Deus é Pai ou Mãe?...
Ontém, por ser dia das mães, vi um pregador dizer que Deus é mãe, e que, foi um fator cultural e patriarcal judaico que fez com que Ele, Deus, se revelavasse como Pai e não como Mãe.
E, complementando, já vi também sugestões, no sentido de se reescrever alguns textos das Escrituras, tipo o Pai nosso ser substituído por Pai/Mãe nosso, ou então, Mãe nossa, ou algum equivalente neutro...
Bom...
Será mesmo assim?
Não duvido da boa intenção do meu amigo pregador, pois, é até um lugar-comum dizer que as Escrituras precisam ser interpretadas à luz do nosso tempo, etc...
Também não desprezo o fator cultural do pensamento judaico.
Entretanto, talvez precisemos ponderar algo antes de aderirmos a tais modismos.
Já era recorrente no mundo antigo à alusão a alguma divindade feminina. Se Jesus era assim tão progressista, poderia, caso quisesse, ter chamado ao Pai de Mãe.
Entretanto, assim não agiu; nem mesmo Paulo, o mais versado no que tange ao mundo helénístico de então. E o judaismo, bem poderia tê-lo feito, pois por mais de dois séculos já estava sob a influência da cultura grego-romana.
Por outro lado, é sabidíssimo em teologia, ou até mesmo entre os mais símples seguidores de Cristo que Deus é Espírito, ou seja, não é nem masculino, nem feminino.
Por isso, estamos diante de duas perspectivas nesta questão: ou a teologia que chama a Deus de Pai foi feita "da terra para o céu", ou seja, é uma questão unicamente cultural; ou é uma teologia que foi feita do céu para a terra, ou seja, foi-nos revelada.
Particularmente, creio no segundo aspecto (ainda que não despreze o primeiro em outras questões).
Se Deus quisesse, poderia ter-se revelado com qualificativos Mãe, mas não o fez.
Porque será?
Porque talvez o qualificativo masculino tenha maiores condições de unir os dois aspectos, masculino e feminino, abstraindo-se, inclusive, da questão sexual, que o feminino de realizar igual função.
Sei que é uma viagem só (de antropologia e biologia, sou de dar dó...), mas, mesmo no mundo biológico, o masculino tem em si os dois princípios (XY), enquanto o feminino somente "XX". Ou seja; se precisassemos perpetuar a espécie somente a partir de pessoas femininas, náo haveria mais homens na face da terra (o que talvez alguns achem uma benção, rsrsr).
De qualquer modo, por mais bonitinho e poético que possa parecer o qualificativo feminino para Deus, notadamente no dias das mães, continuo preferindo tratá-lo da forma como em Cristo, conforme minha fé, Ele se revelou: como Pai.
(acho que no catolicismo tal discussão não faz muito sentido, pois em Maria já há um fortíssimo paradigma para satisfazer o sentimento feminino na religião do povo).
E, complementando, já vi também sugestões, no sentido de se reescrever alguns textos das Escrituras, tipo o Pai nosso ser substituído por Pai/Mãe nosso, ou então, Mãe nossa, ou algum equivalente neutro...
Bom...
Será mesmo assim?
Não duvido da boa intenção do meu amigo pregador, pois, é até um lugar-comum dizer que as Escrituras precisam ser interpretadas à luz do nosso tempo, etc...
Também não desprezo o fator cultural do pensamento judaico.
Entretanto, talvez precisemos ponderar algo antes de aderirmos a tais modismos.
Já era recorrente no mundo antigo à alusão a alguma divindade feminina. Se Jesus era assim tão progressista, poderia, caso quisesse, ter chamado ao Pai de Mãe.
Entretanto, assim não agiu; nem mesmo Paulo, o mais versado no que tange ao mundo helénístico de então. E o judaismo, bem poderia tê-lo feito, pois por mais de dois séculos já estava sob a influência da cultura grego-romana.
Por outro lado, é sabidíssimo em teologia, ou até mesmo entre os mais símples seguidores de Cristo que Deus é Espírito, ou seja, não é nem masculino, nem feminino.
Por isso, estamos diante de duas perspectivas nesta questão: ou a teologia que chama a Deus de Pai foi feita "da terra para o céu", ou seja, é uma questão unicamente cultural; ou é uma teologia que foi feita do céu para a terra, ou seja, foi-nos revelada.
Particularmente, creio no segundo aspecto (ainda que não despreze o primeiro em outras questões).
Se Deus quisesse, poderia ter-se revelado com qualificativos Mãe, mas não o fez.
Porque será?
Porque talvez o qualificativo masculino tenha maiores condições de unir os dois aspectos, masculino e feminino, abstraindo-se, inclusive, da questão sexual, que o feminino de realizar igual função.
Sei que é uma viagem só (de antropologia e biologia, sou de dar dó...), mas, mesmo no mundo biológico, o masculino tem em si os dois princípios (XY), enquanto o feminino somente "XX". Ou seja; se precisassemos perpetuar a espécie somente a partir de pessoas femininas, náo haveria mais homens na face da terra (o que talvez alguns achem uma benção, rsrsr).
De qualquer modo, por mais bonitinho e poético que possa parecer o qualificativo feminino para Deus, notadamente no dias das mães, continuo preferindo tratá-lo da forma como em Cristo, conforme minha fé, Ele se revelou: como Pai.
(acho que no catolicismo tal discussão não faz muito sentido, pois em Maria já há um fortíssimo paradigma para satisfazer o sentimento feminino na religião do povo).
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