Jesus e a questão do divórcio


(obs: o texto abaixo irá tratar um pouco sobre a questão do divórcio. O Rev. Calvani é clérigo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, igreja conhecida por ter posicionamentos um pouco mais liberais, quando comparados com expressões cristãs um pouco mais conservadoras. Historicamente, o catolicismo tem se posicionado contra o divórcio em qualquer circunstância. Não são poucos os protestantes que tem defendido este ponto de vista; entretanto, de modo geral, os evangélicos e os ortodoxos têm aceito o divórcio somente com uma ou outra exceção. O posiconamento dos episcopais têm ido um pouco além disso).
(c) Rev. Dr. Carlos Calvani

Próprio 24 (Ano B)
Textos do Lecionário: Gênesis 2.18-24 e Marcos 10.2-9

O lecionário nos apresenta hoje um texto difícil - Jesus falando sobre o divórcio. É um texto particularmente polêmico. É complicado pregar sobre este assunto principalmente porque nossa Paróquia é composta por pessoas em diferentes situações matrimoniais. Aqui entre vocês há casais que estão casados há muitos anos (alguns inclusive há mais de cinqüenta anos juntos). Outros casais estão no segundo casamento. Foram infelizes no primeiro matrimônio, divorciaram-se e casaram-se novamente. Outras pessoas, ainda, também se divorciaram, mas não se casaram novamente. Essa heterogeneidade deve ser levada em conta, na perspectiva de que todos somos filhos e filhas de Deus e nossa vida matrimonial não deve constituir-se num fator de discriminação de pessoas na comunidade.

Os fariseus no tempo de Jesus sabiam que esse era um tema polêmico também naquela época. Por isso se aproximam de Jesus com a clara intenção de fazê-lo cair em alguma contradição. A pergunta que lhe dirigem é tremendamente capciosa: “é lícito ao marido repudiar sua mulher?”. Digo que a pergunta era capciosa porque os fariseus sabiam muito bem qual a resposta. Eles eram mestres da lei. E a resposta da lei era: “sim, é lícito!”. Jesus, conhecendo a resposta da lei, ao invés de responder diretamente a questão, devolve a pergunta: “o que vos ordenou Moisés?”. E os fariseus responderam aquilo que eles já sabiam: “Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar a mulher”. E a resposta final de Jesus aponta para a dureza no coração dos homens e remete a questão ao Gênesis, ao projeto inicial de Deus, frisando que ali já estava a intenção divina para o homem e a mulher: os dois devem ser uma só carne, em igualdade de condições, devendo um respeitar o outro.


Leia todo o texto no blog do Rev. Leandro.


Leia também neste blog:

A perspectiva bíblica diante da questão do divórcio.

A difícil questão do divórcio.

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