Dialogo em torno da finalidade do ato criador e suas possibilidades

Eudóxio = Bispo ortodoxo
Ventura = Cristão convencional




Ventura: Do quanto tenho lido em vossos expositores, como Justino, Clemente, Origenes, Eusébio... sinto certo travo de gnosticismo.
Eudóxio: Especifica qual travo seja este caro filho.
Ventura: Certa proximidade do universo com seu criador que põe a perder toda transcendência Cristã.
Eudóxio: Tem coragem e fala com toda franqueza caro filho.
Ventura: Essas idéias todas segundo as quais a criação esta em Deus e não Deus nela, como a maioria dos lideres nos tem ensinado; Deus desejou o aparecimento do mal, que Deus não se ocupa do individuo mas apenas do gênero, que os assim chamados anjos foram seres produzidos em estado de imperfeição e que completaram seu curso em mundos nos quais não houve aparecimento do mal e do pecado, que nossas almas procedem de Deus por emanação, que haveremos de habitar eternamente aqui mesmo na terra, que todos os homens sem excessão, regressarão ao Todo ou seja a Deus... tudo isto me parece tão escandalosamente blasfemo.
Eudóxio: Deverias dizer antes; tão oposto a cultura, a visão e a mentalidade hebraicas... tão oposto as tradições dos fariseus... tão estranho ao islãn. Tão estranho enfim a esta compulsão transcedentalista e a esta RENUNCIA a matéria, a imanência, ao homem, a totalidade, ao otimismo, a capacidade divina...
Ventura: Não compreendo de que Renúncia estas a falar.
Eudóxio: Caso sustenteis vossos castigos eternos, eternizais o mal e o pecado como um câncer ou quisto no meio divino, o que de fato é repugnante... Renunciai pois a capacidade divina, a vitória do bem, ao triunfo da justiça...
Caso sustenteis que os impenitentes venham a ser aniquilados por Deus, insinuais que a matéria mesma seja má... e resvalais como sempre no maniqueismo.
Se afirmais que a terra será convertida num inferno sem fim ou aniquiladas... encheis ainda mais vossa medida.
Ventura: Logo não encarais a transcendência como um bem?
Eudóxio: Como Cristão examino tudo e julgo todas as coisas a luz meridiana da Encarnação pela qual Deus dialoga ou interage com suas criaturas chamando-as a uma comunhão cada vez mais íntima consigo.
Compreendo pois a Transcendência com a imanência ou na imanência e não a Transcendência apartada da imanência ou a transcendência absoluta.
Aos judeus e muçulmanos é perfeitamente lícito embrenhar-se por tal caminho... ao Cristão não pois o Deus Cristão enquanto encarnado esta bem mais próximo do Deus de Aristóteles e Spinoza.
De algum modo o Cristianismo comporta certa medida de panteismo, não porque confunda o Criador com as criaturas e sim porque não pode conceber um universo vazio de Deus ou fora de Deus...
Caso Deus estivesse presente no céu ou na terra como algo limitado não seria Deus... pois Deus é infinitude e ilimitação enquanto imaterialidade absoluta.
Quando Deus assume a natureza humana, nossas almas e nossos corpos materiais, assume de algum modo a matéria e por assim dizer materializa-se. É como se nosso mundo fosse elevado e posto noutro nivel de relação face a Deus... como se fosse intruduzido noutra esfera... como se passasse por uma asunção espiritual... como se de certo modo as aspirações dos panteistas tivessem sido satisfeitas...
É Deus oferecendo-se a natureza no mais alto gráu e unindo-se a ela.
Quando é realizada a Encarnação, a transcedência absoluta cai por terra...
Como algo que não corresponde a eterna vontade de Deus.
Ventura: Caso tenha compreendido bem a transcendencia absoluta é um mal.
Eudóxio: A febre da transcendência é tão grave e tão funesta quanto a febre da imanência.
A febre da imanência recusa admitir que a consciência universal seja distinta dos seres que produziu, é como se confundisse o arquiteto com a casa...
Não devemos pois admirar-nos de que tenha engendrado o politeismo com sua multidão de deuses limitados, falsos, podres e carcomidos.
Aqui já não há qualquer vínculo ou elo de natureza mental ou volitiva...
A febre da transcendência recusa-se a admitir o mundo em Deus e Deus no mundo.
Separa pois um do outro, compartimenta-os e exila Deus no céu ou no paraíso apresentando-o como um ser finito ou limitado...
O transcendente absoluto só se comunica com o universo criado por meio duma hierarquia de mediadores, os assim chamados anjos...
A idéia de transcendência absoluta realiza-se tanto no islan quanto no judaismo.
Sistemas religiosos infensos a qualquer proximidade ou contado mais íntimo entre Deus e o mundo nos termos duma encarnação.
Seja como for o mesmo tipo de cárater (grosseiro) equipara os deuses mortos e os deuses transcendentes... pois são ambos caprichosos, despóticos, ciumentos, vingativos, cruéis, etc tal e qual seus inventores...
Somente o Deus encarnado em Jesus Cristo tem para todos os homens palavras de amor, tolerância, respeito, paz, benevolência, compaixão, etc palavras que conduzem a perfeição.
Ventura: Parece-me no entanto que a maior parte dos seres humanos seja formada por Politeistas, hebreus e maometanos. No seio mesmo do Cristianismo as idéias de um Absoluto Transcendente e de Jesus Cristo como simples homem caminham lado a lado e atingem um número cada vez mais de adeptos...
Eudóxio: Efetivamente o unitarismo combate em duas frentes> uma liberal, composta pelos bultmanianos e outra fundamentalista composta pelos unitarios e testemunhas de Jeová.
O politeismo se declina muito lentamente o faz no mais da vezes em benefício de seu extremo oposto, o islan... o qual com o judaismo tem conseguido atrair um número cada vez maior de Cristãos.
O Cristianismo parece declinar e isto é um fato...
Ventura: Fato que precisa ser devidamente esclarecido.
Eudóxio: Posta de lado, como altamente perigosa, qualquer tipo de explicação monocausal; arriscamos afirmar que a ruptura entre a transcendência e a imanência - representadas pelo islamismo/judaismo de um lado e pelo politeismo do outro - são muito mais conformes a capacidade e a mentalidade do homem vulgar e das massas.
A convergência Imanência/Transcendência expressa pelo mistério da Encarnação, comporta um ensinamento tão elevado, tão profundo, tão abrangente... que apenas as almas mais cultivadas são capazes de assimilar e de compreender.
Basta observar com que repugnância os Cristãos convencionais teem refletido dialeticamente sobre este mistério e aperfeiçoado suas crenças e ações a luz dele.
A maior parte dos Cristãos pugna por assim dizer contra o mistério da Encarnação, cujas últimas consequências parecem temer e assim já compreendemos a apostasia do retorno ao judaismo e da aceitação do islan...
Ventura: De que forma os Cristãos teem pugnado contra a encarnação?
Eudóxio: Separando o Pai do Filho (e do Espírito Santo) no ato da Encarnação, para situa-lo por assim dizer fora de Cristo, como se fossem duas entidades separadas.
Ventura: Sempre ouvi dizer que apenas o Filho se fez carne, enquanto o Pai e o Espírito Santo permaneceram separados.
Eudóxio: Essa doutrina conciliatória, forjada com o intuito de situar javé fora e acima de Jesus, implica em triteísmo... pois separa de fato as pessoas divinas que são inseparáveis.
Os homens não estão dispostos a admitir que toda presença divina envolveu Jesus Cristo e concentrou-se nele a ponto de ser-lhe perfeitamente lícito dizer: Sou eu Filipe que fala contigo...
O pecado original do Cristianismo é este mesmo do subordinacionismo segundo o qual o Filho divino é apresentado como uma espécie de intermediário ou de intercessor que roga diante do Pai com o obejtivo de aplaca-lo... eis-nos mais uma vez diante do triteismo (cisão de vontade e oposição entre as pessoas divinas) desembocando já no arianismo enquanto retorno consciente ao elemento judaico não eliminado.
Os cristãos convencionais, escravizados pela letra, não podem compreender como a solução cristológica neotestamentária foi uma solução de compromisso, elaborada por judeus que relutavam em romper com o judaismo e que de certo modo jamais romperam com ele...
Ventura: Penso que o amigo esteja indo contra o sentir da igreja...
Eudóxio: De fato a parte Ocidental da igreja mostrou-se incapaz de sair deste terreno e de ultrapassar os apóstolos a partir deles mesmos ou de continua-los na mesma direção.
O oriente no entanto, acabou elaborando uma teologia audaciosa na qual Cristo na Trindade ou com a Trindade é o Deus supremo e triunfante perante o qual a Virgem e os Santos são os intermediários, substituindo o velho esquema paulino de Jesus como o intermediario, e logo, consequentemente em situação de subordinação ou de inferioridade face ao Pai.
Eis porque nossa litúrgia nunca se dirige ao Pai apartado do Filho por mediação deste, a exemplo da igreja romana enquanto congregação em que o elemento judaico era significavo e cuja teologia sempre foi pobre para não dizer indigente.
Ventura: Logo para vós ortodoxos repudiar a intercessão dos santos para restabelecer a velha doutrina paulina do Cristo mediador ou intercessor é um retrocesso?
Eudóxio: Para nós ortodoxos, que passamos pela experiência do arianismo durante o século IV e pela experiência do islan atualmente, postular que Jesus intercede materialmente e enquanto pessoa divina face ao Pai comporta triteismo associado a subordinacionismo, logo judaização e caminho para o islan...
O islan se alimenta de arianismo e de subordinacionismo, enquanto o monofisitismo - que atualmente deixou de ser o que era, convertendo-se numa insistência obstinada quanto a natureza divina de Cristo ou como diriamos numa 'ênfase' ao elemento divino - lhe é indigesto.
E já constantamos que a heresia monofisita produziu um elemento oportuno face ao islam e cuja existência é positiva para as Cristandades árabes.
Quanto ao elemento suburdinacionista implicito na doutrina do Cristo intercessor 'in persona', conduzirá fatalmente tais organizações ou seus membros ao unitarismo, ao judaismo e ao islan.
É um movimento contrário ao movimento inaugurado pelo Evangelho.
Ventura: Neste sentido o restante do N testamento seria inferior ao Evangelho?
Eudóxio: No próprio Evangelho percebemos já o desconforto causado pela Encarnação de Cristo e a dificuldade experimentada por Cristo para ministrar a doutrina correta as mentes carnais dos apóstolos fixadas no mosaismo e postas para o Transcendente Absoluto.
É como se Jesus falasse uma outra lingua ou a surdos...
Ventura: Até quando terei de suporta-los homens de entendimento curto?
Eudóxio: Sem dúvida e não podemos compreender o restante do Novo Testamento senão como uma espécie de recuo ou relutância face as decorrência do mistério central do Cristianismo: a Encarnação...
Houve uma recusa positiva em se pensar a Encarnação e uma certa 'compreenssibilidade' por parte do elemento genuinamente Cristão face a hesitação judaica expressa pelo subordinacionismo...
Ventura: O arianismo já estava embutido na igreja antes de Ário?
Eudóxio: Sempre esteje ali, escondido, oculto ou disfarçado sob um vocabulário ambiguo ou deficiente e o mérito do Concilio Niceno foi justamente depurar a linguagem em torno do mistério, tornando-a tanto mais precisa e dispondo-o para ulteriores reflexões.
Ario não não inventou o arianismo e tampouco inventou-o como o Concilio não inventou ou decretou a doutrina da divindade de Cristo.
Ventura: Que se passou ali então?
Eudóxio: Cairam as máscaras e as duas igrejas acabaram por confrontar-se> a de Jesus e dos Cristãos e a de Moisés, dos fariseus, dos rabinos e dos judaizantes... a igreja saudosista, que mirava com olhar de nostalgia sua transcendencia perdida, e a igreja do futuro, posta para a imanência e o dialogo com o universo criado.
Esta é a nossa igreja Ortodoxa, para qual Cristo é verdadeiro e pleno Deus com o Pai, igual ao Pai, humanamente glorificado no Pai e diante dos quais os santos exercem intercessão como subordinados ou inferiores ou seja como servos.
Ventura: Segundo te parece ainda não assumimos radicalmente Nicéia?
Eudóxio: Não, não assumimos... apenas sobrepomos conceitos cristãos a conceitos judaicos que ainda não foram eliminados e esta sobreposição, semelhante a uma colcha de retalhos é grosseira...
Ainda teimamos obstinadamente a separar as pessoas no ato da Encarnação e a situar o Pai fora do Cristo...
Sem negar a distinção das pessoas - do contrário seriamos culpados de sabelianismo - devemos admitir que Jesus Cristo é Deus pleno feito homem ou seja a Trindade Encarnada, não como algo contigo pela humanidade mas como algo concentrado nela ou que a envolve.
Ventura: Algum outro exemplo?
Eudóxio: Não posso deixar de mencionar certo exemplo de exegese comum a certa tradição ocidental em torno da Eucaristia e que encara-a como mero símbolo.
Este tipo de môdelo exegético não foi inventado por Zwinglio, mas, de certo modo, já havia sido ventilado no Ocidente por Ratramo e Berengárius...
O Oriente no entanto jamais conheceu este tipo de exegese.
A ponto de Zigabene perguntar: Quem haverá de negar que é o corpo do Senhor?
Ventura: Perdoe-me mas não percebo qualquer nexo entre os dois mistérios.
Eudóxio: Logo haberá de percebe-lo.
Importa perceber o que esta por trás da interpretação zwingliana da Eucaristia, mais que examina-la. Naturalmente que, caso concebamos Jesus como puro e simples mortal, não poderiamos crer que fosse capaz de converter os elementos ou tipos em seu corpo e sangue.
Neste caso a interpretação zwingliana seria uma decorrência natural da condição de Jesus ou da idéia que dela fazemos e não haberia controvérsia alguma.
Todavia a controvérsia mais acirrada subsiste mesmo entre os protestantes de boa vontade, sem considerar as parcelas romana e ortodoxa da Cristandade, que ao que me parece não são compostas apenas por idiotas.
Caso um homem comum te disse-se que um pedaço de pão é seu corpo como reagirias?
Ventura: Morriria de rir... e tu?
Eudóxio: Não me riria menos dos luteranos, romanos, ortodoxos e de tantos quantos levassem a pilhéria a sério.
Jesus no entanto não é apenas homem mas também Deus verdadeiro...
Percebe comoa  admissão desta verdade muda todo rumo da conversa?
Ventura: O amigo certamente quer dizer que se Jesus de fato era Deus, era capaz de transformar o pão em seu corpo e o vinho em seu sangue pelo simples fato de que Deus é Onipotente...
Eudóxio: E nem seria necessário que soubessemos de que modo Deus age ou opera na eucaristia, afinal não sabemos como sendo infinito é trindade e como sendo ilimitado se fez carne...
Consideremos pois que Jesus é Deus e logo que fosse perfeitamente capaz de transformar os elementos em seu corpo e sangue caso fosse de sua vontade.
Neste caso como saberiamos que o pão e o vinho são apenas representações ou símbolos de seu corpo e sangue e não seu corpo e sangue verdadeiros?
Ventura: Sendo Deus todo poderoso, caso Jesus não desejasse converter os elementos em seu corpo e sangue, mas em meros símbolos deveria ter se exprimido em termos absolutamente claros, declarando explicitamente que eram símbolos de seu corpo e sangue e não seu corpo e sangue.
Vocábulos para assim exprimir-se não lhe faltavam já em aramaico, já em grego; portanto se não quiz exprimir-se de matéria a não deixar dúvidas a culpa é totalmente sua e fomos por assim dizer, enganados ou ludibriados por Jesus...
E não esclarecendo seu povo perfeitamente Jesus deu vezo a vil hartolatria...
Eudóxio: Nem mais nem menos.
A crença na divindade de Cristo e em sua onipotência toda discussão em torno da presença real muda de figura.
Pois alegar a 'impossibilidade' do milagre não é honesto...
E toda pessoa ilustrada sabe que a interpretação simbólica só é aplicavel e cabivel quando a literal é impossivel.
Grosso modo falar em impossibilidade com relação a Jesus é pugnar contra Nicéia e já podemos compreender o porque do culto eucaristico ser tão vigoroso entre aqueles que no passado sustentaram o monofisitismo como Coptas, Armênios ou Siriacos.
Ventura: Compreendo...
Eudóxio: Estes e outros fatos comuns ao romanismo e ao protestantismo bastam para corroborar nossa tése segundo a qual enquanto nossa teologia oriental estacionou por assim dizer, a ocidental esta em franco recuo e retorno para o judaismo e a transcendência absoluta.
Ventura: Penso no culto que prestamos as imagens do Deus encarnado, de sua mãe, seus parentes, seus amigos, etc
Eudóxio: Pensou Bem, pois para nós a fixação do culto tributado as icones de Jesus Cristo foi o coroamento definitivo do I concilio de Nicéia e o último triunfo face a judaização, o arianismo e o islan.
O culto as imagens como assinalou Damasceno é a a suprema profissão de fé na Encarnação de Deus e a negação visivel da Transcendencia absoluta.
Eis porque os muçulmanos, no passado, proibiram os nestorianos e jacobitas de pintar e de produzir icones, eles sabiam muito bem o que estava em jogo ali: o mistério central do Cristianismo, a encarnação de Deus que se faz homem visivel na pessoa de Jesus Cristo.
Como os muçulmanos não podiam aceitar a entrada de Deus na História demoliram nossos santuários e igrejas. Os iconoclastas fizeram e fazem o jogo deles...
É a nostalgia da transcendência absoluta a que as mentes vulgares e rasteiras não podem furtar-se.
A síntese Cristã é inacessivel para elas.
Ventura: Por isso dizem que fazendo imagens arrenegamos a transcendencia e materializamos o Cristianismo...
Eudóxio: Tal o sentir do islan e só nos resta respeita-lo.
Muito mais triste é deparar-se com Cristãos que ignoram ser o Cristianismo a MATERIALIZAÇÃO DA TRANSCENDENCIA QUE SE FAZ CARNE NEM JESUS CRISTO.
Não materializamos nada, quem materializou a si mesmo e a religião foi Deus quando se fez homem. Fiéis a verdade nos nos limitamos a exprimir a materialização da transcendencia enquanto elemento de oposição e distinção do Cristianismo face ao Islan,
A Igreja identificou a Ortodoxia com as icones porque elas constituem de fato um elemento peculiar ao Cristianismo e um cárater distintivo seu.
Ventura: Crises de consciência de um Cristianismo que ainda não se encontrou?
Eudóxio: Sim, crise de consciência de um Cristianismo que tornou-se timido ao deixar-se escravizar pela letra morta.
De um Cristianismo que não consegue mais coordenar seus elementos.
De um Cristianismo que todo instante regressa ao vómito do judaismo.
De um Cristianismo que vive a fazer remendo com pano velho...
De um Cristianismo que perdeu todas as suas referências...
De um Cristianismo em decomposição em que Moisés, Elias, David, etc são colocados acima da Mãe de seu fundador e Deus e a par de seus apóstolos que ele escolheu e ensinou.
De um Cristianismo que já há quinhentos anos tem se despojado mais e mais dos elementos cristãos até renunciar a Trindade e dar com o sábado e a circuncisão.
Dum Cristianismo que tinha mesmo que chegar onde chegou ou seja a Bultmann e Maomé frente a frente e prestes a devorarem-se numa grande guerra...
Numa Europa devastada, num EUAN criacionista e numa América latina fetichista que reproduz a infame venda de indulgências feita pelo papa romano há quinhentos anos...
Um Cristianismo mancumunado com o Capitalismo...
Um Cristianismo amancebado com o farisaismo maniqueu...
Um Cristianismo corrompido que só sabe Diabo, possessão, pecado, inferno, castigo, desgraça e castatrofe...
Cristão, você susbtitui o livro Sagrado do Evangelho pelo livro dos Salmos e pelo livro do Apocalipse fazendo de ambos seu livro de cabeceira e por isso não escapará ao juizo de Cristo no tribunal da consciência.
Nem mesmo o espiritismo cuja antropologia, a soteriologia e a escatologia são tão exatas é capaz de compreender o mistério sublime da Encarnação e da Cruz...
É preciso ler Berdiaeff, meu irmão; é preciso ler Maritain, Rougemont, Mounier, Courte, Chestov, Tillich... o grande profeta do nosso tempo, é preciso ler Cox...
É preciso tudo examinar, ponderar, julgar, a luz do Evangelho e reter o que é bom.

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