Você sabe mesmo o que pedir?




"Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha e ao que bate se lhe abrirá" (Mateus 7.7)



Existem muitas interpretações para este texto. Comentaristas desde o Dr. Lloyd-Jones, ou o Rev. John Stott, entre muitos outros, ou mesmo o Pr. Carlos Queiroz, bem como o mártir luterano Dietrich Bonhoeffer... Tantos já comentaram o sermão do monte, e, certamente, já deram excelentes visões sobre o significado desta passagem.

Entretanto, sem nada querer acrescentar ao que já disseram, tive um vislumbre ao ler este texto, que, pelo menos para minha vida, pareceu-me interessante.

Podemos verificar que na passagem sob comento, parece existir um aumento de intensidade na ação do sujeito orante: pedir, buscar e bater. Ou seja, o que o texto parece indicar, e que, ao que me parece, os comentadores à unanimidade concordam é o que texto nos fala em uma certa perseverança na oração, visto que Jesus encerra esta passagem dizendo: "Ora, se vós que sois maus sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará boas coisas aos que lhe pedirem?"

Entretanto, qual a necessidade de tanta repetição, tanta perseverança? Estamos diante de um Deus caprichoso, que necessita ver as pessoas jogadas aos seus pés, para que lhes conceda algo?

Particularmente, entendo que não é bem assim. Na verdade, tal perservença e insistência não é para que Deus seja colocado à prova, mas sim para colocar à prova os nossos pedidos.

Raríssimas exceções, a maior parte daquilo que hoje queremos, amanhã não daremos a menor atenção, sejam elas coisas ruins, ou boas.

Daí, antes de entrarmos em um programa de perseverança em oração, talvez precisemos mesmo é definir o que queremos de nossa vida. De minha própria experiência posso dizer que, boa parte das coisas que desejei um dia, hoje, nem dou mais bola, e, de modo geral, tenho mais dúvidas do que certezas em relação àquelas coisas que realmente quero alcançar. Acho que minha situação não é tão diferente da maioria. Daí, alcançarmos tão pouco em oração.

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