Vida simples

É vergonhoso a um cristão buscar desenfreadamente o acúmulo de bens materiais.

Isso porque, se quiser viver conforme o seu Senhor viveu, deverá buscar uma simplicidade em sua vida, para que ela porventura não fique carregada de obstáculos à realização do bem.

Há uma corja de pseudo-líderes que têm comportamento pernicioso na sociedade.

Tiram muitos recursos materiais dela, em forma de dizimo, ofertas e outras modos de contribuição, e pouco devolvem à comunidade, em forma de ação social e missões.

Vivem como reis no mundo, acumulando casas, mansões, dinheiro no exterior, cargos públicos, despotismo eclesiástico e político, e o bem que parecem fazer ao evangelhos é somente aparente, ou muito menos do que poderiam e deveriam fazer. Para estes certamente estará reservado o negrume das trevas.

Gozam do poder institucional, seja eclesiástico, seja político em suas mãos, aterrorizando seus subordinados que dedicaram toda sua vida à denominação do qual pertencem.

E o seu povo, cada vez mais explorado e humilhado, muito distante estão de expressar aquela alegria comunitária proposta pelo evangelho.

Fontes sem água, gente que fez mercado do povo, cujo ministério gira ao redor de suas pérfidas carreiras.

O verdadeiro cristão não é assim.

Ainda que movimente muito dinheiro, viverá a vida simples que seu contexto permite, ainda que possa usufruir de algum conforto.

Isso porque, trabalha com as mãos fazendo aquilo que é bom, para ajudar quem tem necessidade.

Não descansa, pois quer ver a causa do evangelho triunfar, não se sente plenamente feliz diante de tanta miséria no mundo; envergonha-se de ambicionar coisas demasiadamente altivas, haja vista tanta miséria no mundo.

Pode até acumular para as necessidades cotidianas de moradia, estudo ou seus próprios negócios, mas mantém vigia sobre si mesmo para não pecar contra seu Senhor.

Assim fizeram muitos dos que participaram de Lausanne. Um pacto de simplicidade, para assim participarem mais ativamente da missão de levar o evangelho todo para todos os homens.


Comentários

  1. olá, tudo bem?

    creio que a acumulação excessiva de coisas materiais é um pecado social grave do sistema capitalismo selvagem em que vivemos.

    a ordem é consumir cada vez mais. as coisas hoje ficam superadas em semanas. é o celular, a tv, o computador, a geladeira, o sabonete, o shampoo, a escova de dentes...tudo hoje virá ultrapassado em poucos dias. e o mercado, através da propaganda, nos incita a comprarmos "a nova e maravilhosa versão" de tudo.

    o chamado de jesus, com certeza, é para as coisas mais importantes da vida: relações mais humanas, contemplação da natureza ("olhai os lírios do campo"), o amor que reparte e ajuda; um chamado à humanização da humanidade.

    excelente seu texto.

    eduardo medeiros (caminhosdateologia.blogspot.com)

    um abraço

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  2. Novamente, obrigado por participar, Eduardo. É um exercício de disciplina se controlar em relação ao consumo e ao temor do futuro. Mas certamente é e sempre será recompensador poder ajudar.

    Somos hoje quase solitários em uma sociedade super-lotada, afastados dos caminhos da natureza, desumanizados. Está difícil mudar este quadro, pois somos praticamente arrastados para ele. E, muitos dos que tentam mudar tal situação, acabam criando um simulacro de comunidade, as vezes, com viés autoritário, desaparecendo a espontaneidade das relações, das amizades.

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