Nosso Lar, análise de um filme...

Minha cesta esta sempre cheia de filmes, documentários e séries a serem vistos e analisados a luz da sentença apostólica: "Examinai tudo e ficai com o que é bom."

A única coisa que não precisamos examinar são os ensinamentos entregues por Jesus Cristo a sua igreja.

Aqui não cabe exame algum... que os homens mortais e falíveis ousem julgar a mensagem ensinada pelo Verbo encarnado parece-me loucura. Que ousem julgar a doutrina da Igreja histórica fundada por Cristo com promessas de vida e vitória imortal parece-me sandice.

O mais no entanto deve ser julgado e aquilatado a luz da revelação compendiada no Evangelho (disse Evangelho MT, MC, LC e JO e não bíblia) e a luz da razão que é a imagem do Ser Supremo no homem e o reflexo de sua majestade gloriosa.

Então, ao contrário dos morcegos e toupeiras que tudo condenam e evitam antes de ver, tivemos de assistir o filme 'Nosso lar' para poder emitir algum justo juízo a seu respeito.

Gostei de ver o emblema sagrado da Cruz nas lapelas dos ministros espirituais.

Deploro no entanto a ausência de qualquer alusão positiva a respeito de Jesus Cristo, de sua missão e de sua lei.

Reconheço no entanto que o nome de Cristo tem sido associado a doutrinas abominavelmente ímpias como a dos suplícios eternos.

Associar o nome sagrado de Jesus e sua lei de amor a uma doutrina odiosa é mil vezes pior do que omiti-lo.

E os homens tem mesmo profanado os registros na medida em que traduzem AIONIOS KOLASIN ou seja punição DURADOURA E CORRETIVA por vingança eterna, expressão que na linguia grega corresponde a AIDIOS TIMÓRIA e que era empregada comumente pelos escribas e fariseus coevos ao Mestre amado.

Parece-me que nem Jesus nem o Espírito Santo desejaram ser muito exatos... daí a ajuda ou o empurrãozinho dos piedosos tradutores.

Acontece que Jesus asseverou e disse que o ímpio sairia do castigo espiritual após ter pago o derradeiro centavo... os infernistas asseveram que não a chance ou esperança de libertação. FICO COM JESUS QUE É A VERDADE ETERNA e não dou a mínima aos gritos dos infernistas.

Caso os papistas ousem mimosear-me com o pomposo título de herético terei de perguntar-lhes quantos de seeus cardeais e papas conheciam o idioma em que os Evangelhos foram consignados - Grego - nos séculos IX, X e XI desta nossa era...

Até o latim dos teologastros da alta idade média era bárbaro e grosseiro....

Quanto ao grego corria o seguinte provérbio na Roma barbarizada dos papas guerreiros 'Grego é, não falamos.'

Quanto aos padres fazemos nossas as palavras de um personagem do 'Nome da rosa': 'Os gregos é que conhecem esses tais Padres da Igreja.'

Durante a alta Idade Média a igreja latina foi sinônimo de boçalidade... Ana Commeno que o diga em sua 'História das cruzadas'.

Destarte já sabemos qual seja a origem dos tais súplicios eternos: a mentalidade grosseira dos invasores teutônicos instalados no território da igreja romana após o século IV desta era. Que poderiam tais hordas saber a respeito de castigo medicinal ou correção???

Recebemos as críticas papólicas com um fino sorrizo...

Que os protestantes nos acusem de heresia tanto pior... como pode um livre examinador condenar o exame alheio??? Lutero foi acusado de heresia quando rompeu com a Igreja papa e não ligou, porque deveriamos levar em conta os juízos dos luteranos e calvinistas se eles não elevaram a sério os juizos do papa? Helás!!!

Podem os ocidentais gritar em côro: heresia, que não fazemos caso disto.

Tomem coragem e estudem a lingua sagrada em que os registros foram codificados.

Quanto ao inferno, não erramos ao classifica-lo como doutrina ultrapagã ou como doutrina farisaíca.

Pois os primitivos israelitas e hebreus acreditavam na morte ou na destruição da alma. Posteriormente acreditaram numa espécie de sepultura coletiva ou mundo dos mortos situado embaixo da terra, coisa totalmente distinta da famigerada sala de torturas divina, descrita pelos líderes da cristandade nominal.

Eis porque a doutrina de castigos eternos merece ser classificada como legitimamente pagã. Podeis encontrar as fantasiosas cenas descritas pelos pregadores infernistas nos túmulos etruscos de Tarquinia, Volssinos, etc

Pura mitologia pagã.

Doutrina fabulosa e inconsistente.

Piedosa legenda ou conto do vigário...

Lorota...

Eis porque a concepção daqueles que gravaram e editaram Nosso lar parece-me muito mais próxima do ensino de Jesus Cristo a respeito do mundo espiritual.

Certamente que os espiritas materializaram muita coisa... até o ridículo. Concedo.

Também Jesus teve de adptar seus ensinamentos a mente carnal das massas incultas que o seguiam recorrendo a imagens que podiam assimilar como fogo, enxofre e vermes...

É necessário ser muito tosco para admitir a materialidade dos elementos acima.

Fogo material que queima espiritos imateriais!!! Enxofre material... vermes tão eternos quanto Deus ou imortais!!! Deus nos preserve de tamanha blasfemação!!!

É para lamentar que os espíritas não tenham sabido escapar ao vício romanista e protestante de situar as almas ou espíritos num determinado lugar ou sítio fora da terra a que chamam de umbral.

Também os papistas fecham as almas dos mortos na caixa do purgatório e os protestantes na caixa do inferno, apresentando o mundo espiritual como formado por compartimentos estanques separados por paliçadas, muralhas, paredes e fossos, digo como os aposentos de nossas casas. Puro materialismo...

Nada de compartimentos fechados ou aposentos espirituais.

As expressões correntes: céu e inferno, purgatório, etc devem ser entendidas, diz Gregório, o teólogo como estados internos da alma... o céu ou o castigo provisório estão na alma com seus merecimentos ou suas culpas.

Certamente que as almas dos Santos em comunhão com Cristo excursionam por mundos mais elevados até o dia do juizo e da ressurreição. Quanto aos ímpios ou os penitentes que estão dispostos para a penitência, não há necessidade de qualquer lugar em termos de purgatório ou umbral.

As almas ou espíritos dos que não atinjiram o estado de santidade exijido pela lei de Jesus Cristo encontram-se aqui mesmo neste mundo, entre nós e conosco, nos desertos, cemitérios, florestas e locais desabitados. É aqui no mundo material que vivem aqueles que morreram no amor do mundo e de seus bens ilusórios e vãos como a sensualidade, a riqueza, a glutonaria, o alcoolismo e sobretudo no ódio aos semelhantes e sob a lei da iniquidade.

Tais os dibuks ou espíritos malignos, relacionados pelos quatro Evangelistas com os casos de possessão elencados no Santo Evangelho.

A Cristandade tomou tais espíritos malignos por demônios ou anjos caidos subvertendo o conhecimento da verdade. Jesus jamais aludiu a anjos caídos possuidores de corpos humanos, mas a espíritos maus, ou seja espíritos de homens maus e carnais, presos a vida material que com o intuito de retoma-la apossavam-se de corpos humanos, em especial dos corpos de crianças, enfermos e dementes.

A existência de tais espíritos humanos, fantasmas, espectros, larvas, etc é atestada por todas as culturas.

Os apóstolos estavam persuadidos a respeito da existência de tais entidades, pois ao avistarem o Salvador do mundo caminhando sobre as águas ficaram como que tomados de pavor por pensarem que era um fantasma. Nada de Diabo ou Demônio, PRECISO CITAR ORIGINAL GREGO??? Então guardem os tais diabos e demônios para voces...

E quando o Cristo ressuscitado penetrou o recinto fechado do cenáculo, temiam que fosse um espírito humano isento de carne, eis porque o Mestrem conhecendo seus pensamentos disse: ESPÍRITOS NÃO POSSUEM CARNE E OSSOS e não 'espíritos ou fantasmas não existem' como ensinam os fautores de novidades profanas.

Mesmo o testamento abolido assevera que o espírito do vidente Samuel apresentou-se a Saul e a pitonisia na localidade de Endor, surpreendendo a ambos. Fazendo muito pouco caso do que alegam ser a 'palavra de deus' as jeovistas, adventistas e outros secários asseveram que o ser ali presente era o Diabo e não Satanaz, ou seja, querem saber mais do que a palavra de deus ou do que deus... assim a coisa vira chicana.

Pois o livro diz que apareceu Samuel após ter morrido, enquanto o intértrete humano nega, asseverando que Samuel jamais apareceu depois de morto... belo comentário este que ao invés de explicar nega!!!

Permitam-me citar o velho e bom Lutero em sua disputa com Zwinglio: 'Se esta escrito> este é meu corpo, que comentário é este que diz: não é corpo... prove-me que um corpo não é corpo!.'

Lutero exigiu um exegese séria digna daquilo que é tomado e apresentado como palavra de deus. Pois se a palavra de deus pode ser manipulada com tanta flexibilidade... bem, creio que deus e a tal palavra de deus sejam credores de mais respeito e de mais temor por parte dos seres humanos.

Resta-nos saber se tais espíritos humanos isentos de carne são passiveis de correção e se há alguma esperança para eles.

Por Paulo apóstolo somos informados de que todas as coisas serão restauradas em Cristo Jesus. Como não diz esta ou aquela coisa, mas todas as coisas, temos de crer que tais espíritos ignorantes e maléficos tantes serão convencidos, corrigidos, disciplinados e purificados segundo a paciência de Deus que é infinita.

Afirmar e suster que este ou aquele elemento não será restaurado por Cristo Jesus implica em oposição as palavras do apóstolo dos gentios.

Já por Pedro, também apóstolo, somos informados muito claramente que após sua morte sobre o lenho da Cruz, o espírito humano de Nosso Senhor penetrou as regiões espirituais deste plano com o intuito de anunciar a boa nova da remissão, o arrependimento e a graça da penitência aos espíritos que se encontravam no estado intermediário por terem morrido de improviso, sem tempo de exercer reparação.

Quanto a comédia de Cristo ter pregado a homens de carne e osso na pessoa do patriarca Noé, foi inventada por Agostinho de Hipona no século IV desta era, supinamente ignorada por toda Cristandade dos primeiros séculos devemos encara-la como novidade profana indigna de atenção... porque semelhante verdade teria permanecido ignorada até o surgimento do gênio Agostinho? Tão gênio cujos conhecimentos sobre a lingua grega eram demasiado precários...

Que certos sectários tomem Agostinho por mestre e guia neste ponto particular - por que lhes convem - e dele discordem em todos os outros pontos é fenômeno assaz curioso...

Vejam o meu caso, não dou muita atenção ao 'campeão' Agostinho. Prefiro o Crisóstomo que comentava os evangelhos e epistolas na lingua em que foram registrados...

Quanto ao Nosso lar, excetuada a omissão a respeito de Nosso Senhor Jesus Cristo, creio que esta muito mais próximo da realidade que a fábula dos compartimentos estanques, da eternidade das penas, do fogo e dos vermes materiais, e outras quejandas.

Fico aqui pensando comigo como Bento XVI ou o Malafaia fariam para colocar tanta gente nos bofes do velho Abrãao...ah perceberam... Trata-se duma parabola! Ótimo, linguagem simbólica ou figurada...

Imaginem só incontaveis bilhões de seres humanos congregados no 'imenso' Vale de Josafá... nem que Deus convertesse os ressuscitados em pulgas ou que fizesse o dito Vale estender-se até as nuvens. Haja imaginação...

Com todos os defeitos e limitações fico com o Nosso lar e não com a manobra indecente dos castigos eternos. Eterno só o amor de Deus, infinita sua misericórdia, incomparável a sua bondade...

Por outro lado, infinita a ignorância dos boçais.

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