Batalha Espiritual



As guerras costumam deixar muitas pessoas mortas e feridas nos campos de batalhas.

Entretanto, há uma batalha, um conflito, que é o pior de todos, que é o combate da fé.

Este combate, esta batalha também deixará uma multidão de mortos e de feridos, mas que infelizmente, talvez não tenham uma segunda chance de se reabilitarem.

Largo e espaçoso é o caminho que leva à perdição; entretanto, a porta continua sendo estreita, e o discurso continua sendo duro.

Muitos sequer percebem que vivem em meio a um combate. Muitos sequer se apercebem que estão em meio a uma guerra.

Outros, embora teoricamente saibam, não se armam nem se prepararam, e vivem como se batalha nenhuma existisse.

Quais são os nossos inimigos neste combate da fé?

O primeiro inimigo é o mundo.

Quem quiser ser amigo do mundo, se torna inimigo de Deus.

E o que é o mundo?

O mundo é um sistema de ideias, cultura e costumes contrários ao Reino de Deus.

Por exemplo, o mundo manda ajuntar dinheiro. Jesus ensinou a não juntar tesouros na terra. O mundo determina que você seja um dominador. Jesus ensinou que o maior é o que mais serve. O mundo nos incentiva a explorar ao máximo nossa sexualidade. Jesus ensina a santidade e a castidade. E o fato é que, quando menos nos apercebemos, já estamos agindo conforme o mundo, mesmo dentro de nossas igrejas.

Somente renovando constantemente nossas mentes segundo os valores do evangelho é que poderemos vencer o mundo. Somente pela fé, pois a nossa fé vence o mundo.

Outro inimigo terrível que precisamos combater é a carne (sarx). A carne somos nós, é a tendência de nosso ser de querer constantemente se rebelar contra a lei de Deus. Segundo Paulo, a carne milita, combate, se rebela contra o Espírito, em uma luta feroz.

A carne precisa ser combatida. Precisa ser disciplinada, mortificada. Paulo disse que esmurrava o corpo dele, reduzindo à escravidão. Jesus disse que, se nossa mão direito, nosso olho direito, nos levassem a pecar, devem ser arrancados.

Acho que os cristãos não parecem levar a sério o ensino cristão acerca deste combate contra a carne.

Há muita carnalidade disfarçada de piedade. Muitos que só servem ao próprio ventre. Fazem de tudo para enriquecer e se aparecer e nada fazem para combater a sua própria sensualidade.

Mas há ainda um terceiro inimigo, que tem sido mestre em se fazer ocultar muitas vezes. É aquele que as Escrituras chamam de adversário, satanás, diabo, o inimigo de nossas almas, o tentador dos irmãos.

Sei que há muitos liberais e pensadores que, mesmo considerando-se cristãos, negam a existência de tal ser.

Entretanto, os evangelhos atestam sua existência. Jesus aceitava a existência de tal ser, bem como os apóstolos, e eu, particularmente, não tenho disposição para achar que eu sou mais entendido que meus mestres neste assunto.

Dizem que a maior estratégia de um inimigo é fazer-nos acreditar que ele não existe.

De qualquer modo, aos que acreditam, sabem que tal inimigo é descrito como um leão que ruge e que busca devorar os que não se acautelarem.

Contra tal inimigo, as Escrituras nos mandam resistir, pois maior é Aquele que habita no menor dos cristãos do que aquele que  está no mundo.

De qualquer modo, conforme atestavam os antigos teólogos, o pecado não confessado, não arrependido, pode acabar dando uma certa brecha para que tal inimigo atue mesmo na vida dos escolhidos de Deus.

Por isso, há a necessidade de se resistir às investidas de tal inimigo.

Portanto, três são os nosso inimigos: o mundo, que deve ser rejeitado. A carne, que deve ser mortificada. E o diabo, que deve ser resistido.

Contra tais inimigos, muitas armas e aliados nos são oferecidos.

Uma destas armas é a Palavra de Deus. É triste constatar o quanto sua leitura é negligenciada mesmos pelos chamados círculos evangélicos, outrora conhecidos pelo seu compromisso com as Sagradas Escrituras.

Outra arma é a oração. Esta nos mantem em comunhão com Deus, e afasta o inimigo. O apóstolo nos determinou que orássemos sem cessar.

Outro amigo nesta luta é o Espírito Santo, que nos assiste em nossas fraquezas.

E também uma grande aliada é a igreja, o local em que nós congregamos. Há um mandamento apostólico para não deixarmos de congregar. Triste é constatar que há muitos individualistas que dispensam a comunhão, a vida comunitária. Os que se afastam vão perdendo gradativamente seus valores, sua determinação na fé.

Outras armas poderiam ser apontadas, das quais o estudioso atento das Escrituras irá se lembrar.

Fato é que, somente aos vencedores será dado de beber das fontes de vida. Será coroado vencedor somente aquele que até o fim perseverar.

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