O que Deus quer de nós
Um aspecto de alguns ramos do cristianismo é que centralizam toda a piedade nos atos religiosos de cada qual.
Crente poderoso, crente fiel é aquele que jejua muito, que ora muito, que lê bastante a Bíblia e se achega para ouvir sermões.
É alguém que constantemente vai à sua agremiação religiosa. Um verdadeiro exemplo para os fiéis.
Mas será mesmo que atos piedosos particulares logram êxito em mover o coração de Deus, alcançando o seu favor?
Será que tudo o quanto muitos aprendem sobre religião está realmente errado?
Será que a religião, muito mais do que voltada para o metafísico, o totalmente distante, a fuga do mundo não deveria obedecer justamente o caminho contrário, de volta para o ser humano, para o pobre, para o necessitado, para a encarnação?
De vez em quando, precisamos revisitar antigos textos para revitalizar a nossa fé:
"...me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça, e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se achegar a Deus..."
Foi isso que disse o profeta Isaías. Fala de gente piedosa, gente que vai sempre ao templo, gente que está de acordo com suas obrigações religiosas, e bastante interessada em aprender. Que padre, que pastor, não queria ter um público assim?
Entretanto, não obstante tal interesse, tais religiosos passam por grandes frustações:
"Porque jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Porque afligimos nossas almas, e tu não levas em conta?"
Ora, mesmo sendo adeptos de uma religião monoteísta, que crê na pessoalidade e personalidade de Deus, muitos continuam agindo como se a sua religião fosse mágica, como se o realizar certos atos levasse necessariamente a certos efeitos. Como se a divindade pudesse ser manipulada pelo sacrifício pessoal.
O que Deus diz para estes:
"Será este o jejum que escolhi, que o homem aflija a sua alma, incline sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias isto de jejum e dia aceitável ao Senhor?"
Qual então a essência da verdadeira religião?
"Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes a ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaçes todo o jugo?"
E o que mais?
"Porventura não é que repartas também o seu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras e não te escondas do teu semelhante?
E qual o resultado de tal agir?
"Então romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda"
Não que o profeta fosse contrário a arrebatamentos místicos. Ele mesmo já sofrera alguns. Mas se tais arrebatamentos não desembocarem no serviço ao próximo é fuga do mundo, busca de si, talvez, no sentido menos recomendável do termo.
Daí, toda esta gente, ávida por conhecer mais a Deus, que lota os templos, que são tão fiéis às suas obrigações religiosas, poderiam tentar, ainda que devagar, procurar desviar o foco de sua devoção do metafísico para o físico, do outro mundo para este mundo, buscando ver no serviço aos necessitados um serviço direto ao próprio Deus.
Dizem, no Antigo Testamento, que quem contribuia e dizimava, ajudava a suprir a casa de Deus. Entretanto, tanto no Antigo, quanto no Novo, quem ajuda o pobre, dá seus bens diretamente a Deus, pois ele disse "quem dá ao pobre, empresta a Deus" e " quando a um destes fizesse, a mim o fizestes..."
Daí, sabemos qual é a religião pura e sem mácula...
Óbvio. Somos todos um Corpo. E quem controla o Corpo, é o Cabeça do Corpo. Uma parte do corpo não conhece toda a extensão do Corpo; somente o Cabeça conhece. Não é dado a uma parte do Corpo julgar outra parte.
Daí, o que faltar em carisma, outro que complete. O que lhe faltar em caridade; outro complete. O que faltar em ciência a um, o outro completa. Enfim, não somos iguais; não temos a mesma função.
Mas certamente, não podemos perder de vista que esta face de ajuda e misericórdia certamente deve fazer parte do nosso "ethos".
Deus nos ajude a ser assim. E a promessa divina é maravilhosa quanto a isso:
"...então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita, então a tua luz nascerá das trevas, e a tua escuridão como o meio dia. O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; será como jardim regado, e como um manacial, cujas águas jamais faltam..."
Crente poderoso, crente fiel é aquele que jejua muito, que ora muito, que lê bastante a Bíblia e se achega para ouvir sermões.
É alguém que constantemente vai à sua agremiação religiosa. Um verdadeiro exemplo para os fiéis.
Mas será mesmo que atos piedosos particulares logram êxito em mover o coração de Deus, alcançando o seu favor?
Será que tudo o quanto muitos aprendem sobre religião está realmente errado?
Será que a religião, muito mais do que voltada para o metafísico, o totalmente distante, a fuga do mundo não deveria obedecer justamente o caminho contrário, de volta para o ser humano, para o pobre, para o necessitado, para a encarnação?
De vez em quando, precisamos revisitar antigos textos para revitalizar a nossa fé:
"...me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça, e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se achegar a Deus..."
Foi isso que disse o profeta Isaías. Fala de gente piedosa, gente que vai sempre ao templo, gente que está de acordo com suas obrigações religiosas, e bastante interessada em aprender. Que padre, que pastor, não queria ter um público assim?
Entretanto, não obstante tal interesse, tais religiosos passam por grandes frustações:
"Porque jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Porque afligimos nossas almas, e tu não levas em conta?"
Ora, mesmo sendo adeptos de uma religião monoteísta, que crê na pessoalidade e personalidade de Deus, muitos continuam agindo como se a sua religião fosse mágica, como se o realizar certos atos levasse necessariamente a certos efeitos. Como se a divindade pudesse ser manipulada pelo sacrifício pessoal.
O que Deus diz para estes:
"Será este o jejum que escolhi, que o homem aflija a sua alma, incline sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias isto de jejum e dia aceitável ao Senhor?"
Qual então a essência da verdadeira religião?
"Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes a ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaçes todo o jugo?"
E o que mais?
"Porventura não é que repartas também o seu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras e não te escondas do teu semelhante?
E qual o resultado de tal agir?
"Então romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda"
Não que o profeta fosse contrário a arrebatamentos místicos. Ele mesmo já sofrera alguns. Mas se tais arrebatamentos não desembocarem no serviço ao próximo é fuga do mundo, busca de si, talvez, no sentido menos recomendável do termo.
Daí, toda esta gente, ávida por conhecer mais a Deus, que lota os templos, que são tão fiéis às suas obrigações religiosas, poderiam tentar, ainda que devagar, procurar desviar o foco de sua devoção do metafísico para o físico, do outro mundo para este mundo, buscando ver no serviço aos necessitados um serviço direto ao próprio Deus.
Dizem, no Antigo Testamento, que quem contribuia e dizimava, ajudava a suprir a casa de Deus. Entretanto, tanto no Antigo, quanto no Novo, quem ajuda o pobre, dá seus bens diretamente a Deus, pois ele disse "quem dá ao pobre, empresta a Deus" e " quando a um destes fizesse, a mim o fizestes..."
Daí, sabemos qual é a religião pura e sem mácula...
Óbvio. Somos todos um Corpo. E quem controla o Corpo, é o Cabeça do Corpo. Uma parte do corpo não conhece toda a extensão do Corpo; somente o Cabeça conhece. Não é dado a uma parte do Corpo julgar outra parte.
Daí, o que faltar em carisma, outro que complete. O que lhe faltar em caridade; outro complete. O que faltar em ciência a um, o outro completa. Enfim, não somos iguais; não temos a mesma função.
Mas certamente, não podemos perder de vista que esta face de ajuda e misericórdia certamente deve fazer parte do nosso "ethos".
Deus nos ajude a ser assim. E a promessa divina é maravilhosa quanto a isso:
"...então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita, então a tua luz nascerá das trevas, e a tua escuridão como o meio dia. O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; será como jardim regado, e como um manacial, cujas águas jamais faltam..."
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