Renúncia
Isto parece ir completamente de encontro com aquilo que costumamos chamar de teologia da prosperidade. Não é que os teólogos da prosperidade e seus pastores necessariamente tenham aberto mão de boa parte da tradicional e rígida ética protestante. Não é nada disso, se bem que tal possa ocorrer, simplesmente por tal ética sequer ser mencionada. O preocupante nesta teologia é que ela parece despertar aquela conhecida ganância humana por prosperidade e riquezas; e isto é perigoso, na medida que o próprio Senhor nos ensinou que um rico dificilmente entrará no Reino dos céus, e que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Claro que muitos, para se desculparem, dizem que não é o dinheiro o problema, mas sim o amor a ele, não importando quanto se tenha. Não obstante eu não advogar a teologia da pobreza e da miséria, fato é que, se eu tiver um montão de dinheiro, é muitíssimo provável que eu o ame. Assim como se eu tivesse uma coleção de selos, fosse bem provável que eu amasse selos, ou filmes de ação, ou carros, e assim por diante. Portanto, esta teologia pode estar trazendo algo de muito perverso para dentro do contexto cristão; e como isto está na moda, prezados amigos.
Entretanto, não acho que uma "teologia marxista" também resolva o problema. De algum modo, entendo que tal teologia, de algum modo não muito fácil de se explicar em pouco espaço, acaba por "antropocentrizar" muito a fé cristã, o que acaba sendo uma forma de afirmar a si mesmo, não sendo um caminho de renúncia. Agora, é claro que, em seu aspecto utópico, talvez acabe por ser muito atrativa a fé cristã, o que talvez a torne um tanto quanto perigosa.
Podem me chamar de liberal, capitalista, protestante fundamentalista, mas ainda acho que o caminho mais viável é a da auto-reforma, do auto-esclarecimento pessoal, e, portanto, da auto-renúncia, que, sinceramente, penso ser a mensagem do cristianismo. Ninguém reforma o outro. Somente nos reformamos a nós mesmos, influenciados por pessoas que se auto-reformaram. Obviamente, não por si mesmas, por influxo da graça divina em cooperação com o esforço humano. Ninguém consegue, nem deve quebrar os ídolos de ninguém. Cada qual deve quebrar os seus ídolos com suas próprias mãos.
E renunciar vai muito além de cumprir os aspectos morais da lei, os mandamentos, a lei moral de Deus. Isto é somente a nossa obrigação, pois tais coisas estão, de certa forma, em conformidade com a razão de qualquer ser humano racional, sendo chamados por muitos de direito natural. Não. A renúncia pode envolver aspectos até razoáveis, justificáveis e legítimos de nossas vidas. Mas se renunciamos, é para estarmos mais próximos de Cristo, pois, onde está o mestre, ali deverão estar os seus discípulos.
Entretanto, não acho que uma "teologia marxista" também resolva o problema. De algum modo, entendo que tal teologia, de algum modo não muito fácil de se explicar em pouco espaço, acaba por "antropocentrizar" muito a fé cristã, o que acaba sendo uma forma de afirmar a si mesmo, não sendo um caminho de renúncia. Agora, é claro que, em seu aspecto utópico, talvez acabe por ser muito atrativa a fé cristã, o que talvez a torne um tanto quanto perigosa.
Podem me chamar de liberal, capitalista, protestante fundamentalista, mas ainda acho que o caminho mais viável é a da auto-reforma, do auto-esclarecimento pessoal, e, portanto, da auto-renúncia, que, sinceramente, penso ser a mensagem do cristianismo. Ninguém reforma o outro. Somente nos reformamos a nós mesmos, influenciados por pessoas que se auto-reformaram. Obviamente, não por si mesmas, por influxo da graça divina em cooperação com o esforço humano. Ninguém consegue, nem deve quebrar os ídolos de ninguém. Cada qual deve quebrar os seus ídolos com suas próprias mãos.
E renunciar vai muito além de cumprir os aspectos morais da lei, os mandamentos, a lei moral de Deus. Isto é somente a nossa obrigação, pois tais coisas estão, de certa forma, em conformidade com a razão de qualquer ser humano racional, sendo chamados por muitos de direito natural. Não. A renúncia pode envolver aspectos até razoáveis, justificáveis e legítimos de nossas vidas. Mas se renunciamos, é para estarmos mais próximos de Cristo, pois, onde está o mestre, ali deverão estar os seus discípulos.
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