teem sido brindados...


Acaso não disse o Pr Marcos Feliciano que Jesus ao montar num jumentinho novo, quiz revindicar para si mesmo um Pálio 0 KM?


Já não apresentaram Paulo como antinominiasta um sem número de vezes?


Entretanto não revindicamos nem poderiamos revindicar a destruição dos escritos inspirados...


Uma coisa é lutar para que os abusos sejam corrigidos e outra para que as coisas que sofrem abuso sejam destruidas como culpadas.


E parece-me que esta foi a atitude dos primeiros reformadores.


Ao invés de educar aos homens para que abandonassem a compreenção material e vulgar que faziam dos simbolos e do ritual aos primeiros reformadores optaram por condenar todo e qualquer esquema simbólico e por simplificar as litúrgias que os apóstolos, mártires e padres haviam composto com o objetivo de elevar tanto mais facilmente as almas dos adoradores ao Cristo bendito.


Desde então a obra de demolição ainda não sessou e sou da opinião segundo a qual o Cristianismo e o mundo teem se tornado cada vez menos belos e atraentes.
Na minha condição de ser corpóreo e de adorador de um Deus encarnado repudio terminantemente a qualquer tipo de adoração puramente espiritual e descarnada, encarando-a como uma mutilação da fé Cristã e da própria natureza humana.








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