Superando a Dor II

Não creio em coincidências. Poucos dias depois que terminei de escrever e publicar o meu texto neste blog: "Como superar a dor emocional?", encontrei um folheto da I Igreja Batista de João Pessoa, do amado pastor Estevam Fernandes, datado de 18 de julho de 2010, no qual o mesmo escreve o texto "Superando a Dor", o qual transcrevo aqui como complemento ao meu, por sua beleza e mensagem.

"Para que servem as lágrimas? Certamente que elas não caem em vão! Serão sempre sementes de vida. Elas não só molham o rosto, mas também nutrem a alma. Chorar é estar vivo. É expressão de sentimento, e não atestado de fraqueza. Só os vivos lamentam, caem, levantam-se e andam de novo. Os mortos não choram. Sendo assim, acredito que Deus, às vezes, permite-nos as lágrimas para nos lembrarmos de que ainda estamos vivos.

Ao vivenciarem situações amargas, tais como um luto inesperado, decepções amorosas, perdas materiais significativas e muitas outras experiências adversas, algumas pessoas são tomadas e dominadas por uma sensação de vazio, de perda de sentido. Não raro, são vencidas pela desmotivação generalizada. Nem mesma a dimensão da fé lhes é poupada da experiência do fracasso. Imaginam-se abandonadas por Deus. Silenciam a voz do louvor e desviam os olhos do céu, como quem não tem mais esperança.

É bem verdade que o sofrimento intenso deixa marcas profundas em nós. Corpo, alma e espírito são atingidos. Um sentimento de abandono e uma sensação de fracasso e inutilidade invadem o coração. A alma fica ao relento.

Por causa da vida marcada por dissabores, em algumas pessoas, as lágrimas tendem a apagar as marcas da fé, sobretudo naquelas em que a fé não é fruto de uma experiência com Deus, mas de uma tradição religiosa, uma espécie de herança cultural, familiar.

Incredulidade e o fracasso andam sempre juntos. Todavia, a fé insiste em permanecer viva para fazer diferença. É aquela voz muitas vezes abafada pelo silêncio da perplexidade e do medo, que grita dentro de nós, despertando a alma para sonhar outra vez. A fé sempre emerge, sobrevivente, dentre os escombros do coração. É uma voz inquietante que não se deixa silenciar. É o barulho de Deus no coração da gente, fazendo-nos ouvir os sons da esperança.

Deus não desiste de nós. Logo, não faz qualquer sentido deixar-se dominar pela tristeza, pela solidão, pela apatia e pelo desejo de não viver. O descaso com a vida é uma forma disfarçada e lenta de suicídio. Só os fracos desejam morrer, são ávidos em desistir. Onde, então, buscar forças necessárias para a superação da dor? Somente em Deus! Ele é a fonte de nossas vitórias.

Quem redescobre o caminho da fé e pega carona nas asas da esperança, voa como águia, sobrevoa todas as barreiras da vida. Passa a conhecer novas estradas, pavimentadas de luz e adornadas pelas cores da alegria, do louvor e da esperança. Anda segurando na mão de Deus. Sabe que é um vencedor."


Pastor Estevam Fernandes de Oliveira (I Igreja Batista de João Pessoa - publicação do folheto do dia 18/07/2010)

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