Bem aventurados os humildes de espírito

"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus";


Meditatio:

Bem-aventurado = feliz (grego: "makarios")

Entretanto, não é tanto um estado subjetivo de felicidade, quanto a forma quanto Deus declara que você é (John Stott). É possível ser bem aventurado (feliz), mesmo estando triste.

As bem aventuranças não estão colocadas em ordem aleatória, mas sua ordem têm uma razão de ser (Loyd-Jones).

É desejável que todos busquemos todas as qualidades demonstradas nas bem-aventuranças. Geralmente, são qualidades que vão na contra-mão do mundo. Stott chamou de "contra-cultura" cristã.

Humildade, ou pobreza de espírito significa sua dependência de Deus. Não tenho minha suficiência em mim mesmo. Os cristãos entendem-se necessitados de Jesus para a sua salvação, e do Espírito Santo para o seu aprimoramento e formação do caráter em Cristo. Expressam sua humildade no arrependimento e contrição pelos seus pecados.

Humildade de espírito se manifesta no meu reconhecimento de que não sou melhor ou mais importante que ninguém, mas alguém a serviço do meu próximo, dele dependente e ele de mim; é "ser no mundo com os outros" (Tillich). Por isso, nos reunimos em comunidade (eclesia).

Não tem a ver necessariamente com pobreza material, se bem que, históricamente, os pobres materialmente falando parecem ser os que mais têm se aberto ao evangelho, pois só tem Deus com quem contar.

Se sou humilde de espírito, procuro o Senhor em todas as coisas, busco-O de todo o coração, conforme minhas forças, e sei reconhecer minha necessidade de outros que auxiliem a minha caminhada.

Dos humildes é o reino dos céus (é a primeira qualidade necessária para se possuir o reino), cujos frutos já se manifestam nesta vida, no amor, na compaixão, na caridade e bondade de coração.

Oratio:

"Senhor, ajuda-nos a ter em nós esta humildade de espírito, pela tua graça e misericórdia. Amém".

Uma boa semana a todos, e que Deus abençõe.


Obs: aos amigos católico-romanos, anglicanos, luteranos, entre outros, informo que as leituras destas devocionais não são retiradas necessariamente do calendário litúrgico. São expressões devocionais do próprio autor, e que são compartilhadas por aqui.

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