Educando os filhos diante de um quadro de separação


É uma realidade que tem aumentado o número de divórcios, mesmo entre os evangélicos, no Brasil. Já se foi o tempo em que, de modo geral, as famílias cristãs apresentavam maior estabilidade que aquelas que não se freqüentam constantemente nenhuma instituição religiosa.

As maiores vítimas de tais ocorrências, obviamente, são os filhos, daí, haver uma necessidade de maior atenção às crianças nesta situação tão difícil. A desatenção da parte dos pais pode acabar provocando algumas dificuldades emocionais complicadas.

Como agir para que tal não ocorra?

 
Uma boa dica, em minha opinião, é jamais falem mal um do outro para a criança. Não ensine sentimentos negativos, como o ódio, a raiva, o ressentimento para ela. O interior da criança é um tipo de santuário que não deve ser violado. O mundo se encarregará de ensiná-la tais sentimentos. Que não parta dos pais.

Geralmente um dos cônjuges se sente injustiçado com a separação. Não importa. A criança não é alguém que deva ser “ganha” para um dos lados desta situação. Mesmo com a separação, continua valendo o preceito evangélico de “não faleis mal uns dos outros”, ou “não julgueis para que não sejam julgados”.

Outra dica é a de não usar a criança de forma chantagista ou vingativa para com o outro. Criança não é para fazer parte deste joguinho dos adultos. A criança é “lugar de paz”, “lugar de trégua”. Há alguns que usam os filhos para ferir o outro cônjuge. Cristãos, que já falharam com o seu casamento, que não repitam o erro com o seu filho.

Daí, o casal cristão que se separa deve buscar todos os meios para que tal ocorra de forma mais amigável possível. Continua valendo também o preceito do “dar a face ao que o fere”. Paulo disse que era uma completa derrota aos cristãos entrarem em demanda judicial uns contra os outros. É melhor sofrer o dano, ensinou o apóstolo, alicerçado, inclusive, em Cristo Jesus.

Outro aspecto, envolvendo tudo isso, é que, embora tenha ocorrido a separação, ela se deu entre o casal, não entre pais e filhos. É uma pena que geralmente, pais que não ficam com a guarda acabam com o tempo, se afastando, levando outra vida. A criança tem o direito de conviver com ambos os pais. Ambos são necessários para a formação de seu caráter. O interesse da criança vem sempre em primeiro lugar. Os projetos pessoais devem dar espaço aos interesses da criança. Age irresponsavelmente qualquer atitude diferente dessa.


fonte da imagem: http://conviver.wordpress.com/2008/05/16/pais-separados-e-filhos-felizes-e-possivel/

Comentários

  1. Caríssimo irmão CArlos,
    Graça e Paz.
    Parabens pela bela mensagem. A separação não implode somente a estrutura familiar, mas tambem implica em sequelas na vida dos pequenos inocentes.

    Fraternalmente em Cristo, Nosso Redentor.
    Jorge de França

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  2. Pois é, irmão Jorge! Cabe a nós fazermos o máximo para minimizar os efeitos de tal ocorrência! Um grande abraço, e obrigado pelo comentário.

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  3. Infelizmente muitos dos princípios cristãos ou aqueles apenas éticos são abandonados durante os processos de separação. Sem dúvida muitas questões conscientes e inconscientes, práticas e emocionais, vêem a tona e dão contorno ao cenário. Na maioria das vezes os filhos são os menos favorecidos e os que mais sofrem nesse processo de ruptura, mesmo que, como defesa, não expressem isso claramente. A separação, tanto para o casal, como para os filhos são um momento de profunda perda, equivalente ao sentimento de luto. Segundo Jung toda perda provoca a vivência do arquétipo da morte, a perda por excelência. Elaborar as novas formas de relação requer empenho de todos os envolvidos, sendo necessário perdão, compreensão e maturidade emocional. Infelizmente, por falta desses três a alienação parental acaba se tornando uma realidade triste e devastadora para o desenvolvimento dos filhos e para a saúde emocional dos divorciados. Mas, aos poucos a legislação brasileira tem avançado nesse ponto. A lei 11.698/2008 que versa sobre a guarda compartilhada e a lei 12.318/2010 que dispõem sobre a alienação parental têm auxiliado na tentativa de melhorar esse cenário, algumas vezes devastador,outras injusto. Mas, o melhor mesmo seria a prática verdadeira de uma vivência dos princípios cristão como você propõem meu caro amigo.

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